OPERAÇÃO DETONANDO

Desvio da prefeitura de São Domingos do Azeitão passa de R$ 1 milhão

O ex-prefeito José Cardoso é suspeito de integrar esquema de agiotagem no estado. Ele e a esposa cumprem prisão temporária

Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.


Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Nas mão de agiotas foram encontrados cheques nos valores de R$ 300 mil e R$ 600 mil

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão apresentou na manhã desta quarta-feira, detalhes da prisão de prisão do ex-prefeito da cidade de São Domingos do Azeitão, José Cardoso da Silva Filho. 

De acordo com o delegado Leonardo
Fagundes, mais de R$ 1 milhão foram desviados dos cofres públicos do município.
A Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (SECOR), realizou mais uma etapa da operação ‘Detonando’, ontem, com a prisão de José Cardoso e sua esposa.

O ex-prefeito é suspeito de integrar esquema de agiotagem implantado em várias cidades do estado, por quadrilhas especialistas em desvio de dinheiro público. 

Foram realizadas busca e apreensão de documentos e computadores na casa de José Cardoso. No momento da operação, o ex-prefeito estava em casa junto com sua esposa Lêda Cardoso. Os dois foram encaminhados para a delegacia para prestar depoimento e cumprirão prisão temporária de cinco dias.

Na operação, o ex-prefeito Sebastião Fernandes Barros também foi procurado, porém não foi encontrado.

Outras operações

A Polícia Civil iniciou o combate a agiotagem no Maranhão após desdobramentos da Operação Detonando, que investigou o assassinato do jornalista Décio Sá, em 2012. Durante as investigações sobre o caso, foram presos os empresários Gláucio Alencar e José Miranda, pai e filho acusados de encomendar a morte do blogueiro e de comandar um esquema de agiotagem em 42 prefeituras do Maranhão.

As ações foram intensificadas em 2015 quando foi deflagrada a Operação Imperador, derivada da Operação Detonando. Imperador é como se autodenominava um dos suspeitos, o filho da ex-prefeita de Dom Pedro, Eduardo Barros, o Eduardo DP. Na ocasião, foram cumpridos 38 mandatos de busca e apreensão pela Polícia Civil.
Na época foi detectada a existência de 10 empresas fantasmas para fraudar processos licitatórios durante a gestão de Arlene Barros Costa (2009 a 2012) período em que ela esteve à frente da Prefeitura de Dom Pedro. A polícia descobriu o desvio de R$ 5 milhões que seriam destinados a medicamentos e merenda escolar, por conta da agiotagem.
Em maio de 2015, durante as operações “Maharaja” e “Morta-Viva”, a Polícia Civil cumpriu mandatos de prisão temporária e conduções coercitivas, nos municípios de Marajá do Sena, Zé Doca. Na ocasião foram autuados o prefeito de Bacuri (MA) Richard Nixon (PMDB), o prefeito de Marajá do Sena (MA) Edvan Costa (PMN), o ex-prefeito de Marajá do Sena, Perachi Roberto Farias; o contador municipal José Epitácio Muniz, o Cafeteira; Rui Clemêncio Barbosa, que seria “laranja” em negócios da Prefeitura de Zé Doca (MA), e Francisco Jesus Silva Soares, que é empresário emissor de notas para os municípios de Zé Doca e Marajá do Sena.
Preso também durante essas operações, o empresário Josival Cavalcante da Silva, “Pacovan” teve um cofre apreendido, onde foram encontrados vários talões de cheque e documentos relacionados a prefeituras do interior do estado. O empresário já havia sido preso em 2011 e 2013, nas operações Usura I e Usura II da Polícia Federal (PF), por participação em uma quadrilha que desviou mais de R$ 5,5 milhões dos cofres da Prefeitura de São João do Paraíso. Pacovan ficou preso por 10 dias.
A operação El Berite II realizada em novembro de 2015 pela Polícia Civil do Estado do Maranhão, por meio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais efetuou as prisões de investigados em casos de agiotagem ligados à gestão do ex-prefeito de Bacabal Raimundo Nonato Lisboa.
Caso Pacovan
Preso mai uma vez em 18 de novembro de 2015, Josival Cavalcante da Silva, “Pacovan”, foi denunciado por atividades criminosas junto a outras prefeituras maranhenses, como São Mateus e Zé Doca. O acusado fora libertado após a concessão de um habeas corpus em seu favor no dia 31 de janeiro.
No entanto, no dia 22 de fevereiro foi deferido o pedido de reconsideração da decisão que concedeu liminar para libertar Pacovan, que foi mais uma vez preso no dia 23, durante operação da Polícia Civil.
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