#ExemplodeMari

Estudante é modelo de inspiração nas redes sociais

Como a estudante maranhense Mariana Feitosa está inspirando seus seguidores do Instagram sobre superação e esperança

Para muitos, um diagnóstico de câncer é uma sentença sem volta e suas vidas param. Para outros, que recebem a notícia com não menos dor, mas com esperança de cura, os dias de tratamento podem se tornar um testemunho de fé e autoestima.

É o caso da estudante maranhense de 26 anos, Mariana Feitosa, que usa o seu perfil no Instagram para propagar uma mensagem de esperança e superação para todos que, como ela, estejam passando por um momento tão delicado quanto ser diagnosticado com câncer. Mariana raspou a cabeça nos primeiros dias do tratamento de quimioterapia. A imagem de uma moça jovem e careca, em 2016 nem sempre significa tratamento de câncer, mas é justamente essa imagem que Mariana usa para mostrar que dá sim para ter autoestima mesmo nos momentos difíceis.

Ela conta que descobriu que estava com câncer há seis meses, enquanto se preparava para se submeter a uma cirurgia para retirada de um mioma no ovário. “Fiz todos os exames, os médicos disseram que era um mioma. Durante a cirurgia, o médico descobriu que eu tinha um tumor no ovário, e já estava avançado”, contou.

#CâncerTemCura 

Não viver a doença, esse parece ser o maior ensinamento de Mari. Ter fé é mais um. “As pessoas perdem a esperança. Levam o diagnóstico como uma sentença de morte, mas não precisa ser assim.”

O câncer que Mari está tratando é do tipo adenocarcinoma, que tem remoção cirúrgica um pouco mais complicada. “Acredito que Deus vem me preparando para essa fase”, comentou. Mariana fala sobre como os efeitos colaterais do tratamento com quimioterapia afetam os pacientes, mas que é preciso ter um olhar acima da parte ruim. Ela vê até uma parte boa, quando fala que vai ficar “curtindo preguicinha deitada e relaxando”. Ela disse ainda que não se desfez da rotina, por acreditar que “a vitória está próxima”.

#QuimioterapiaEBeleza

Mariana Feitosa

Pelo seu perfil na rede social Instagram, Mariana posta fotos com a família, o namorado e amigos, sempre sorrindo e com mensagens de esperança. Com hashtags como #CâncerTemCura, #QuimioterapiaEBeleza, #DeusEFiel e #MulheresCarecas, ela tem encantado seus mais de 15 mil seguidores. Muitos deles, mulheres, que assim como ela têm de lidar diariamente com a autoestima por conta de um tratamento de saúde.

“O primeiro tufinho de cabelo a cair a gente nunca esquece”, escreveu Mari em uma foto onde mostra quando os cabelos começaram a cair. “Ontem pela tarde começaram a cair meus queridos cabelos, contagem regressiva pra ficar #careca. Ainda estou na sessão 2/18, então vamos aproveitar esse período e aposentar o secador e a chapinha e abusar dos acessórios”, exultou em uma postagem a todas as mulheres que passam pelo mesmo.

“Meu Instagram era só para os amigos, mas no dia que raspei a cabeça resolvi abrir ele para todo mundo. Eu perguntava coisas para os médicos, que me respondia, mas ainda ficavam dúvidas, então eu ia para a internet pesquisar mais. Assim, achei a tag Mulheres Carecas no Instagram. Recebo muitas mensagens pedindo conselhos, contando suas histórias. É maravilhoso que eu possa ajudar pessoas dessa forma.”

A jovem estudante terminaria a graduação de Direito este ano, mas, por conta do tratamento, teve de adiar a conclusão do curso. Ela conta que muitas pessoas a param nos shoppings para perguntar se é “estilo” ou está em tratamento. “Algumas mulheres já vieram me perguntar, e quando digo que estou em tratamento, elas levam um pouquinho da peruca e falam que não têm coragem”. Não é mesmo fácil, ela diz, mas, por não ter se adaptado ao uso de lenços para cobrir a cabeça, resolveu assumir a “cabeça pelada”.

#AmorEunião

Para raspar os cabelos ela mais uma vez deu uma lição de superação, fez um churrasco. “Chamei a família. Meu pai já havia dito que iria raspar a cabeça também, para me apoiar, então meu tio fez o mesmo. Primos começaram a ligar para saber se poderiam raspar aqui em casa, juntos. Familiares do interior mandaram fotos com as cabeças peladas. Meu namorado, que trabalha viajando, raspou também a cabeça e me mandou uma foto. Tenho sorte de ter uma família que me apoia, nem todo mundo tem”, reflete a jovem.

“Muitas mulheres sofrem com baixa autoestima e são machucadas com palavras duras dentro de casa. Eu falo para elas que têm de se arrumar. Passar maquiagem. Precisamos compensar o que nos falta para continuarmos alegres. Me falta cabelo, então eu ponho cílios postiços, me arrumo”.

Em uma postagem ela fala sobre a importância de estar com a família, “fazendo bagunça em um ambiente agradável”. “Pequenas coisas que nem sempre valorizamos, pois o tempo é curto e as vontades são muitas, mas Deus vai trabalhando aos pouquinhos em nosso corações, até que um dia você entende que as coisas simples da vida é o que te traz felicidade, e que realmente É TEU!”, disse na legenda de uma das fotos.

Sobre ter tido vergonha ou de receber olhares curiosos na rua, Mariana conta que teve ficou nervosa a primeira vez que foi olhar o namorado, Bruno, no primeiro dia no trabalho.

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