ADAPTAÇÃO

Crise atinge rematrículas da rede particular de ensino

Estabelecimentos de ensino e escolas particulares estão sentindo reflexo da crise financeira do Brasil, que mudou o comportamento de pais com relação à rematrícula de seus filhos

Foto: Thiago Veloso/OImp/D.A Press.


Thiago Veloso/OImp/D.A Press

Dona de casa Rayana Aparecida Lopes, antes de matricular o filho, afirmou que fez uma pesquisa de preços das escolas particulares da capital

O início do ano chegou e os pais correm para fazer rematrículas e matrículas dos filhos nas escolas particulares. Com o atual cenário político e econômico, muitas famílias tiveram que mudar seus filhos das escolas particulares para a rede de ensino público ou para escolas com a mensalidade mais barata por conta da crise.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estabelecimento de Ensino do Estado do Maranhão (Sinepe), Paulino Delmar Rodrigues Pereira, as escolas são livres para elaboração de seus contratos como matrículas e rematrículas e também para promover treinamento de gestores e funcionários. Em relação às rematrículas, Paulino Delmar afirmou a O Imparcial que elas têm acontecido de forma normal e não há índice de baixa, migração. Há algumas perdas acentuadas devido às concorrências. “Não temos esse indicativo, as escolas têm feito um trabalho muito bom, os níveis das escolas em São Luís são ótimos, instalações, o trabalho nas escolas, entre outros. No final do mês, teremos um balanço sobre as matrículas e rematrículas”, explicou Paulino Delmar.
Para o gerente financeiro do Colégio São Marcos, situado no Bairro São Marcos, José Francisco Alves Filho, as rematrículas começaram desde o fim de dezembro de 2015 e irão até o dia 15 de janeiro. Segundo ele, houve muita migração de alunos para rede pública, principalmente aqueles pais que tinham mais de um filho matriculado na escola. Outros pais pediram desconto para manter o filho na escola. Dependendo do histórico do aluno, concedemos até bolsas com 50% de desconto. “A crise econômica ocasionou a saída de muitos alunos para as escolas públicas. Muitos pais vieram na escola para tentar fazer acordo, pedir descontos para os filhos continuarem. Porém, não é possível atender a todos, é uma pena”, disse.
Crise atinge rematrículas
Segundo José Francisco Alves, por outro lado, muitas matrículas novas foram realizadas, alunos que vieram de escolas maiores em que a mensalidade chega ser o dobro. Obtivemos 40 alunos também através da parceria feita com o Educa Mais Brasil, projeto onde a escola se cadastra e os alunos pagam apenas 50% da mensalidade, alunos com baixa renda familiar. “Mesmo com todas as perdas, estamos com um grande número de alunos e a procura está grande. Esperamos atender todas as demandas. A procura maior é pelo ensino médio”, concluiu.
A dona de casa Rayana Aparecida Lopes estava matriculando o filho e afirmou que escolheu o Colégio São Marcos justamente por causa do preço. Ela, que se mudou para São Luís há poucos meses vindo de Minas Gerais, contou que fez uma pesquisa de preço em várias escolas da capital e o preço está muito alto. “Eu fiz a pesquisa de preços e fiquei assustada, pois em algumas escolas os preços são exorbitantes. A gente quer fazer tudo pelos nossos filhos, mas tudo dentro dos nossos limites”, afirmou.
Para a diretora do Colégio Ciências Lilia Oliveira, as rematrículas foram positivas, poucos alunos deixaram a instituição de ensino. Muitos pais pediram abatimento na matrículas e rematrículas. Dentro do possível, concedemos alguns para não perder o aluno.
Ela afirma que os poucos alunos que saíram da escola foram atraídos pelo programa Educa Mais Brasil. “Estou satisfeita com o número de rematrículas, apesar de ter perdido alguns alunos para a concorrência. Não fizemos nenhum trabalho de marketing, mesmo assim, atraímos novos alunos. Acredito que o bom trabalho realizado durante 2015 é responsável por esse resultado”, disse a diretora.
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