REVITALIZAÇÃO

Detentos concluem pavimentação da entrada do CDP de Pedrinhas

Em menos de seis meses, desde o início da operação da fábrica em outubro de 2015, os internos já produziram mais de 28 mil blocos, além de 675 peças de meio-fio

Detentos concluem pavimentação da entrada do Centro de Detenção Provisória de Pedrinhas

O trabalho, executado por um grupo de internos, utilizou mais de 23 mil blocos de concreto (blokretes) produzidos na fábrica própria, instalada pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Sejap) no Complexo de Pedrinhas. Após a conclusão desta primeira etapa de revitalização do estacionamento do CDP, os detentos já iniciaram o paisagismo em canteiros que vão ornamentar a fachada do local, que tem área total de 114 metros quadrados. As ações integram o processo de ressocialização de apenados, instituído pelo Governo do Maranhão, que prepara e qualifica os internos para o mercado de trabalho.

“A revitalização do complexo não se resume a uma simples pintura na fachada. Ao contrário, é o reflexo de um Governo organizado e comprometido com a questão prisional. O conjunto de unidades prisionais instalado no bairro Pedrinhas se transformou em um canteiro de obras, com a mão-de-obra dos próprios internos que, ao término dos serviços, na capital, seguirão trabalhando, com remuneração, na recuperação dos estabelecimentos penais do interior”, disse o secretário de Administração Penitenciária, Murilo Andrade de Oliveira.

Em menos de seis meses, desde o início da operação da fábrica em outubro de 2015, os internos já produziram mais de 28 mil blocos, além de 675 peças de meio-fio. A pavimentação de concreto está sendo realizada nos estacionamentos, passarelas e meios-fios do Complexo. Agora, eles trabalham no plantio de alfinetes nos canteiros ao redor do estacionamento. A Sejap adquiriu 12 mil mudas que farão a composição das fachadas de cada prédio localizado no Complexo de Pedrinhas e nas outras unidades prisionais de São Luís.

Segundo a supervisora de Trabalho e Renda da Sejap, Grazielle Bacellar, os internos são selecionados a partir de uma avaliação multidisciplinar para cada tipo de capacitação e respectiva atividade afim. No caso dos blocos de concreto, os internos revezam-se entre o processo de fabricação e o de disposição das peças na pavimentação de cada área.

“Dentro de cada unidade, temos uma equipe de classificação dos internos, que participam de entrevistas com vários profissionais, como terapeutas ocupacionais, psicólogos e médicos. Conforme a demanda da maioria, buscamos parcerias para trazer os cursos de capacitação”, explica Grazielle Bacellar.

Mais de 1.400 detentos em capacitação

Para expandir a cartela de cursos e atender com o máximo de temáticas solicitadas nas qualificações, a Sejap firmou parcerias com a iniciativa privada e com outros órgãos públicos. Empresas como a Inovva, a Mdal Consultoria em Segurança do Trabalho, Masan, O Ciclismo e a Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa) oferecem facilitadores para conduzir as aulas e auxiliar no processo de aprendizagem de novos ofícios. Ao todo, 1.400 internos participam de capacitação e desenvolvem a partir delas alguma nova atividade nos presídios em todo o Maranhão.

A meta é desenvolver habilidades já pré-dispostas nos detentos a fim de deixá-los aptos e capacitados ao mercado de trabalho. O trabalho também colabora com o desenvolvimento psicossocial dos internos, que fortalecem o relacionamento interpessoal, a noção de equipe, sentem-se úteis na prática de atividades e melhoram a autoestima.

Paralelamente aos cursos onde aprendem a fabricar e instalar os blokretes, por exemplo, os internos também recebem cursos de uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “Eles são remunerados, assistidos por uma equipe psicossocial e desfrutam de cursos profissionalizantes, justamente para que saiam daqui como mão-de-obra especializada”, conta Grazielle.

A supervisora de Trabalho e Renda da Sejap contabiliza os cursos já ministrados e os que começarão em breve. Segundo ela, de serralheria a panificação e artesanato, cada oficina e capacitação atrai parte do público alvo. No Centro de Reeducação e inclusão de mulheres apenadas (Crisma), 25 mulheres participam do curso Mãos de Fada, pelo qual elas aprendem pintura, bordado, crochê e outras práticas artesanais.

Parte das mulheres já se prepara para um novo curso, que vai habilitá-las ao cultivo de hortaliças em hortas artesanais. Em todo o sistema penitenciário maranhense, já há 18 canteiros disponíveis para o trabalho, executado em parceria com a Masan. As hortaliças colhidas servirão para consumo interno e para doação às famílias das apenadas.

Na estrutura de panificadora montada na unidade do Olho d’Água, 40 internos foram qualificados e já produzem pães, bolos e salgados. Em parceria com a Semapa, que leva o conhecimento e as técnicas, além do curso de panificação, serão oferecidos cursos de bolos confeitados e de fabricação de sorvetes, este último com início programado para a próxima semana. Na Casa de Detenção (Cadet) de Pedrinhas, em três meses desde que começaram a produzir, os detentos já entregaram quase 1000 pares de chinelos.

Oficinas de gesso, de aros de bicicleta, de jarros de cimento e de almofadas também estão sendo oferecidas, distribuídas pelas unidades da capital e do interior. Para este semestre, estão previstas outras capacitações, como em serigrafia, lavanderia, tijolos ecológicos, fraldas descartáveis, sabonetes e corte e costura.

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