Mulheres maranhenses buscam naturalidade nos cabelos com cachos
No Beco Catarina Mina, localizado no Centro Histórico, há o salão Afro Zindse, especializado nesse segmento

“Creio que alisei por questão de influência, mas, mesmo assim, não estava satisfeita com o meu cabelo, porém, continuava alisando com a esperança de ficar mais bonito. Me arrependo de ter alisado, gosto dos meu cachos e agora quero continuar com eles. Tudo é uma questão de amadurecimento, e ainda bem que temos salões especializados”, comentou Paiva.
No Beco Catarina Mina, localizado no Centro Histórico, há o salão Afro Zindse, especializado nesse segmento. No local, especialistas buscam ressaltar a beleza dos fios, para isso acessórios e penteados são pensados especialmente para os cabelos crespos. “Sou uma profissional, sei fazer alisamentos, luzes,mas aqui me especializei nos cabelos crespos. Essa é a diferença do salão afro, pois estamos voltados para os cabelos crespos”, afirmou a proprietária Rosa Lina de Oliveira.

No Maranhão, cerca de 74% da população é negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Mesmo diante desse quantitativo, havia poucas opções voltadas para o segmento da beleza negra.
A empresária Josy Dominice, assim como Rosa Lina, apostou e resolveu investir em um salão voltado para o cabelo crespo, o Cachearte, localizado no Vinhais. “Enquanto mulher de cabelo cacheado, eu sempre sentia dificuldade de encontrar locais e profissionais especializados nos cuidados aos nossos cabelos, então, percebi isso no mercado e me especializei para oferecer esse serviço que não tinha”, afirmou.
Dominice ressaltou também as vantagens do cabelo natural e enfatiza que a naturalidade dos fios serve de identidade e representação. “Não precisa colocar química, podem cuidar em casa, uma forma cômoda, não precisa ser escrava de salão. É um ato político, as pessoas negras servem de representação para outras pessoas, mostrando a beleza que ela tem. Não pela moda, mas, sim, aceitar e amar como você é, até porque nenhuma química vai modificar a raiz do seu cabelo”, pontua.
Especializada em corte e tratamentos voltados para os cabelos afro, ela também dá dicas e consultoria a clientes e internautas de como cuidar dos cachos e mantê-los soltos e bonitos. Seja na fase de transição ou quando o cabelo já está completamente sem a química, a cabeleireira afirma que hidratação é o principal cuidado que se deve ter.
Naturalmente volumoso e ressecado, o cabelo crespo precisa de hidratação para não se arrepiar. Deixar os cabelos crespos livres é libertar as mulheres da ditadura da escova e da chapinha.

Mantenha cachos definidos com um ativador de cachos. Leve o produto na bolsa e borrife de vez em quando ao longo do dia.
• Combata o ressecamento fazendo hidratações semanais. Prefira as máscaras de aminoácidos do trigo e manteiga de karité.
• Para conter o volume, espalhe três gotas de óleo de silicone no cabelo molhado. Retire o excesso de umidade amassando os fios com uma toalha e use o difusor.
• Se quiser deixar secar ao natural, tudo bem: é só espalhar leave-in disciplinador de cachos no cabelo úmido.
• Use diariamente um cosmético redutor de volume à base de aloe vera e proteínas – que mantém a hidratação e doma a cabeleira.
• Três vezes por semana, em casa, aplique máscara com óleo de buriti ou azeite de oliva. No salão, a cada 15 dias, hidrate com queratina vaporizada ou máscara de chocolate. Ambos ajudam os crespos a ficarem suaves.
• Preserve a oleosidade natural: antes da lavagem, passe um pouco de óleo de silicone a partir de dois dedos da raiz. Depois, use o xampu e o condicionador normalmente.
• Para um ondulado perfeito, aplique no cabelo ensopado o equivalente a uma moeda de R$ 1 de gel modelador e, por cima, uma bola (de tênis) de mousse. Amasse com uma toalha e deixe secar naturalmente.
• Adote pente de madeira de dentes largos para desembaraçar os fios úmidos.