ALERTA

Chuvas ameaçam moradores de áreas de risco

Para o mês de fevereiro, por determinação do prefeito Edivaldo Holanda, estão previstas as campanhas de prevenção de riscos e desastres

Mapeamento realizado pela Defesa Civil
Atualmente, São Luís está com 60 pontos de áreas de risco, entre alagamento, deslizamento e desabamento, segundo informações da Defesa Civil Municipal, que realizou o mapeamento durante o mês de dezembro para a atualização dos dados das áreas de risco 2015/2016. Com a chuva forte que aconteceu na madrugada de ontem, moradores das áreas ou localidades próximas delas se sentem ameaçados pelo perigo. Os resultados da atualização mostram que a capital maranhense reduziu seis áreas de risco na capital, mas ainda possui 60.
Os principais pontos estão localizados no eixo Itaqui-Bacanga, Coroadinho, Salinas do Sacavém, Túnel do Sacavém, Vila Lobão, Cruzeiro do Anil, Pão de Açúcar, Vila Isabel Cafeteira, Vila Airton Senna (São Raimundo), Cidade Olímpica, Vila Funil e Rio grande.
Ainda de acordo com a Defesa Civil Municipal, as áreas de risco, consideradas pontos críticos, são do bairro do Coroadinho e algumas partes do Sacavém. Pois são áreas de encostas onde podem acontecer deslizamentos, de acordo com o quantitativo de chuvas.
O Imparcial esteve no bairro do Coroadinho e constatou a preocupação e o medo que toma conta dos moradores. Na Rua Babilônia, situada no Coroadinho, é uma dessas áreas de risco, há muitas casas próximas a uma barreira que mede aproximadamente uns 30 metros, que pode desabar após uma chuva forte. O pedreiro Antônio Rufino dos Santos, morador do Coroadinho há mais de 40 anos, afirmou que, nas noites em que chove, ele e a família não conseguem dormir, e cada barulho vindo da rua é motivo para se assustar.
“Quando a chuva começa, ficamos todos em alerta. Todos os anos, quando chega o período chuvoso, ficamos com medo de acontecer o pior. Gostaríamos que algo fosse feito, pelo menos colocar sacos de areia na barreira para reter o barro e não desabar”, disse Antônio Rufino.
Algumas casas que ficam localizadas na Travessa Babilônia encontram-se fechadas, pois os donos foram embora, após inúmeras tentativas de conter o barro que a cada chuva é arrastado para dentro das casas.
Em uma região próxima ao Coroadinho, chamada Alto São Francisco, os moradores reclamam que nunca foi realizado nenhum projeto para tirá-los daquele local e remanejá-los para outra localidade. A aposentada Armatina Silva Costa, de 63 anos, moradora do local há 28, com o esposo Manoel Maria Gonçalves, de 60 anos, afirma que qualquer chuva os deixa assustados e temerosos pelo pior.
Dona Armatina lembrou com tristeza da tragédia que aconteceu no ano de 2014 no bairro, após o deslizamento de uma barreira, causando à morte de uma adolescente. “Eu pensava que, após esta tragédia, o poder público fosse olhar para esta área e resolver nossos problemas. Mas até hoje nada foi feito. A cada chuva é uma noite sem dormir”, afirmou.
Em uma pequena área da casa de dona Armatina Silva, pode-se observar o perigo que ela e o esposo dela correm. Ela contou que, quando os netos vão passar as férias por lá, a porta que dá acesso a esta área permanece o tempo inteiro com o portão trancado para evitar acidentes. Na casa também há várias rachaduras e mesmo assim ela afirma que a Defesa Civil disse que o local não corria risco de desabar. “A gente até se inscreveu no projeto Minha Casa, Minha Vida. Pois, se fosse sorteada, não pensaríamos duas vezes e iríamos embora daqui. Meus filhos brigam direto conosco por morarmos aqui, mas pergunto: vamos para onde?”, concluiu.
Mapeamento
Durante três dias, os agentes da Defesa Civil Municipal percorreram áreas de risco de deslizamentos de encostas visando avaliar a situação em que se encontram estas localidades. “A Defesa Civil Municipal durante todo o ano monitora as áreas de risco. O trabalho é conjunto e envolve as secretarias municipais de Segurança, Assistência Social e Obras e Serviços Públicos, que são fundamentais para um resultado positivo”, enfatizou Breno Galdino, titular da Semusc e coordenador da Defesa Civil Municipal.
Para o mês de fevereiro, por determinação do prefeito Edivaldo Holanda, estão previstas as campanhas de prevenção de riscos e desastres. “Esse é um trabalho onde os agentes da Defesa Civil orientam as famílias que residem em áreas de risco sobre como proceder em casos de sinistros durante o período chuvoso. Além da campanha, os agentes mantêm contato direto com a comunidade por meio dos Núcleos Comunitários”, ressaltou a superintendente da Defesa Civil Municipal, Elitânia Barros.
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