ASSISTÊNCIA OFTALMOLÓGICA

Mais de mil óculos são entregues a estudantes jovens e adultos em São Luís

A Semed contabiliza 1138 óculos entregues a estudantes da área de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na rede municipal de São Luís

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) já contabiliza 1138 óculos entregues a estudantes da área de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na rede municipal de São Luís. A assistência oftalmológica aos estudantes dessa modalidade educacional é realizada por meio do Programa Olhar Brasil. De iniciativa do governo federal e executado em parceria com estados e municípios, o programa é desenvolvido pela Prefeitura de São Luís por intermédio de uma articulação entre as secretarias municipais de Educação (Semed) e Saúde (Semus).

Desde o início da atual gestão, foram realizadas 1254 consultas oftalmológicas, beneficiando tanto os alunos regularmente matriculados em classes de EJA da rede municipal quanto os participantes do Programa Brasil Alfabetizado (PBA). No início, as consultas eram realizadas em clínicas particulares mas, em 2015, a Prefeitura de São Luís firmou parceria com o Hospital Universitário Presidente Dutra, o que possibilitou a realização das consultas na clínica oftalmológica do hospital. Nos casos em que a necessidade de óculos é constatada, os estudantes podem escolher um modelo de armação e, posteriormente, recebem os óculos. Todo o processo, da consulta à entrega dos óculos, é inteiramente gratuito.

Prefeitura contabiliza mais de mil óculos entregues a estudantes jovens e adultos

Para muitos estudantes da EJA, o benefício representou a diferença entre continuar ou não os estudos. O secretário municipal de Educação, Geraldo Castro Sobrinho, destacou que a extensão do programa para as classes de jovens e adultos é mais um passo no sentido de garantir atenção integral a toda a rede de ensino de São Luís.

Benefício

Mãe de nove filhos, a doméstica Maria da Conceição Cabral dos Santos, de 63 anos, iniciou o processo de alfabetização há dois anos, “para poder ler jornal”. Hoje ela é uma das estudantes mais assíduas do turno noturno da Unidade de Educação Básica (U.E.B.) Olinda Desterro (Vicente Fialho). Só que D. Maria esbarrou na dificuldade para enxergar o quadro branco da sala de aula. “Eu via tudo embaçado. Não conseguia enxergar as letras no quadro”, recorda. A dificuldade para enxergar que havia começado aos 40 anos de idade piorou e os óculos comprados há muito tempo já não serviam mais. “Lembro que esses últimos óculos que eu usava, eu paguei parcelado. Passei praticamente um ano inteiro pagando meus óculos, com muita dificuldade. Foi Deus que trouxe esse programa e então eu pude me consultar e ter novos óculos de graça”, comemora feliz a estudante, que trabalha durante o dia e estuda à noite.

Em dois anos de estudo, Maria da Conceição já conhece todo o alfabeto, consegue juntar algumas letras, formar palavras e assinar o nome. “Eu ainda não sei ler direito, mas eu chego lá. Quero aprender para poder ler os jornais”, ressalta. Na mesma classe de EJA da U.E.B. Olinda Desterro estudam Yana Ferreira, 22, Claudenir dos Anjos, 35, e Geise Carvalho, de 38 anos – que também têm problemas de visão e, a partir das consultas médicas, receberam seus óculos pelo Projeto Olhar Brasil.

A reclamação da maioria dos estudantes atendidos pelo programa é a dificuldade para ler e copiar as palavras do quadro para o caderno. Yana Ferreira, que também trabalha como doméstica durante o dia, diz que até mesmo pegar um ônibus era difícil. “Cansei de perder o ônibus. Eu tentava ler o letreiro onde diz o destino e, como a minha vista estava ruim, quando eu conseguia ver direito não dava mais tempo de fazer sinal de parada”, relembra Yana, que até então nunca tinha usado óculos. “Estou muito feliz, porque até mesmo a armação dos meus óculos fui eu quem pude escolher”, fala sorridente a jovem.

Claudenir, que trabalha como diarista, e Geise, dona de casa, também não usavam óculos antes das consultas do projeto Olhar Brasil. “Sentia dor de cabeça e não enxergava direito, mas nunca tive dinheiro suficiente para comprar um óculos. Agora não tenho mais dor de cabeça”, garante Claudenir”. Já Geise, além de agora conseguir copiar direitinho tudo o que o professor escreve no quadro, ganhou elogios do marido quando chegou em casa com os óculos novos. “Ele disse: ‘querida, os óculos combinaram com os seus olhos'”, recordou Geise.

A satisfação com o programa é unânime entre os estudantes do turno noturno da U.E.B. Olinda Desterro – principalmente porque após as consultas, eles próprios puderam escolher a armação. Além de solucionar as dificuldades de visão, o atendimento oftalmológico e a posterior entrega dos óculos melhoraram – e muito – a aprendizagem dos jovens, adultos e idosos beneficiados. “Havia um déficit de aprendizagem muito grande. O professor explicava muitas vezes, mas a fixação era lenta, por conta das dificuldades de visão. Tinha aluno que abaixava a cabeça até poucos centímetros do caderno pra poder enxergar. Ficava com o olho quase colado no caderno”, conta a Maria de Nazaré Franco Silva, coordenadora pedagógica de EJA da escola.

A gestora da U.E.B. Olinda Desterro, Denise Barbosa Duarte, também destacou os benefícios do programa. “Sabemos que existe uma carência de recursos e por isso, muitos não conseguem comprar os óculos. Os alunos vibraram com a notícia do programa e depois, com a entrega dos óculos. Parabenizo a Prefeitura de São Luís pela execução deste programa que trouxe um grande benefício para a educação em nossa cidade”, disse a gestora.

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