ARTIGO

Sofismas Típicas de Republiquetas

No texto da semana passada eu prometi aos meus leitores que hoje falaria acerca dos indicadores maranhenses através das análises que eu fiz com base nos dados da PNAD-2014 que acaba de ser divulgada pelo IBGE. Contudo, diante dos últimos episódios políticos que envolveram as prisões do amigão do Lula, José Carlos Bumlai, e do […]

No texto da semana passada eu prometi aos meus leitores que hoje falaria acerca dos indicadores maranhenses através das análises que eu fiz com base nos dados da PNAD-2014 que acaba de ser divulgada pelo IBGE. Contudo, diante dos últimos episódios políticos que envolveram as prisões do amigão do Lula, José Carlos Bumlai, e do Senador e líder do Governo no Senado, Delcidio do Amaral, não aguentei e resolvi buscar reminiscências e ficar mais confuso do que entender este Brasil adormecido.
Para escrever o texto de hoje inspirei-me num Editorial do jornal “Estadão” que saiu nesta semana. O título do Editorial é: “Os Sofismas do Lula”.
Apenas para situar os meus leitores, “Sofisma” é palavra de origem grega e tem os seguintes significados: raciocínio capcioso, feito com intenção de enganar; argumento ou raciocínio falso, com alguma aparência de verdade; dolo; engano; logro.
Aquele Editorial me fez fazer uma viagem no tempo. Lá pelos idos da “Nova República” por ocasião do Plano Cruzado, quando o então Presidente, nosso conterrâneo, prometeu antes das eleições parlamentares e de governadores em 19 de novembro de 1986, que os preços dos bens e serviços de então não seriam descongelados. Que os eleitores poderiam confiar na palavra dele. Dia seguinte às eleições, e confirmada a vitória do seu partido, descongelou tudo, e a economia brasileira virou um pandemônio. Hiperinflação, desemprego. Loucura total!
Na primeira eleição para Presidente, pós redemocratização em 1989, tendo candidatos como Mário Covas e Ulysses Guimarães, escolhemos para o segundo turno os dois piores que disputaram aquele pleito: Collor e Lula. Collor falou nos seus programas de televisão que, se Lula ganhasse as eleições, os brasileiros iriam ter suas contas bancarias confiscadas. Ele ganhou e fez exatamente isso. Inventou um “empréstimo” fajuta em banco uruguaio para justificar valores exorbitantes na sua conta bancaria. E ainda falava nas sobras de campanha que caíram na sua conta. Mesmo assim, ficou no poder por dois anos até que aparecesse um “Fiat Elba” na garagem da Casa da Dinda, cuja origem era duvidosa, e ele foi defenestrado de um lugar para onde jamais deveria ter ido. E nós pagamos todas, literalmente todas, as suas contas.
Em 1993, o Brasil estava ainda sob a ressaca do afastamento de Collor, apareceu o “Escândalo dos Anões do Orçamento”. Uma triste passagem da história recente do país que envolveu vários parlamentares. Um deles, o Deputado baiano João Alves, era tido como um dos líderes daquele famigerado bando. Esse senhor falava, sem a menor cerimônia, que toda a fortuna que amealhou de repente, e de forma inexplicável, decorreu de ganhos em loterias. Teriam sido vários, sempre ganhando o prêmio maior. Não precisa ser expert em ciências Estatísticas para saber que isso é praticamente impossível. Mas ele tentou fazer crer aos brasileiros que conseguira a façanha.
Em 2014 a candidata à reeleição já avisava que “faria o diabo para se reeleger”. E o pior é que fez. Em campanha falou que se a Marina ganhasse a eleição ela iria colocar um banqueiro no Ministério da Fazenda que usaria politicas ortodoxas, fortemente restritivas, cortaria o programa bolsa família, reduziria gastos com saúde, educação. Dizia o mesmo do candidato tucano. Falou que as contas públicas estavam ajustadas, que a inflação estava sob controle, que o emprego iria aumentar. Tudo isso seria revertido, ela dizia, se os brasileiros a tirassem do poder. Elegeu-se, e já no dia seguinte, começou a fazer tudo o que dizia que os opositores fariam. E continua lá. “Pedalando”, falando asneiras, deixando o País perplexo, sem comando e sem rumo.
Mas o recordista em sofismas é Lula. Em 2005, no auge do escândalo do “mensalão” escolheu Paris para dizer que havia sido traído por companheiros. Contudo, jamais os identificou. “Passado o pior momento, foi para Portugal, dizer que o “mensalão” não existiu. Foi invenção da imprensa golpista. Da direita (todos que se opõem a ele e ao seu partido são de direita) que não quer, segundo o argumento fajuta dele, que pobres andem de avião. Pessoas que ficaram incomodadas porque ele tirou mais de 40 milhões de pessoas da pobreza e fez surgir das cinzas uma classe média. E tudo isso pontificou por algum tempo como verdadeiro. Até atravessou fronteiras.
Depois que saiu da presidência se “danou” a fazer “palestras” caríssimas. Nunca antes nesse (sic) País, alguém ganhou tanto dinheiro com este tipo de atividade. Só que as “palestras” que ele diz ter feito, nunca apareceram em um misero registro, como vídeo ou fotos mostrando-o em atividade. Nunca se soube de alguém que tenha assistido (não vale os amestrados, nem os empresários que pagaram as contas, alguns presos atualmente) às tais palestras. E o homem hoje, segundo se lê na imprensa, é dono de tríplex, sitio com pedalinhos, apartamento de luxo, fora o resto (créditos para o jornalista Augusto Nunes). De quebra, tem filhos que ficaram ricos e moram de graça em apartamentos caros em São Paulo. E tudo é tido como normal. Haja sofismas!
 
* José Lemos é Professor e Coordenador do Laboratório do Semiárido na Universidade Federal do Ceará
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