PRESERVAÇÃO

Seminário aborda uso de plantas medicinais nos cuidados com a saúde

A atividade fez parte do projeto de Valorização das Comunidades de Matriz Africana, realizado pela Fundação Josué Montello

Seminário aborda o uso das práticas tradicionais e plantas medicinais nos cuidados com a saúde

Rodeados por Comigo Ninguém Pode, Cabacinhas, Santas Quitérias, Romãs, Arrudas, Pripriocas e mais algumas dezenas de plantas medicinais, Agentes Comunitários de Saúde, Pais e Mães de Santo e Pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão estiveram reunidos nestas quinta e sexta-feira durante a realização do Seminário Práticas Tradicionais e os Cuidados com a Saúde, realizado no bairro Anjo da Guarda, em São Luís.

A atividade fez parte do projeto de Valorização das Comunidades de Matriz Africana, realizado pela Fundação Josué Montello em parceria com a empresa Vale.
A proposta foi promover a troca de experiências entre os participantes com foco na preservação dos saberes tradicionais dos povos de origem africana acerca da utilização das plantas medicinais, desde o seu cultivo até o seu uso nos cuidados com a saúde.
Durante os dois dias do seminário os participantes tiveram informações sobre o plantio, cultivo e uso adequado das plantas, assim como a identificação de cada uma delas e o seu preparo. Foram discutidas ainda as Políticas Públicas em Saúde e as formas de integrar as Práticas Tradicionais a estas ações.
Segundo a coordenadora do projeto Matriz Africana, Benigna Almeida, desde 2006 existe um Política Nacional de Práticas Complementares à Saúde que reconhece as Práticas Tradicionais como importantes para o cuidado da população. “Nós queremos fomentar a discussão dessa prática de saúde como já acontece em outros estados”, registrou.
Segundo Benigna Almeida, a ideia é que através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), por exemplo, esse conhecimento natural possa ser disseminado nas comunidades carentes com o preparo técnico necessário para a utilização das plantas (chás, banhos, infusões) com segurança. “Nós precisamos tornar a saúde mais barata e acessível a toda a população e o seminário teve o papel de estimular essa realidade”, ressaltou.
De acordo com o ACS, Josuel Silvestre, foi de grande importância a integração entre os saberes tradicionais e os cuidados à saúde. Ele destaca que o SUS hoje tem como proposta a valorização da Atenção Básica, mas que essa melhoria só se dará a partir do momento em que forem respeitados os conhecimentos tradicionais e aplica-los em conjunto com a medicina alopática. “Se não nos aproximarmos desses conhecimentos, continuaremos tendo grandes gargalos na Atenção à Saúde”, afirmou.
Seminário aborda o uso das práticas tradicionais e plantas medicinais nos cuidados com a saúde

Para o Pai de Santo Mariano, que coordenou uma das atividades no Seminário, hoje, ao sentirmos qualquer desconforto, procuramos logo uma farmácia. Segundo ele, a cada dia está se perdendo mais o contato natural com as ervas e, consequentemente, com os conhecimentos tradicionais. De acordo com o sacerdote, o evento teve um resultado bastante positivo. “Esperamos que não se acabe aqui. Temos uma proposta de reunir outros religiosos para fazermos o acompanhamento e multiplicar todo esse conhecimento adquirido”, projetou.

Próximos passos
Já na próxima semana, um grupo de ACS’s fará um treinamento com a equipe da Universidade Federal do Maranhão. Até o final do mês está sendo programada uma atividade similar com integrantes de terreiros afro. O projeto ainda prevê o lançamento de uma cartilha sobre plantas medicinais que já está em fase de produção.
Proposta
O evento foi finalizado com a criação de propostas de integração dos conhecimentos tradicionais às Políticas Públicas de Saúde em São Luís e serão encaminhada à Secretaria Municipal (Semus).
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