Rio de Janeiro

Delegada: ‘estupro coletivo está provado’

Instituto Médico Legal diz que não encontrou sinais de violência

A Polícia Civil no Rio de Janeiro afirmou, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, que a menor vítima de estupro coletivo não apresentava indícios de violência, segundo laudo do Instituto Médico Legal. De acordo com o documento, a demora da adolescente de 16 anos em acionar a polícia foi determinante para o resultado. 
A polícia ainda ressaltou que o laudo não é determinante para provar o crime. De acordo com a delegada, o resultado do exame de DNA – que evidencia o material biológico dos suspeitos e encontra os agressores – depende do tempo após o estupro e do uso de preservativos ou não. “A gente está ali para acolher a vítima, ouvir e fazer todos os procedimentos legais para encaminhar as autoridades que vão investigar o fato”, afirmou a delegada Cristina Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). 
A delegada afirma que a vítima deve ser protegida e a investigação corre em segredo de Justiça. Ela assumiu a coordenação deste inquérito policial no domingo (29/5). “O exame de corpo e delito é importante, mas não é determinante de fato. No caso desta jovem, se ela estava desacordada, não haverá indícios de violência física”, diz.
Operação
Na manhã de hoje, a polícia do Rio de Janeiro cumpriu mandados judiciais em busca dos suspeitos de terem estuprado a adolescente. Entre os procurados estão Lucas Perdomo Duarte Santos, 20 anos, apontado como namorado da vítima, Raí de Souza, que admitiu ter divulgado o vídeo, e outros quatro homens.
“Desrespeitada”
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, a adolescente afirmou que está recebendo ameaças pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos. “Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento. Acho que é por isso que as mulheres não fazem denúncias”, disse a adolescente.
Ela também reclamou da exposição durante o depoimento e da indiscrição dos policiais. Segundo ela, ao ser interrogada, havia três homens dentro da sala, incluindo o delegado Alessandro Thiers, então encarregado do caso. “A sala era de vidro e todo mundo que passava via. Ele (o delegado) botou na mesa as fotos e o vídeo, assim, expostos e me falou: ‘Conta aí’. Não perguntou se eu estava bem, como estava me sentindo, se tinha proteção. Ele perguntou se eu tinha o costume de fazer isso (sexo grupal), se gostava de fazer isso.” A adolescente afirma que, a partir desse momento, não respondeu mais às perguntas. Nenhum representante da polícia do Rio foi encontrado para comentar as declarações.
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