OBRA

Barragem do Bacanga será entregue até dezembro

Recuperação da barragem será feita em três etapas, uma delas, a implantação de uma comporta no lugar da que foi arrastada

A previsão é de que até dezembro deste ano a obra de recuperação das comportas da Barragem do Bacanga seja entregue à população. Um alívio para moradores e pescadores do entorno. “A renovação das águas vai favorecer a reprodução dos peixes. Vai ser bom pra gente”, comemora o pescador Antônio Francisco.
A obra, executada pela empresa Lotil Engenharia Limitada, deveria ter sido entregue em novembro do ano passado, mas, segundo o engenheiro Pádua Rodrigues, responsável pela obra, aconteceram vários problemas que ocasionaram o atraso. Ele cita como um dos principais, a crise econômica que afeta o Brasil. “Isso atrapalhou em várias coisas, mas também tivemos atraso na fabricação das comportas. Atualmente, estamos em ritmo normal, tendo em vista os vários projetos que estão sendo desenvolvidos ao mesmo tempo. É uma obra pequena, mas de alta complexidade”, justifica.
A obra engloba três fases, dentre elas a recuperação das seis comportas do tipo stop-logs para amenizar a troca das águas, viabilizando a salinidade e oxigenação do lago do Bacanga (comportas de apoio para manter o nível do lago-essa fase está concluída); a recuperação e reforço estrutural das pontes que ficam sobre a barragem nos dois sentidos, que receberão também os equipamentos e urbanização; a terceira fase é a implantação de uma comporta grande do tipo vagão no lugar da que foi arrastada pelas águas em setembro do ano passado. Essa comporta está sendo fabricada por uma indústria no estado de São Paulo. “Estamos trabalhando com preamar e baixa-mar, mas depois que a comporta chegar estimamos um prazo de 30 dias trabalhando dia e noite para fazer a logística e montagem. Trabalhamos com peças importadas, que tiveram que ser confeccionadas. Além disso, vieram cinco engenheiros de outros estados para fazermos um trabalho conjunto. Também será viabilizado junto à Sinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) um trabalho de serviço social que mostrará para a população em geral os benefícios da obra”, assegura Pádua.
Alívio
Os moradores do Sá Viana veem com alívio a conclusão das obras. Os consequentes alagamentos, que ocorrem na área toda vez que uma comporta é rompida, segundo ele, podem estar perto do fim. “A gente mora aqui e se preocupa, né? Ficamos perto e não aconteceu nem uma, nem duas, problemas com comportas. Nós que estamos perto é que somos os mais prejudicados”, assegura Maria do Rosário Costa. Para Benedito Silva, 75 anos, esse é um serviço que há muito tempo deveria ser concluído. “Moro há muito anos aqui e toda vez que chove é um problema. Vamos ver se agora vai dar certo essa obra”, espera. Durante a obra os técnicos da Sinfra estão acompanhando o nível da água para manter a segurança dos moradores e a oxigenação da água.
Sobre a obra
No dia 17 de setembro do ano passado, o cabo de aço que sustentava a única comporta em funcionamento na Barragem do Bacanga se rompeu. Uma segunda comporta está também danificada há mais de dez anos. Após a queda da comporta, o Governo do Estado iniciou uma operação emergencial para evitar que as áreas próximas fossem alagadas. Uma barreira de pedras foi erguida para evitar a inundação pela maré e o retorno da água do lago formado pela barragem. Durante essa operação, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil monitoraram a situação nessas áreas e prestaram todas as orientações à população. Um plano de evacuação emergencial da área foi montado, no caso de haver inundações.
A barragem
No final da década de 60 com o surgimento do Porto do Itaqui, houve-se a necessidade de diminuir a distância entre o porto e o centro da capital, de 50 para oito quilômetros. Entre 1966 e 1967, o projeto de criação da Barragem do Bacanga foi feito pelo governador José Sarney, iniciado em 1969 e finalizado em 1970 pela empresa Mendes Junior. Vários objetivos foram levantados no decorrer do processo de construção, entre eles, diminuir a distância entre o porto e a cidade, sanear as casas do alagado a beira do rio e dar um lago à cidade.
Inicialmente, a barragem tinha dez comportas, seis pequenas, três médias e uma grande. Posteriormente, algumas delas foram fechadas. As portas funcionam para fazer o manejo do rio para o mar e vice-versa.
Recuperação da barragem
Por meio de nota, Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) informou a O Imparcial que a obra de recuperação da Barragem do Bacanga está em andamento e que a nova comporta que será utilizada na barragem é feita sob medida e foi encomendada a uma fornecedora em São Paulo.
O problema será solucionado com a instalação da comporta que está sendo fabricada pela empresa Lotil. Enquanto isso, o sistema de apoio para manter o nível do lago está sendo executado através da instalação elétrica de seis stops logs (comportas de apoio para manter o nível do lago) que estão em funcionamento.
A Sinfra informa ainda, que está recuperando as vigas de apoio da ponte que se encontravam destruídas. Além da comporta, foram encomendados stops logs com o objetivo de fazer a vedação da água para a realização de manutenção, quando necessário. A previsão é de que os trabalhos na Barragem do Bacanga sejam concluídos em janeiro de 2017.
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