EM APUROS

Repórter de O Imparcial presencia em três meses oito assaltos a coletivos

Os fatos ocorreram na linha Vila Sarney Filho/Nova Terra

Jorge Severino é nome fictício usado pela reportagem para resguardar do repórter de O Imparcial, que relata as experiências de medo, agressão e assaltos nos coletivos  de São Luís, principalmente os da empresa Transrequinte, que atua na área da Vila Sarney Filho, em São José de Ribamar.
Ele esteve presente em oito assaltos a coletivos nos últimos três meses, sendo que sete foram na linha Nova Terra/Via Maiobão-Centro de São Luís. De tantos assaltos que presenciou, ele criou um “Diário de Assaltos” e nunca teve nenhum pertence levado pelos bandidos.
Na manhã desta quinta-feira, Jorge Severino foi vítima de mais uma grave agressão, enquanto estava no ônibus a caminho do trabalho. Um homem entrou pela porta de trás e ameaçou passageiros exigindo que lhe entregassem celulares e bolsas. Jorge, que estava sentado, foi agredido pelo bandido, sofrendo arranhões. “Acredito em Deus, e só um milagre pode definir o que tenho passado nos últimos meses. Aos que utilizam o transporte coletivo em São Luís e pelas experiências já vividas, digo que evitem os coletivos, em especial nos dias de quintas, sextas e sábados, no período da noite. O fato de presenciar tantos crimes já me fez criar um diário de assaltos, onde coloco características físicas, cor da roupa, horário e bairro. Reagir, nunca!”, pontuou.

Uma cobradora relatou à reportagem que vive com medo, mas cumpre a escala noturna de trabalho, porque, segundo ela, os assaltantes não querem a renda do veículo. Apenas assaltam os passageiros. “Tudo o que estamos tentando fazer é o nosso serviço. Eles evitam mexer com os cobradores porque a gente já reconhece quem são e não levam a renda do ônibus, pois é pouca. O interesse são os celulares. Todo mundo precisa fazer o boletim de ocorrência, só assim as coisas podem melhorar”, disse a funcionária da empresa de transporte.

A estudante Daylane Rodrigues conversou com a reportagem e revelou que já escapou de um assalto após ameaças de um bandido que a reconheceu. “Sempre fico atenta a quem entra e sai do ônibus. Quando ele subiu na Avenida Cajazeiras, reconheci logo, era o mesmo que duas semanas antes assaltou e desceu no bairro do João Paulo. Eles assaltam em bando”.
O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informou à reportagem que, até o mês de setembro, foram 320 assaltos registrados na Grande Ilha.
Procurada pelo jornal, a empresa Trasrequinte não respondeu aos telefonemas e e-mail.
 
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