DINHEIRO

Pais estimulam filhos a poupar dinheiro

Educação financeira é importante e vai refletir no comportamento das crianças no futuro

Em tempos de crise, economizar é essencial e aprender a gerenciar os gastos, uma necessidade. Esse comportamento deve ser transmitido de pais para filhos, ainda mais considerando o cenário social cada vez mais consumista. É preciso ensinar os pequenos a poupar, a guardar, a economizar dinheiro. Não é uma tarefa simples, sendo que as crianças costumam querer tudo que olham e que lhes chama a atenção. Tarefa difícil, mas possível. É o que pontua a pedagoga e professora do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Liliam Teresa Martins Freitas. “As crianças devem ser orientadas desde cedo a economizar e essa tarefa cabe, essencialmente, aos pais e responsáveis”, diz.
Adotando pequenas atitudes
Segundo a pedagoga, os pais podem adotar pequenas e simples atitudes que vão dar às crianças uma consciência econômica refletindo na relação futura que terão com o dinheiro. Ela alerta que atender a todos os desejos das crianças pode ser prejudicial e interferir em outras áreas da sociabilidade. “Não é saudável dar à criança tudo que ela quer, mesmo os pais tendo a condição. Senão, corre-se o risco de transformar essa criança em um adulto sem discernimento de limites”. No entanto, Liliam ressalta que guardar dinheiro é bom, mas que nem sempre faz parte da realidade das famílias, isso por que às vezes não sobra ou há má administração. “O desafio é explicar para a criança que ela precisa guardar, mesmo que precise suprir algum desejo. Muito diálogo e exemplos dentro de casa ajudam a criança a entender a questão”, explica a pedagoga.
A conversa foi a tática utilizada pelo jornalista e radialista Leno Carvalho, 37 anos, com o filho Ângelo, de oito anos. Ele lembra que, aos seis anos, o filho demonstrou interesse e curiosidade sobre o tema. O pai lhe presenteou com um cofrinho e foi ensinando-o a guardar para ter em situações mais apertadas. Outra tática foi conversar com o garoto sobre valores comparando itens caros e baratos; relacionando itens úteis e supérfluos. “Hoje, ele entende o que é necessário e o que não é. Quando saímos para fazer compras, ele sempre pergunta se é muito caro. Ou seja, sabe que há um limite para o consumo”, explica Leno Carvalho. Com o dinheirinho poupado, Ângelo já conseguiu comprar um carrinho que desejava. “E ele nem pediu que eu comprasse. Foi com o próprio dinheiro que vinha guardando e fez a aquisição”, lembra o pai orgulhoso.
A especialista orienta os pais a conversarem com a criança e ajudá-la a entender que o dinheiro precisa ser dividido e que se for guardado, sempre vai ter um pouco. “Quanto mais cedo se incentiva a criança a ter uma boa educação financeira, mas chances ela tem de ser controlada no futuro. Mas, sem forçar. É importante respeitar o ciclo de cada pessoa, sua fase de maturidade”, diz. O momento ideal é quando os pais percebem que a criança começa a se interessar por essa questão. “Nesse momento, os pais devem ser objetivos e orientar com total clareza, em uma linguagem que a criança possa compreender”, avalia.
Economia começa em casa
“Eu sempre dizia para eles que quem guarda tem, e acho que eles foram entendendo aos poucos. Hoje, vejo que economizam bem o que ganham”, diz a cabeleireira Solange de Jesus dos Santos, 31 anos. Ela é mãe de dois filhos, Gustavo, de 15 anos, e Weydson, 16, e desde que eram menores costumava dar a eles as moedas do troco de alguma compra. Como toda criança, os meninos logo partiam para a compra de doces e biscoitos. Com o tempo, Solange percebeu que já não gastavam tudo. “O Gustavo sempre guardava uma parte e quando faltava alguma coisa em casa, lá vinha ele com o dinheirinho poupado”, disse ela. Com esse dinheirinho, ela já resolveu questões pontuais como o pão para o café da manhã, o pagamento de transporte para ir ao trabalho e até a alimentação do almoço. “Eles sabem que dinheiro se ganha trabalhando e que não se deve sair comprando tudo. É preciso pensar e fazer o melhor uso. Acho que eles aprenderam”, concluiu.
5 dicas para poupar:
1. Seja o exemplo – Em geral, os filhos seguem as atitudes dos pais. Então, mostre os exemplos nas mais pequenas coisas, como em uma ida ao supermercado. É mais fácil ensinar o que elas veem.
2. Ensine a importância do dinheiro – Alerte para questões ligadas ao consumismo na publicidade, na televisão. As crianças devem estar informadas para lidar com o dinheiro.
3. Recompensar pelo mérito – A criança deve perceber que ganhará algum dinheiro se atingir determinados fins, como comportamento, obediência, desenvolvimento escolar.
4. Atribua responsabilidades – Combine um valor semanal ou mensal para que a criança vá apreendendo a gerenciar o dinheiro num determinado espaço de tempo. Dê objetivos a ele, incentivando-o a poupar para comprar um brinquedo, por exemplo.
5. Reconheça as atitudes – Sempre que a criança agir bem, elogie, estimule a permanecer nesse caminho.
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