Até o fim do ano em curso, todos os presos de Justiça que ainda são mantidos em delegacias de Polícia Judiciária, no interior do estado, serão transferidos para unidades prisionais da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap). A manifestação é do delegado Dicival Gonçalves, superintendente da Polícia Civil do Interior. Ele disse que a medida visa corrigir um velho desvio de função e possibilitar aos policiais civis que desenvolvam o seu trabalho de investigar crimes, em vez de ficar vigiando presos.

Conforme o superintendente, ainda existem cerca de 1.100 detentos nas carceragens de delegacias interioranas e que, nos primeiros quatro meses deste ano, cerca de 200 detentos já foram removidos para unidades de ressocialização da Sejap. Em 150 delegacias maranhenses, não existem mais presos de Justiça. Ele informou que ainda existem detentos na delegacia de Cururupu, na Baixada Maranhense, embora o governo tenha construído um presídio com 320 vagas, em Pinheiro. Os presos continuam em Cururupu, em face de uma determinação das autoridades do Judiciário, em Pinheiro, que através de portaria, proibiram o recebimento de presos de Justiça oriundos de outras comarcas.

Em Imperatriz, onde também foi construído um presídio, não existem mais presos na carceragem das delegacias. Todos os detentos foram transferidos para o presídio estadual recém-inaugurado. Dicival Gonçalves disse que as carceragens das delegacias não oferecem condições de segurança para a manutenção de detentos e que isto vem possibilitando constantes fugas, a exemplo de Grajaú, onde neste fim de semana, sete dos 37 detentos conseguiram escapar. Ali também já está sendo buscada uma solução, com o aluguel de um prédio para o funcionamento da Delegacia de Polícia. O prédio ocupado atualmente vai ficar com a Sejap, para implantação de sua unidade de ressocialização. Outra fuga aconteceu em Santa Luzia do Paruá, onde detentos fizeram um buraco na laje e escaparam dez dos 31 detentos que ali eram mantidos. Duas mulheres, que ali também se encontravam, já estão sendo transferidas para o presídio feminino, em São Luís.