Problemas de bairros da região metropolitana pioram com as chuvas
Ruas esburacadas e sem pavimentação pioram no período das chuvas e revoltam moradores que diariamente enfrentam esses transtornos
Crateras no que resta de asfalto e ruas intransitáveis que há anos não recebem nenhum tipo de intervenção são algumas das principais reclamações de moradores dos bairros que ligam os municípios de São José de Ribamar e Paço do Lumiar a São Luís.
São mais de 15 comunidades que diariamente enfrentam transtornos agravados no período das chuvas, que tende a se estender no Maranhão entre os meses de janeiro a maio, com picos pluviométricos em março e abril.
Para os moradores e comerciantes da região que liga São José de Ribamar a São Luís, os transtornos já começam na Av. Nossa Senhora da Vitória, que não foi completamente asfaltada, e se estendem por avenidas menores e ruas entre o Parque Vitória e o Itapiracó.
“Em 2014 vieram aqui e rasparam duas vezes, mas desde 2015 que nem a raspagem foi feita”, conta o empresário Carnilton Diniz, dono de uma loja de vidros automotivos próximo ao “começo do fim” do asfalto da Av. Nossa Senhora.
Já o senhor Raimundo Pessoa conta que já não se lembra de um tempo em que a Rua São Pedro, no bairro do Itapiracó, tenha estado em boas condições de tráfego. “Há muito tempo nada é feito aqui. Sempre foi assim, e piora demais quando chove. Tem assaltos e muita gente desvia da rua, passando com carros e motos pelo terreno das casas”, contou o morador, fazendo referência a um assalto que presenciou na última sexta-feira, quando dois homens em uma moto abordaram um Classic que faz transporte escolar. “As prefeituras deveriam se unir, ou chamar o Governo do Estado. As empresas de ônibus nem queriam colocar carros novos para circular aqui, de tanto que é difícil. O prefeito (Gil Cutrim) nunca mais veio aqui desde que foi eleito, mas costumava estar nessas ruas”, lembra o morador do bairro do Itapiracó, Antônio Neto.
Em nota, a Prefeitura Municipal de São José de Ribamar informou que já asfaltou algumas vias nos bairros citados, sendo 10 no Parque Vitória, a Av. Principal do Alto Turu, a Av. Carlos Augusto, principal avenida do Parque Jair, e que as demais ruas foram incluídas pela prefeitura no cronograma do programa Mais Asfalto, do Governo do Estado. De acordo com a nota, a prefeitura também solicitou “apoio para execução da obra de implantação de drenagem profunda e pavimentação de toda extensão da Avenida Nossa Senhora da Vitória. O projeto da obra está cadastrado na Secretaria de Estado da Infraestrutura e o governo estadual já solicitou positivamente no sentido de executar os serviços”.
No Roseana Sarney, uma continuação da Vila Izabel Cafeteira, até mesmo a rua principal está cheia de buracos. “Já reclamamos muito com a prefeitura, mas nada foi feito. Ninguém nunca veio aqui nem olhar as condições, ou falar com a gente”, contou Michel Silva, que há cinco anos mora com a família na Avenida do Sindicato, a principal via de acesso ao bairro.
No conjunto Manaíra, o empresário Raimundo Araújo disse que a avenida, que pertence também ao conjunto Paranã, foi asfaltada recentemente, mas, com o início das chuvas, os buracos começaram a aparecer. “É um asfalto péssimo, não é antigo, mas já está cheio de buracos. Nas outras ruas, os moradores têm de pôr pedras pros carros passarem”, disse.
A vendedora Laura Meireles, moradora há mais de uma década da Vila Cafeteira, conta que lá a situação se repete, com ruas sem qualquer cuidado, outras que não passam carro e moradores que se veem obrigados a colocar entulhos de construção civil para amenizar a situação. “Em todo o bairro apenas a Av. Quatro tem asfalto, porque é onde passam os ônibus. Aqui é assim, só asfaltam as ruas que os ônibus passam, as outras ninguém liga”, ressaltou.
Segundo o presidente do Conselho Comunitário G13, Dionilson Pereira, a Prefeitura Municipal de São José de Ribamar tem conhecimento da situação das ruas. “Nos disseram que só vão fazer alguma coisa depois do inverno e que estão dependendo do governador. O poder municipal aqui não nos dá importância”, disse Pereira. Segundo o líder comunitário, dezenas de ofícios já foram protocolados em relação à infraestrutura, segurança, saúde e educação, junto à prefeitura municipal e a algumas secretarias do Governo do Estado. “Em dezembro nos falaram em R$ 5 milhões par tapar buracos nas ruas onde passam ônibus. Ainda não foi feito nada”, ressaltou.