O LUXO DO CRIME

Chefes do tráfico vivem vidas de luxo em bairros de alto padrão em São Luís

Segundo a ONU contra Drogas e Crime, o crime organizado, como um todo, tem ganhos anuais de US$ 2 trilhões

Com números impressionantes, o tráfico de drogas é o campeão no ranking de lucros de atividades ilegais no mundo, chegando a ganhos de US$ 320 bilhões, o que corresponde a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Segundo o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) contra Drogas e Crime, o crime organizado, como um todo, tem ganhos anuais de US$ 2 trilhões, isso corresponde, por exemplo, a 3,6% de tudo que se produz e consome no mundo em um ano, ou a quatro vezes o PIB da Argentina, e quase dez vezes o da Colômbia, a maior produtora mundial de cocaína durante os anos 1980 e 1990.
Já o Fórum Econômico Mundial faz uma estimativa um pouco mais modesta, cerca de US$ 1 trilhão ao ano, usando para a estimativa dados da pesquisa de 2011 feita pelo Global Financial Integrity (GFI), de Washington, nos Estados Unidos.
De acordo com as pesquisas, seguem no ranking a falsificação, com US$ 250 bilhões; o tráfico humano, com US$ 31,6 bilhões; tráfico ilegal de petróleo, com ganhos de US$ 10,8 bilhões; e em quinto o tráfico de vida selvagem, que lucra até US$ 10 bilhões por ano.
Quando se fala em Maranhão, a realidade não é diferente, com grandes traficantes de drogas lucrando milhões de reais todos os meses, de acordo com estimativas feitas pela Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Senarc).
A contagem no Maranhão começou em agosto do ano passado, quando a Senarc foi criada. Segundo a Polícia Civil do Estado, as apreensões de entorpecentes aumentaram significativamente com o novo escritório, que também apreende veículos, bens e quantias em dinheiro.

O Imparcial

Foto: Valdemar Viegas, delegado da Denarc

Vida de “Reis” 

Segundo o chefe do Departamento de Repressão ao Narcotráfico na Capital, Valdemar Viegas, ao contrário do que se pode pensar, quando a maioria dos pontos de venda de drogas está nos bairros mais carentes, os chefes do tráfico no Maranhão levam um estilo de vida luxuoso, vivendo em residências “mascaradas” em bairros de alto poder aquisitivo.

“Eles alugam casas, alugam carros, para que não fiquem ligados a determinado local. O dia que não dá mais certo em um lugar, eles não têm vínculo. Alugam casas boas e vivem ali até o momento que algo dê errado”, contou Viegas.

Ele explica também que as casas e carros chegam a ser abandonados, gerando uma facilidade em se mover de uma parte para outra da cidade ou estado, e para não manterem nada em seus nomes, que podem ser rastreados pela polícia.
As identidades dos traficantes são conhecidas pelos policiais, mas permanecem em sigilo de investigação até que todo o bando seja preso, e a polícia evita falar em nomes conhecidos como Louro Bil, que, segundo relatos da comunidade, possui comércio no Bairro de Fátima. “Temos prendido muitas pessoas durante as grandes apreensões. Se falarmos em nome, eles vão saber em que estamos trabalhando e podem mudar as rotas”, explicou Viegas.
“Continuamos trabalhando em cima de muitos deles, na iminência de prender pessoas próximas. Dizer nomes não seria conveniente. Podemos falar no Marquinhos da Matança, um cara forte no tráfico. Ele tinha uma residência de luxo alugada no bairro do Araçagi”, contou. Matança era foragido da polícia, e possui ligações com traficantes do Mato Grosso e Goiás. Na casa também foi encontrada uma grande quantidade de drogas, segundo relatos da polícia.
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