AEDES AEGYPTI

Maranhão tem 573 casos confirmados da febre chikungunya

Segundo levantamento realizado pela SES, o número de casos de chikungunya cresce 415% no Maranhão em relação ao mesmo período do ano passado

Chikungunya, zika

Febre acima de 39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Esses são os sintomas e sinais da febre chikungunya.

Nos últimos dias, a doença vem chamando a atenção de milhares de maranhenses. A febre chikungunya tem se espalhado pelo estado de forma preocupante. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), já foram somados 573 casos confirmados da febre chikungunya em todo o Maranhão somente neste ano, que equivale a um aumento de 415%.
Em 2015, no Maranhão, foram notificados 434 casos de chikungunya, sendo 138 confirmados. Em São Luís, 168 casos foram notificados e, destes, apenas 101 confirmados.
Na cidade de São José de Ribamar, foram notificados e confirmados três casos. Paço do Lumiar notificou dois casos, mas nenhum foi confirmado. Em Raposa, houve uma notificação, mas não foi confirmada.
Chikungunya, zika

A SES informa que neste ano de 2016, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até a 14ª semana epidemiológica, foram notificados no Maranhão 1.360 casos de chikungunya e, destes, somente 573 confirmados. Nenhum óbito foi notificado.

Em São Luís, foram notificados 518 casos e, destes, 456 confirmados. Em Paço do Lumiar, foram notificados e confirmados oito casos. Na cidade de São José de Ribamar, foram notificados 15 casos, sendo 14 confirmados. Em Raposa, não houve notificação até o momento.
O aposentado Lourival Santos, de 79 anos, conta que já teve febre chikungunya há duas semanas e, até hoje, sente dores. “Não sei que doença maldita é essa. Há mais de uma semana me recuperei, estou quase 100%, mas, até hoje, sinto dores nas articulações. Espero que isso passe logo. Fui ao médico e fiz o exame que, infelizmente, constatou essa febre”, contou o aposentado.
Dona Zenita Trindade, de 75 anos, conta que, infelizmente, só após ficar doente fez uma faxina no quintal de sua casa. “Às vezes as pessoas pensam que é brincadeira, mas sentir as dores que senti, passar pelo que eu passei, não é fácil, as dores são grandes, senti meu corpo todo inchado. Infelizmente, só mandei limpar meu quintal após ficar doente, mas acredito que, se eu tivesse feito isso antes, não teria passado pelo que passei”, desabafou.
O secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, diz que o mosquito Aedes aegypti é inimigo do nosso estado. “Esse é o inimigo número um do nosso estado.
Os números de casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti aumentaram, por isso, não podemos baixar a guarda. É um compromisso do governo, juntamente com a sociedade, alcançar a meta do Ministério da Saúde que é reduzir o índice de infestação para menos de 1%”, afirmou o secretário.
Entrevista// Marcos Pacheco
Marcos Pacheco secretário de saúde do estado do maranhão

O secretário ainda afirmou: “Se reforçarmos que toda a população faça o dever de casa e evite os ambientes propícios para o mosquito, estaremos cada vez mais perto de alcançar este objetivo”, disse Marcos Pacheco. Em entrevista a O Imparcial, o secretário de Saúde tira algumas dúvidas de milhares de maranhenses sobre a febre chikungunya.

O Imparcial – Como o estado tem identificado os casos de suspeito da Febre Chikungunya?
Marcos Pacheco – O Ministério da Saúde (MS) padronizou em todo território nacional o diagnóstico clínico e laboratorial para esses agravos de saúde pública. O Brasil adota o protocolo de condutas que prioriza o acompanhamento da evolução da doença baseado no reconhecimento de elementos clínico-laboratoriais e de condições associadas, que podem ser indicativos de gravidade. Para confirmação laboratorial dos casos suspeitos, as amostras são enviadas para o laboratório de referência, que no estado é o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen/MA).
O que fazer? Existe tratamento?
Em caso de suspeita de dengue, zika ou chikungunya, o paciente deve procurar um serviço de saúde mais próximo. Não existe vacina ou tratamento específico para as doenças, tratam-se somente os sintomas, sendo que não se recomenda o uso de Acetilsalicílico (AAS), devido ao risco de hemorragia. Recomenda-se repouso absoluto ao paciente que deve beber líquidos em abundância. Em relação às gestantes, orienta-se a utilização de roupas compridas (calças e blusas) e uso de repelente, além disso, utilizar telas em janelas e portas e mosquiteiros. Na prevenção, os cuidados são os mesmos para as três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Deve-se evitar água parada, mantendo reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos, evitar também o acúmulo de lixo e realizar o descarte de lixo adequadamente.
Após a picada do mosquito, em quantos dias ocorre o início dos sintomas?
De dois a dez dias, podendo chegar a 12 dias. Esse é o chamado período de incubação.
Se a pessoa for picada neste período, infectará o mosquito?
 Isso pode ocorrer um dia antes do aparecimento da febre até o quinto dia de doença, quando a pessoa ainda tem o vírus na corrente sanguínea. Este período é chamado de viremia.
Dor nas articulações também não ocorre nos casos de dengue?
 Sim, mas a intensidade é menor. Em se tratando de chikungunya, é importante reforçar que a dor articular, presente em 70% a 100% dos casos, é intensa e afeta principalmente pés e mãos (geralmente tornozelos e pulsos).
Existem grupos de maior risco?
 O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença.
Como é feito o tratamento?
 Até o momento não existe um tratamento específico para chikungunya, como no caso da dengue. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (anti-inflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetilsalicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomendase repouso absoluto a
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