Uma exposição de derivados do babaçu mostra como as quebradeiras de coco fazem artesanato, sabonetes, sabão, azeite, farinha e outros produtos naturais, elaborados sem o uso de conservante e de agrotóxicos e sem a derrubada e queimada de babaçuais. A exposição, que integra as atividades da Semana Estadual do Meio Ambiente, promovida pelo Judiciário maranhense, ocorreu nesta terça-feira, dia 07, na Galeria de Arte do Fórum Des. Sarney Costa (Calhau). Também foram expostos artesanato e camisetas de garrafas pet.
A exposição foi organizada pelo Núcleo Socioambiental do Tribunal de Justiça, que desenvolve ações de responsabilidade socioambiental e de incentivo a iniciativas sustentáveis. O desembargador Jorge Rachid, colaborador do Núcleo, visitou a exposição e falou sobre a importância do trabalho desenvolvido por instituições, artesãos e mulheres como as quebradeiras de coco, na defesa e proteção do meio ambiente. “São importantes essas ações no nosso dia a dia para termos um planeta melhor”, disse.
O desembargador também destacou a atuação do Núcleo e ressaltou que eventos como esse integram um projeto maior do Judiciário, por meio do Plano de Logística Sustentável (PLS). O plano está vinculado às metas do Planejamento Estratégico do TJMA (2016-2020), que prevê o fomento de ações institucionais, promovendo a responsabilidade socioambiental. Baseia-se nos principais eixos de sustentabilidade apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça.
Quem visitou a exposição no Fórum de São Luís conheceu e também adquiriu produtos elaborados por integrantes da Cooperativa Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu, que reúne membros do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins. Segundo a presidente da cooperativa, Vitória Paulina Mendonça, no estado do Maranhão elas desenvolvem atividades em 18 unidades de beneficiamento e produção de derivados de babaçu, nas regionais de Imperatriz, Mearim e Baixada.
Além do artesanato com a palha da palmeira, biojóias do endocarpo do babaçu e de sementes da região, criam e comercializam produtos comestíveis e de uso cosmético, tudo feito com o babaçu. São empreendimentos solidários que geram trabalho e renda para 502 quebradeiras de coco em suas próprias comunidades. “Fizemos vários cursos e capacitações até chegarmos à qualidade do produto que comercializamos hoje, com esse acabamento e embalagens atrativas”, disse a diretora da entidade, Maria da Glória Belfort, da comunidade de São Caetano, no município de Matinha. Os produtos são vendidos em feiras, exposições, nas unidades de produção e nas residências das próprias quebradeiras. Em São Luís é comercializado no escritório da cooperativa (rua 10, quadra 14, casa 35 – Bequimão).
Garrafas PET
Na exposição também foram expostos arranjos de flores, confeccionados com garrafas pet, pela artesã e funcionária terceirizada do TJMA, Ilsilene Ferreira. “Transformo o que me incomoda em algo que me fascina”, descreve, ao contar como começou a criar os arranjos com garrafas que iriam para o lixo. Ela trabalha no serviço de copa do tribunal e no final do dia recolhe todas as embalagens vazias de água, detergente ou desinfetante, leva para casa e à noite cria os arranjos. O que ela aprendeu, pesquisando e criando com esse material reciclável, vai ensinar na oficina que ministra nesta quarta-feira (08), das 8h30 às 11h30, no auditório do Fórum Des. Sarney Costa.
Outro produto que chamou a atenção de quem visitou a exposição foi a camiseta ecológica feita com fio de garrafa pet e cobertura de fio de algodão. As camisetas foram confeccionadas pela artesã Flávia Holanda, que integra o projeto nacional “Eu faço a diferença no mundo”, que produz camisas, dentro de uma cadeia de sustentabilidade, há mais de oito anos. São peças masculinas, femininas e também infantis, em cores variadas.