CARNAVAL

Mais de 370 condutores autuados pela Lei Seca durante o carnaval

Em São Luís foram realizados 1.855 teste de alcoolemia. Somado recusas, infrações e crimes foram um total de 375 casos registrados entre a sexta-feira e a terça-feira de carnaval

Bafômetro - Fiscalização - Carnaval

A aplicação da Lei Seca (Lei 11.705/2008) tem ajudado a diminuir o número de acidentes no trânsito. Esse ano as ações educativas e de fiscalização durante o período de carnaval, foram planejadas e coordenadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MA) em parceria com a Polícia Militar, por meio da Companhia de Policia Militar Rodoviária Independente (CPRv Ind) e secretarias municipais de trânsito.

“O objetivo da campanha é alertar e conscientizar o condutor sobre a importância da prevenção e cuidados no trânsito, principalmente no Carnaval, quando, geralmente, as pessoas abusam de bebidas alcoólicas”, destaca o diretor-geral do Detran-MA, Antonio Nunes.

“Com a chegada dos novos policiais militares e de novas viaturas para a PM-MA, a fiscalização nas cidades foi reforçada, a fim de reduzirmos as incidências de acidentes nesse período”, completou.

As blitzen ocorreram em cerca de 20 regiões estratégicas do estado.

Em São Luís foram realizados 1.855 teste de alcoolemia. Somado recusas, infrações e crimes foram um total de 375 casos registrados entre a sexta-feira e a terça-feira de carnaval. 51 veículos ficaram detidos. No mesmo período do ano passado, foram registrados 151 casos de alcoolemia.

De acordo com o major Augusto Magalhães, comandante da Companhia de Polícia Militar Rodoviária Independente (CPRv Ind), o aumento do número de autuações em comparação há anos anteriores, não esta relacionado ao aumento do consumo de álcool da parte dos foliões.

“Esse número é consequência do aumento na fiscalização. Consequentemente, diminui a quantidade de acidentes relacionados a álcool e direção. Esse ano, não tivemos registro de morte na região metropolitana, relacionado a essa infração”, comenta o major.

O publicitário Paulo Malheiros foi um dos vários motoristas abordados durante as blitzen. Ele considera importantes ações como essa, pois lhe deu maior sensação de segurança no trânsito, já que nesse período é maior a ocorrência de acidentes relacionados a álcool e direção.

“Eu fiquei muito feliz em ver pela primeira vez, de fato, a blitz funcionar. Ações como essa são fundamental no período de carnaval, época de maior incidência de acidentes causados por álcool no trânsito, porém, é importante que essas ações se estendam por todo ano. Outra alternativa viável, é a melhoria nos transportes públicos, com ônibus confortáveis, passando sempre nos horários previstos. Isso reduziria a necessidade de usar o transporte particular, consequentemente, a quantidade de carros nas vias da cidade e os congestionamentos”, ressaltou o publicitário.

Alternativa

Ações de fiscalização, intensificadas durante períodos festivos como o carnaval, e campanhas educativas são mecanismos importantes, porem, é preciso avançar em outras ações integradas e em estratégias que diminuam a dependência do carro. O professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Cesar Marques da Silva, especialista em trânsito avalia que poder público deve liderar um debate sobre mobilidade urbana e investir no transporte público para evitar a dobradinha álcool e direção.

“Essa ação de proporcionar a mobilidade sem a necessidade de usar o automóvel facilita porque as pessoas podem se divertir sem ter a necessidade de usar o álcool. Tudo isso funcionando direitinho, a gente tem, lá na ponta, a redução do número de acidentes”, afirmou o especialista.

Efeitos do álcool

A psiquiatra e pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) Carolina Hanna Chaim alerta que pessoas sob o efeito de álcool apresentam dificuldades de percepção, coordenação motora e concentração, o que resulta em uma redução drástica na capacidade de dirigir. “As pessoas têm que ter consciência da gravidade desse comportamento. Muitas vezes, isso passa um pouco pela convivência coletiva, como se não fosse um hábito tão perigoso, mas é perigosíssimo porque você coloca em risco a sua vida e a de pessoas que não têm nenhuma relação com isso”, alertou.

Carolina observa ainda que o uso de álcool geralmente é associado a outras condutas perigosas ao volante como ultrapassar o limite de velocidade da via, não utilizar o cinto de segurança, dirigir cansado, sob o efeito substâncias psicoativas e, inclusive, o uso de celular. “A Lei Seca ajuda, ela foi uma iniciativa positiva, pois ajuda a conscientizar da gravidade e até coibir as pessoas que não teriam essa conscientização a partir de iniciativa própria, mas a lei, sozinha, não muda [a forma de agir das pessoas]”, afirma.
Para aumentar o nível de conscientização da população, a especialista aposta em ações focadas nos futuros condutores. “Com conteúdo mais interativo e que possa acessar esses jovens que no futuro serão os motoristas. Precisamos construir uma nova geração de motoristas mais conscientes.”

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