Tem início na Delegacia Especial do Maiobão o inquérito que vai apurar abusos sexuais praticados contra uma adolescente de 13 anos, que seria índia do Bumba meu boi da Maioba, um dos cordões de dança folclórica mais conceituados e tradicionais do estado. O cantador Chagas, que comandava a brincadeira, foi dispensado pelo presidente José Inaldo, logo que tomou conhecimento dos fatos.
A delegada Maria Eunice Rubem, titular da Delegacia Especial do Maiobão, já está de posse de elementos que autorizam a abertura do inquérito que vai correr em segredo de Justiça, visto que já foi constatado que a adolescente teria sido levada para uma casa por um dos acusados e ali estuprada. Daí então, passou a ser aliciada por outros dois, dos quais o cantador Chagas, que passou a enviar mensagens via WhatsApp para a adolescente, fazendo propostas indecorosas.
A família da vítima descobriu o que estava acontecendo e adotou providências imediatas, que foram levadas para a Delegacia do Maiobão, tendo sua titular, delegada Eunice Rubem, baixado portaria para instauração da peça informativa, que será encaminhada para o Judiciário. Na próxima semana serão iniciadas as tomadas de depoimentos na Polícia Judiciária. Serão indiciados o cantador Chagas e os indivíduos Renan e Frank, que seriam percussionistas do Bumba-boi da Maioba, por crime de estupro de vulnerável.
José Inaldo, presidente do Boi da Maioba, disse que foi informado dos fatos e que conversou com o cantador Chagas, pedindo ao mesmo que se afastasse para que tivesse tempo para cuidar da sua defesa e que, no entanto, Chagas se afastou em definitivo e assinou, de imediato, contrato com o Bumba-Boi de São José de Ribamar.
O presidente José Inaldo disse que lamentou o ocorrido, mas teve provas evidentes do aliciamento praticado, através das mensagens enviadas por Chagas à adolescente, via WhatsApp, registradas no telefone da vítima. A adolescente é filha de uma diretora do Boi da Maioba e afilhada de José Inaldo.
O cantador Chagas foi procurado pela reportagem de O Imparcial, mas preferiu não se pronunciar, passando para o seu advogado de defesa, Mozart Baldez, que disse que nada podia falar por não haver ainda nenhuma acusação formal contra seu cliente, e que o que está havendo é uma exploração em torno do nome do cantador Chagas, por ser uma pessoa famosa na cultura popular do estado.