Uma iniciativa visando assistir lideranças comunitárias de municípios com menor IDH, bem como a sensibilização de profissionais e estudantes universitários. Estes são os objetivos centrais do Projeto Rondon, que além de ter completado 10 anos em 2015, no Maranhão, terá um caráter à parte em sua execução. Prova disso, é que nesta sexta-feira, às 11h, no Palácio dos Leões, representantes do Ministério da Defesa, entidade responsável pelo projeto, juntamente com o Governo do Estado, assinarão um acordo de cooperação com os municípios e Instituições de Ensino Superior (IES) interessados em participar da ação. Batizado “Operação Bacuri”, a edição Regional/Especial entrará em plena atividade nos dias 16 a 30 de janeiro de 2016.

Em visita à redação de O Imparcial, estiveram presentes o sargento do 24º BIL, Silva Amaral; a coordenadora de Comunicação Social do Projeto Randon em parceria com a Ministério da Defesa, Lediane Queiroz; a secretária Estadual Extraordinária da Juventude (Sejuv), Tatiana Pereira; e o superintendente da Sejuv e também articulador/coordenador do Projeto Randon junto ao Ministério da Defesa, Laércio Carvalho.

De acordo com Pereira, o Maranhão já recebeu 7 operações nacionais do Projeto Rondon com a participação de 2.242 rondonistas. Em Janeiro deste ano, aconteceu no estado a operação nacional Jenipapo, tendo o total de 299 voluntários oriundos de 30 Instituições de Ensino Superior de diversas partes do país e as ações ocorreram em 15 municípios do Estado dentre eles: Cajapió, Axixá e Matinha.

“Nós da Sejuv tivemos uma conversa com o governador Flávio Dino a respeito da importância do Projeto Rondon. A partir desse diálogo com ele, nós tivemos a abertura para descobrir como poderíamos pensar uma aproximação e parceria com o Ministério da Defesa para poder desenvolver uma perspectiva de ação diferenciada aqui no Maranhão”, observou.

Ela ainda comentou que nas versões anteriores, vinham estudantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, por exemplo, mas que para esta em especial, será dada a oportunidade exclusiva somente aos universitários locais. Assim, espera-se que os participantes tenham identificação com o local onde irão atuar a fim de possam serem os agentes de transformação independente do prazo do projeto chegar ao seu fim.

Tatiana também destacou que o principal desafio colocado pelo Rondon aos seus participantes, é a necessidade de despertar nas pessoas assistidas um sentimento de que elas precisam multiplicar o conhecimento recebido. “Eu sou formada em Engenharia de Pesca, já fui rondonista, mas o que eu mais gostava de fazer não era ficar em laboratório, minha paixão sempre foi trabalhar com pessoas”, pontuou a secretária Tatiana Pereira.

Ao todo, participarão cinco municípios, bem como mais de 100 estudantes e professores universitários de 11 IES. Eles trocarão o período das férias por quinze dias intensos, tudo pela chance de realizar de forma voluntária, ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável que ampliem o bem-estar de comunidades carentes. Também integrarão as equipes um grupo de cinco sargentos do 24º Batalhão de Infantaria Leve (BIL) do Maranhão, os quais serão responsáveis pela logística e estrutura em alojamentos e treinamento.

As cidades selecionadas são Bacuri, Conceição do Lago Açu, Governador Newton Bello, Satubinha e Serrano do Maranhão. Elas foram escolhidas por estarem inclusas no Plano Mais IDH, de autoria do Governo do Estado, e também por atenderem ao desafio oferecido pelo projeto. Mas, antes de enviar os voluntários, uma comitiva de professores, que também coordenará as equipes de rondonistas, visitou os municípios destacados no período de 7 a 14 de outubro. Eles ajustaram as ações que serão realizadas durante a operação, as quais têm como foco atender às reais necessidades da população, em ligação com as prefeituras e lideranças locais.

O projeto Rondon Regional/Especial, Operação “Bacuri”, terá a execução do Ministério da Defesa, em parceira com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado Extraordinária da Juventude (Seejuv). O projeto integra o grande plano do governador Flávio Dino para a juventude e reforça o compromisso da gestão estadual em promover a participação dos jovens para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes dos 30 municípios com menor IDH do estado contribuindo assim, para elevar os índices sociais do Maranhão.

O nome da operação lembra a tragédia de 12 jovens estudantes secundaristas do município de Bacuri, que tiveram suas vidas interrompidas quando iam da escola para casa.

Durante a operação, os rondonistas poderão realizar diversas palestras e oficinas sobre os temas de comunicação, saúde, cultura, educação, meio ambiente, trabalho, tecnologia, produção, direitos humanos e justiça. Os estudantes poderão trabalhar, prioritariamente, com agentes multiplicadores, tais como funcionários das prefeituras, professores, agentes de saúde e lideranças locais, o que permitirá maior retenção e disseminação dos conhecimentos a serem transmitidos por eles.

Segundo a coordenadora de Comunicação Social do Projeto Rondon no Ministério da Defesa, Lediane Queiroz, é feito um edital onde as IES são apresentadas a três conjuntos de ação, cada um com temas específicos cabendo às mesmas selecionarem aquele que melhor se adequar ao seu perfil.

Após isso, é apresentada aos alunos a necessidade de projetos/oficinas para serem colocados em prática que também correspondam ao respectivo conjunto de ação escolhido pela universidade. Esses alunos elaboram os projetos, que, por conseguinte são submetidos a uma espécie de triagem. Os que forem selecionados serão executados por um período de 15 dias junto aos agentes multiplicadores dos municípios selecionados. Os conjuntos de ação são:

– Conjunto A: Saúde, Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos;

– Conjunto B: Meio Ambiente, Trabalho e Tecnologia;

– Conjunto C: Comunicação Social

Em julho de 1967, foi realizada a Operação Piloto, ou Operação Zero, que contou com a participação de 30 alunos e dois professores universitários da Universidade do Estado da Guanabara, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro, da Universidade Federal Fluminense e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Durante 28 dias, os rondonistas realizaram trabalhos de levantamento, pesquisa e assistência médica no Território de Rondônia.

No entanto, o projeto teve suas atividades encerradas em 1989, retornando somente em janeiro de 2005, na cidade de Tabatinga, no Amazonas. A ideação é uma ação governamental que, em parceria com as Instituições de Ensino Superior, visa somar esforços com as autoridades municipais e as lideranças comunitárias, a fim de contribuir com o desenvolvimento local sustentável e na construção e promoção da cidadania.

Dessa forma, prioriza desenvolver ações que tragam benefícios permanentes para as comunidades, principalmente as relacionadas com a melhoria do bem estar social e a capacitação da gestão pública. Busca, ainda, consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais, contribuindo na sua formação acadêmica e proporcionando-lhe o conhecimento da realidade brasileira.