Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.
No sábado, viagens para o município de Alcântara seguiram normais, apesar de cautela dos passageiros
Um dia após o acidente que ocorreu com o catamarã Carcará, na Baía de São Marcos, o movimento no Terminal Hidroviário estava aquecido e a rotina não foi alterada por conta da tragédia.
Centenas de pessoas esperavam pelas embarcações para seguir seu destino. No guichê as passagens foram vendidas e procuradas dentro da normalidade. De acordo com o vendedor Luís Melo, a movimentação no Terminal de Venda de Passagens da Rampa Campos Melo, por viagem na Praia Grande, começou logo cedo e as pessoas compraram seus bilhetes normalmente. “Um dia comum, um sábado como qualquer outro. As pessoas comprando suas passagens para passar o fim de semana em Alcântara”, disse.
No terminal algumas pessoas reclamavam da falta de fiscalização no terminal. O comerciante José Nunes afirma que viaja semanalmente para Alcântara e não há fiscalização efetiva. Segundo ele, existe uma fiscalização uma vez por ano, no período do carnaval. “É um absurdo deveria ter fiscalização todos os dias, pois as embarcações saem diariamente. Alguns donos de embarcações não respeitam o limite que é exigido, por esse motivo o grande risco de acontecer acidentes como o de sexta feira”, reclamou.
Dona Luzia Santos conta que tem medo de viajar quando a embarcação está lotada, pois com o balanço do mar, os ventos fortes e até a força da maré a possibilidade de acontecer uma tragédia é muito maior.
Tribunal marítimo investigará causas
O naufrágio aconteceu logo no começo da manhã da última sexta-feira. A embarcação teve origem na cidade de Alcântara com destino a São Luís, por volta das 6h e ao chegar, passando pelo Espigão Costeiro, na Ponta D’areia, aconteceu o naufrágio. Todas as pessoas foram resgatadas por um rebocador, Corpo de Bombeiros e Centro Tático Aéreo (CTA)
O Tribunal Marítimo que tem como atribuições julgar os acidentes e fatos da navegação marítima decidirá o fim do naufrágio. O prazo para conclusão do inquérito é de 90 dias. Após, concluído será encaminhado ao Tribunal Marítimo que fica no Rio de Janeiro para julgamento ou aplicação de multa. O catamarã que naufragou tem capacidade normal de 33 pessoas. E na hora do naufrágio tinha em média 50 pessoas.
O que os passageiros acham
“Eu estou com medo, mas não posso deixar de viajar, pois tenho um compromisso. Tenho que pensar que as coisas acontecem quando tem que acontecer. Amanheci rezando e pedindo a Deus que nada aconteça nem na ida e nem na volta “ – Roger Miller, 24 anos, auxiliar administrativo.
“Não estou com medo, quando entrar vou logo colocar meu colete. Acredito que o acidente aconteceu por ter excedido o limite de pessoas na embarcação, se não fosse por essa razão nada teria acontecido” – Janderson Albuquerque, 23 anos, autônomo.
“Não tenho medo, viajo frequentemente. O acidente foi apenas uma fatalidade. Todo meio de transporte oferece risco. E se tivesse sido um avião? Não tinha escapado ninguém” – Adilson Pedro Ribeiro, 43 anos, comerciante.