DIA DOS NAMORADOS

Praças de shopping ganham preferência de casais apaixonados

Se antigamente as juras de amor aconteciam nas praças públicas, hoje, as praças de shopping são o novo cenário de histórias de amor

Ana Rose Serejo, 35 anos, e Marcelo Leonardo Ramos, 45, passeiam pela praça de mãos dadas. A troca de olhares revela a cumplicidade do casal, que está junto há onze anos e ainda mantém o clima de romance. Durante o passeio, eles aproveitam para olhar as vitrines. Sim, o passeio romântico acontece em um shopping center. Especialmente para Marcelo, esta é uma oportunidade para descobrir o que Ana Rose quer ganhar de presente. Ela faz aniversário em 12 de junho, Dia dos Namorados. “Na verdade, a gente nem comemora tanto o meu aniversário, a gente comemora mesmo é o dia dos namorados e nosso amor”, diz Ana.
Eles não são os únicos a curtir momentos a dois nos corredores, praça de alimentação ou no cinema do shopping. As cenas de paquera, beijos e abraços entre casais fazem parte da rotina desses centros de compra, que se tornaram um novo cenário para encontros, início de relacionamentos e lazer dos namorados.
Marcelo Ramos e Ana Rose Serejo

Para a socióloga e professora da Faculdade Estácio São Luís, Maristhela Rodrigues, essa mudança no comportamento dos casais é típica de áreas urbanizadas. “Hoje, as pessoas tendem a preferir a comodidade oferecida por espaços como shoppings, além disso, as novas formas como as pessoas se organizam faz com que elas aproveitem seu tempo livre em locais que oferecem diversas opções de lazer e serviços”, explica.

Ao contrário da letra da música de Ronnie Von, nem praça, nem o banco são mais os mesmos. Na atualidade, os enamorados buscam conforto e a segurança que as tradicionais praças dos bairros já não oferecem.
“O casal pode passar a tarde junto e ter uma programação vasta no shopping. Chega para almoçar, depois dá um passeio, compra o presente, pega um cinema, curte uma música, bate um papo antes de ir para casa, com o conforto e a segurança que nem sempre os espaços públicos garantem”, afirma o superintendente do Rio Anil Shopping, Rodrigo Braga.
Toda forma de amor
Larissa Martins e Ana Paula Gonçalves

E namorar em local público também não é algo muito fácil para casais que convivem com o preconceito. Por causa do risco de discriminação ou de qualquer tipo de constrangimento, Larissa Martins, 28 anos, e Ana Paula Gonçalves, 22 anos, são mais caseiras. Juntas há um ano e quatro meses, as estudantes de psicologia seguem alguns critérios quando se trata de namorar fora de casa. “Escolhemos locais em que acreditamos que a política do estabelecimento e de quem o frequenta seja de respeito, pois já passamos por isso e ficamos com medo de sofrer agressões na rua”, conta Larissa Martins.

Larissa Martins e Ana Paula Gonçalves

E dos poucos lugares que o casal frequenta estão as festas LGBTs, barzinhos alternativos e o shopping. “Estamos sempre juntas e vamos ao shopping lanchar, fazer compras, ir ao cinema ou simplesmente tomar um sorvete”, diz Larissa.

“Hoje, não se pode admitir que casais tenham sua liberdade privada por causa de qualquer tipo de preconceito. Nós trabalhamos para garantir que todos os casais sejam igualmente respeitados e tenham liberdade para demonstrar o seu afeto”, afirma Rodrigo Braga.
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