CASO ELISA SAMUDIO

Irmão do ex-goleiro Bruno diz que tem medo de ser morto pelo PCM

Preso no Piauí, Rodrigo Sousa diz que facções criminosas, inclusive do Maranhão, estão envolvidas na morte de Elisa Samudio

Em entrevista à TV Meio Norte, do Piauí, o irmão do ex-goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes das Dores Sousa, de 30 anos, que na segunda-feira, dia 4, revelou à polícia piauiense que o corpo de Eliza Samudio estaria em cidade de Minas Gerais, também falou a respeito de facções criminosas no Maranhão e no Rio de Janeiro. Rodrigo está preso na Casa de Detenção Provisória de Altos, a 40 quilômetros de Teresina, por suspeita de furto e estupro de uma adolescente.
Segundo Rodrigo, seu ultimo contato com o ex-goleiro Bruno foi em 2013, em visita na penitenciária de Minas Gerais. “Tudo começou em junho de 2009, quando o Bruno estava lutando com ela para ela fazer o aborto. Em 2010 foi o desaparecimento dela. Existe um pacto entre várias pessoas que a gente não pode expor”, disse.
Durante a entrevista, o apresentador Ieldyson Vasconcelos, questionou se Rodrigo participa do Primeiro Comando do Maranhão, o PCM. O irmão do goleiro foi evasivo, mas confirmou que conhece integrantes da organização criminosa. “Isso eu não posso revelar, conheço integrantes, cada um tem seu cargo, sua competência, quem for revelar sua competência tem uma penalidade no grupo, por isso vou ficar calado”, disse ele.
Vasconcelos perguntou em seguida sobre o Comando Vermelho. “Isso já é da parte do Rio de Janeiro, essa parte não é comigo, é com outra pessoa que também está envolvida no caso Eliza Samudio”, afirmou.

“Existem dois grupos fortes o PCM e o CV, amanhã eu posso estar na rua, quem vai me dar proteção?”, Rodrigo Sousa, irmão do ex-goleiro Bruno

Rodrigo afirmou que não pode revelar tudo que sabe, porque a qualquer momento pode ser solto e não tem garantia de proteção. “O Bruno tomou uma atitude tão perspicaz que até um menor que ele envolveu no meio foi o primeiro a abrir a boca, pessoas que ele menos dava a missão terminou sabendo mais coisas. Existem dois grupos fortes o PCM e o CV, amanhã eu posso estar na rua, quem vai me dar proteção?”, questionou.
Rodrigo contou como o caso Elisa Samudio começo, com a pressão de Bruno para que ela fizesse o aborto.
“Isso começou em 2009. Foram pegar a Eliza que estava na casa da Milena, uma amiga dela de apartamento, de longe ela reconheceu o carro do goleiro. Ao chegar no carro ela olhou para o banco de trás e viu uma pessoa deitada, perguntou para o Bruno quem era essa pessoa e o Bruno disse que era o irmão dele, levaram ela para o apartamento do Bruno, deram um medicamento forte para ela e tentaram colocar ela para abortar a criança, ela aceitou fazer o procedimento na sexta-feira. Ela pediu para ligar para o Marcelo para ele comunicar ao goleiro que aceitava fazer o aborto, depois de tomar o remédio ela caiu no sono, quando acordou, pegaram ela, colocaram de novo no carro com placa do Piauí, levaram até um ponto de táxi e mandaram ela voltar para casa da Milena, quando ela chegou lá contou tudo para a Milena e em seguida registrou o fato na polícia”, afirmou.
O apresentador perguntou a Rodrigo onde este se encontrava quando Eliza Samudio desapareceu.
“Poucos dias depois que a Eliza desapareceu, porque também não foi da noite para o dia que encontraram essa informação, eu já tinha chegado no Piauí eu já estava com documentações comprovadas aqui de que estava trabalhando. Agora vamos supor que sexta-feira chegue um advogado do Rio e diga: ‘Rodrigo vim a pedido do seu irmão, ele vai dar uma matéria, dizer que isso é uma mentira e você vai ter que confirmar’. Quem sou eu para dizer? Eu cumpro ordens. Não foi eu que procurei a emissora, foi o próprio Bruno que citou meu nome dizendo que eu estava no banco de trás. Isso ficou a disposição da Justiça, se me derem proteção eu conto o que eu sei, não sei se vai interessar o Brasil ou se vai ser complicado o desgaste familiar.
Rodrigo também falou da ligação do ex-goleiro como o mundo do crime e no envolvimento de mais pessoas no caso Elisa Samudio.
“Não vou jogar as cartas na mesa e salvar o Bruno. O Bruno veio de uma favela, e quem mora em uma favela por mais que se forme hoje um líder no futebol como ele se formou não deixa seu vínculo com a favela, então quem tem um vinculo na criminalidade por mais que suba de categoria não para o vínculo com as pessoas envolvidas no crime. Saber muito se torna complicado e me chamar de louco também, louco são vocês que não sabem o grau de perigo que está correndo a vida de uma pessoa, não se envolvam em um caso de repercussão como esse, envolve pessoas importantes que ainda hoje estão no futebol brasileiro. Eu posso cair, mas uns 18 chegam lá comigo”, avisou.
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