A Polícia Civil do Maranhão, por meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor) com o apoio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) realiza desde o início desta quinta-feira, a ‘Operação Imperador’ que atua na repressão à agiotagem no Maranhão.

Foram expedidos pela Justiça 10 mandados de prisão. Dos quais três já foram cumpridos e os demais estão em andamento. Os principais alvos da ação, são prefeitos e ex-prefeitos.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão (SSP – MA) confirmou a prisão preventiva da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros. Os outros dois detidos até então foram Rodrigo Barros Amâncio, sobrinho da ex-prefeita; e Débora de Oliveira Amaral, empresária.

Esta é segunda fase da Operação Imperador. Arlene Barros já havia sido presa na primeira etapa em março do ano passado.

Na época foi detectada a existência de 10 empresas fantasmas para fraudar processos licitatórios durante a gestão de Arlene Barros Costa (2009 a 2012) período em que ela esteve à frente da Prefeitura de Dom Pedro. A polícia descobriu o desvio de R$ 5 milhões que seriam destinados a medicamentos e merenda escolar, por conta da agiotagem.

Dias depois, a ex-prefeita Arlene Barros, e seu filho, Eduardo Barros, foram liberados após determinação da Justiça.

Em maio de 2015, durante as operações “Maharaja” e “Morta-Viva”, a Polícia Civil cumpriu mandatos de prisão temporária e conduções coercitivas, nos municípios de Marajá do Sena, Zé Doca. Na ocasião, foram autuados o prefeito de Bacuri (MA) Richard Nixon (PMDB), o prefeito de Marajá do Sena (MA) Edvan Costa (PMN), o ex-prefeito de Marajá do Sena, Perachi Roberto Farias; o contador municipal José Epitácio Muniz, o Cafeteira; Rui Clemêncio Barbosa, que seria “laranja” em negócios da Prefeitura de Zé Doca (MA), e Francisco Jesus Silva Soares, que é empresário emissor de notas para os municípios de Zé Doca e Marajá do Sena.

Preso também durante essas operações, o empresário Josival Cavalcante da Silva, “Pacovan” teve um cofre apreendido, onde foram encontrados vários talões de cheque e documentos relacionados a prefeituras do interior do estado. O empresário já havia sido preso em 2011 e 2013, nas operações Usura I e Usura II da Polícia Federal (PF), por participação em uma quadrilha que desviou mais de R$ 5,5 milhões dos cofres da Prefeitura de São João do Paraíso. Pacovan ficou preso por 10 dias.

Em novembro de 2015, a Operação El Berite II realizada pela Polícia Civil do Estado do Maranhão, efetuou as prisões de investigados em casos de agiotagem ligados à gestão do ex-prefeito de Bacabal Raimundo Nonato Lisboa.

As ações cumpriram mandados de prisão preventiva de sete pessoas, sendo que o agiota Gláucio Alencar, já está se encontra preso sob acusação de ser mandante do assassinato do jornalista Décio Sá. Dados bancários comprovam que o agiota recebeu dinheiro através da Prefeitura de Bacabal, durante a gestão de Raimundo Lisboa.

A Polícia Civil iniciou o combate a agiotagem no Maranhão após desdobramentos da Operação Detonando, que investigou o assassinato do jornalista Décio Sá, em 2012. Durante as investigações sobre o caso, foram presos os empresários Gláucio Alencar e José Miranda, pai e filho acusados de encomendar a morte do blogueiro e de comandar um esquema de agiotagem em 42 prefeituras do Maranhão.