Flaema valoriza livros e autores do Maranhão

Mais de 100 escritores, 10 dias respirando leitura, mais de 20 palestrantes, vários lançamentos de livros, sorteios de mais de 600 obras e uma programação cultural riquíssima vão ocupar a Praça de Eventos e a Galeria de Exposição do Shopping da Ilha durante a primeira edição da Flaema – Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense, que começa hoje e vai até o dia 29 de maio, no Shopping da Ilha, com o tema O Renovo da Atenas Brasileira, no horário de funcionamento do Shopping.

A feira é definida pelos organizadores como um espaço que acolhe todas as artes, tendo a literatura como anfitriã e apresentando exclusivamente escritores e artistas com produção maranhense, valorizando os jovens talentos em todas as áreas da arte, por isso o tema “Renovo”.

“Achei que estava faltando um evento que enfatizasse a produção maranhense, que valorizasse o autor. Por isso, a programação é exclusivamente maranhense em todas as áreas. Haverá 22 jovens autores, sendo que o mais novo tem 15 anos. Será uma grande festa literária com 102 escritores. Eles serão os anfitriões, mas convidamos artistas da música, do teatro, das artes plásticas. Será uma programação intensa e extensa com convidados conhecidos, outros ainda desconhecidos”, conta o idealizador e organizador da feira, o escritor José Viegas.

A Flaema terá ainda as presenças de estudantes de escolas públicas, comunitárias e particulares. Além de todos esses atrativos, a organização ainda preparou sorteios de livros que serão realizados de hora em hora. Serão 696 livros sorteados nos 10 dias de feira, com seis livros por hora, e todos os visitantes poderão participar.

“Também haverá um espaço/galeria onde mais de 150 obras serão pintadas no local por vários artistas. O diferencial dessa feira é que todos os dias haverá algo novo, um novo tema. Então, o público pode ir todos os dias que haverá algo diferente sendo abordado. Nossa intenção é fazer a interação do artista das várias áreas com o público. É fazer o público se (re)apaixonar pelos livros. Ouvir música, ver peças, ler livros, viver a cultura produzida no Maranhão”, espera Viegas.

Nos dois meses de produção da Feira, várias escolas públicas e particulares realizaram trabalhos que serão apresentados no evento. Hoje, por exemplo, os alunos do 7º e do 8º ano da UEB Professora Camélia Costa Viveiros irão apresentar uma atividade de artes cênicas, Diálogo das Palavras, e um tambor de crioula, respectivamente, a partir das 10h.

São Luís cultural

Aludindo à Grécia Antiga e atendendo ao tema proposto, a Flaema apresentará um templo grego servindo de espaço para lançamentos, com recepcionistas caracterizados com roupas gregas. Durante os 10 dias de evento, haverá exposição de artistas plásticos, espetáculos teatrais, caleidoscópio musical, mostra de talentos, saraus, rodas de conversa, roda de leitura, palestras, bate-papos com escritores, entre outras atividades. A feira tem patrocínio do Grupo Mateus e apoio da Secretaria de Estado da Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. A iniciativa é da J A A Viegas Editora, sediada em São Luís.

Josué Montello como patrono

Benedito Buzar será um dos palestrantes da feira

O patrono escolhido para esta primeira edição foi o escritor Josué Montello. E dentre os 102 escritores que vão participar, nove deles serão homenageados, um por dia. O presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, é um deles e vai proferir a palestra Centenário dos jornalistas da AML, no dia 21, às 18h20.

Para Buzar, presidente da AML, a homenagem é mais para a Academia do que para ele. Na palestra, o escritor vai falar sobre a vida e obra dos imortais Franklin de Oliveira, Pires de Sabóia e Erasmo Dias, que estão completando centenário de nascimento.

“O evento é multifacetado, com várias atividades artísticas e é a primeira vez que algo é feito assim exclusivamente para o autor maranhense, privilegiando a obra do escritor maranhense. É uma honra participar e receber essa homenagem por representar a Academia. Espero que essa Feira tenha vida longa. A Academia, desde o primeiro momento, se integrou às atividades e estaremos lá com várias obras”, conta Buzar.

Segundo Viegas, a escolha de Josué Montello como patrono se deu pelo fato de ter descoberto que ele não tem mais obra disponível para ser comercializada desde 2002. “Se o tratamento que é dado a um escritor como Josué Montello é esse, imagina como não será com outros menos conhecidos? Então, a Casa de Cultura Josué Montello estará presente e há também o projeto de reeditar três obras dele. Essa Feira é um pequeno milagre que foi concebido em dois meses e também uma maneira de chamar a atenção das autoridades que preferem destinar verbas para outras coisas e não investem na cultura”, critica.

O que terá