Denúncias da Operação Lava-Jato seguem em ritmo lento
Onze meses depois da abertura dos inquéritos, PGR pediu que apenas sete dos 56 políticos com foro privilegiado se transformassem em réus, na lista, o senador Edison Lobão (PMDB-MA)
Julgamento
Há trabalho para fazer tanto nos seis inquéritos em que houve denúncia quanto nos 35 em apuração menos adiantada. Nos primeiros, o objetivo é que o Supremo julgue logo o recebimento das acusações. As primeiras foram apresentadas em agosto, mas ainda não viraram ações penais. No caso de Eduardo Cunha, o deputado fez um recurso em dezembro. A procuradoria respondeu no mês passado e, agora, o ministro Teori Zavascki tem que analisar outra petição sigilosa.
Na denúncia contra Collor, o senador prestou esclarecimentos e pediu providências. O processo é sigiloso. O parlamentar é acusado de receber propinas de esquema de desvios de dinheiro na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. O senador Benedito Lira e seu filho, o deputado Artur, responderam à acusação criminal, mas ainda aguardam a análise de Zavascki. Nas denúncias contra Loubet e Meurer, o Supremo intimou os parlamentares a apresentarem defesa prévia. A denúncia contra Delcídio é sigilosa e não se sabe de seu andamento.
Os demais inquéritos seguem com tomadas de depoimentos e análise de documentos, como prestações de contas eleitorais. Na Lava-Jato, os delegados e procuradores encontraram vários indicativos de que, mesmo as doações oficiais aos candidatos, travestiam propinas desviadas de estatais, como a Petrobras e a Eletronuclear.