ATUAÇÃO

Entenda como funciona a Força Nacional

Elite da polícia vem a São Luís pela terceira vez, em menos de três anos, para manter a segurança após série de ataques a ônibus

Reprodução

Após solicitação do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), policiais da Força Nacional de Segurança desembarcam em São Luís hoje para reforçar o policiamento nas ruas da capital maranhense. No Maranhão, os 128 policiais devem começar a atuar a partir de hoje, por solicitação do Governo do Estado junto ao Ministério da Justiça. O contingente chegou com 20 viaturas, um ônibus e um micro-ônibus. Os policiais atuarão nas ruas como medida de proteção e repressão aos ataques criminosos que já atingiram 15 ônibus em diversos bairros da capital.
No final de 2013, a Força Nacional de Segurança foi solicitada no Maranhão para controlar a violência dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, época hoje lembrada pelo terror das decapitações dentro do presídio. Em 2014, a Força foi novamente chamada ao estado, dessa vez para controlar a violência instaurada nas ruas da capital com incêndios de ônibus e ataques a uma revendedora de carros e ao Fórum da cidade de Raposa, na Grande São Luís. À época, foram incendiadas ainda seis viaturas em uma garagem da Polícia Civil.
Menos de dois anos depois, a Força Nacional está de volta ao Maranhão, mais uma vez para conter a violência nos bairros da capital, após uma onda de incêndios que culminaram com 15 atentados, de quinta-feira (19) até o domingo (22), entre concluídos e tentativas de incêndios a ônibus do transporte público.
Mas a Força Nacional não é um policiamento comum, tampouco simples. Criada em 2004 para atender às necessidades emergenciais dos estados quanto à segurança, ela é composta por policiais e bombeiros que, após treinamento ou atuação, regressam aos estados de origem e se reintegram às corporações dos estados. A Força Nacional precisa ser acionada por um pedido expresso dos gestores estaduais, que deve ser respondido em até 48 horas.
Força de Paz
A Força de Manutenção da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), que serviu de inspiração para a criação da Força Nacional de Segurança no Brasil, foi criada em 1948, e é formada por forças militares dos países-membros da Organização para atuar com áreas de conflito armado. Geralmente, suas missões dizem respeito ao monitoramento de cessar-fogo e supervisionamento de tropas.
Elite Policial
Força Nacional

Os policiais e bombeiros que compõem a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) passam por rigoroso treinamento, coordenados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). O Brasil foi buscar na Força de Paz da Organização das Nações Unidas o modelo para implantação de sua tropa de elite, algo parecido também com a Swat, as forças especiais norte-americanas altamente especializadas, um grupo seleto formado por policiais voluntários. As informações são do Ministério da Justiça.

Hoje, cerca de 13 mil policiais já passaram pela Força Nacional, em um treinamento de duas semanas, onde policiais militares e bombeiros são submetidas “a uma rigorosa rotina de exercícios”, segundo informações da Justiça Federal. Todos os membros da Força Nacional têm entre 25 e 40 anos, e possuem, no mínimo, cinco anos de experiência profissional.
Em 2015, a Força Nacional atuou também no desbloqueio de 12 rodovias federais, dado o bloqueio das vias por caminhoneiros que protestavam pedindo a redução no preço do diesel e do pedágio. Durante a ocupação das favelas do Rio de Janeiro, combate ao tráfico de drogas e rebeliões em presídios, como a ocorrida em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o contingente da Força Nacional também já foi solicitado no Brasil.
Atuação
Força Nacional

A Força Nacional é acionada quando um governador ou um ministro de Estado requisita/determina auxílio federal para conter atos que atentam contra a lei e a ordem e que perigam sair do controle das forças de segurança locais.

Ela já foi utilizada no Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul, primariamente para ajudar a conter rebeliões em presídios. O governo federal chegou a oferecer a presença Força Nacional ao Estado de São Paulo, durante os ataques às forças de segurança estaduais ocorridos em 2006, mas a oferta foi recusada pelo governo do estado paulista. Além disso, nos últimos anos, ela foi requisitada pelos estados de Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Maranhão
A maior operação aconteceu em 2007, no Rio de Janeiro, quando cerca de 500 homens e 52 viaturas foram enviados para patrulhar 19 pontos de divisa do estado, a pedido do governador Sérgio Cabral Filho, por conta de ataques de facções criminosas.
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