VIDEOMONITORAMENTO

Micro-ônibus com monitoramento reforça ações de combate ao crack

Programa “Crack, é possível vencer” terá ações reforçadas com veículo dotado de câmeras que farão monitoramento em áreas vulneráveis de São Luís

Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.


Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Usuários de drogas tiveram atendimento realizado por profissionais em micro-ônibus na Praça Deodoro

Uma ação diferenciada de combate ao uso de drogas aconteceu na manhã de ontem, na Praça Deodoro, situada no Centro. Os atendimentos dos dependentes químicos foram realizados em um micro-ônibus com câmeras de videomonitoramento. A ação faz parte do Programa “Crack, é possível vencer”, que tem como objetivo sensibilizar as pessoas que têm problemas com drogas, assim como os familiares que buscam ajuda para fortalecer as ações de segurança pública no aspecto de prevenção e ao uso e abuso de drogas.

O veículo será utilizado no monitoramento de áreas com maior vulnerabilidade, além do combate ao narcotráfico nas fronteiras e ao tráfico de drogas dentro dos bairros de São Luís. Em breve será instalado no bairro do João Paulo. O micro-ônibus estará ligado a 19 câmeras espalhadas pela comunidade do João Paulo e terá alcance até o bairro do Caratatiua.
A iniciativa é uma parceria da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA). Foi montada uma estrutura com uma equipe de saúde composta por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagens. As pessoas passavam por uma triagem, onde eram verificadas a glicemia e pressão arterial e, então, encaminhado para o clínico médico, psicólogo e assistente social de acordo com o caso.
Artigos artesanais confeccionados por dependentes químicos como quadros, pinturas em telhas, brinquedos, entre outros, estavam em exposição.
De acordo com o delegado Joviano Furtado, a ação é a continuidade de um trabalho realizado há mais de três anos pela SES e SSP-MA e que já atendeu mais de 600 pessoas com o acolhimento e encaminhamento ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). Quanto à instalação do micro-ônibus, o delegado esclarece que ele fará o monitoramento do local e serão trabalhados três pontos. O primeiro é o cuidado ao dependente químico, mostrar que ele pode ter uma ajuda especializada. Outro, a prevenção junto às famílias e às escolas e, por fim, é a autoridade. Caso seja verificado o tráfico de drogas, é realizada a apreensão da droga e também da pessoa que porta a substância. “Essa ação é uma parceria do governo federal e estadual e visa conscientizar os dependentes químicos para sair da situação de rua e de que também é possível recomeçar sem as drogas”, disse.
Para a psicóloga Marta Erre, a ação é de máxima importância, pois sensibiliza os dependentes químicos e os familiares que existe tratamento para a doença.
Ela explica que a o álcool é a primeira droga a qual as pessoas têm o primeiro contato, é a porta de entrada para as outras drogas ilícitas. “Os familiares e os próprios dependentes químicos devem se informar sobre a doença e seu tratamento. É possível se recuperar, porém, o dependente deve querer se tratar. As pessoas que dão entrada no Caps ad, normalmente dão continuidade no tratamento”, concluiu.
A doméstica Maria Madalena Silva falou que é muito importante este tipo de iniciativa. Ela estava aguardando atendimento com a psicóloga para obter informações para um familiar que se encontra no mundo das drogas. “Esta ação deveria acontecer com frequência, sair do centro e ir até os bairros, pois lá existem muitos casos. Os jovens estão entrando neste mundo cada vez mais cedo. E os familiares se sentem perdidos e ter essas informações é essencial”, falou.
Atendimento
Micro-ônibus com monitoramento reforça ações de combate ao crack

Após o atendimento no micro-ônibus os dependentes são encaminhados para o Caps AD, daí passando por toda uma avaliação podem ser atendidos no Caps AD durante o dia, internados ou levados a uma comunidade terapêutica. Segundo o diretor do Caps Marcelo Costa a ação é uma promoção da saúde e segurança para população. Um processo de cuidado e autoridade para os dependentes químicos. Marcelo Costa afirma que este ano mais de cinco mil atendimentos foram realizados em 2015. Deste número de atendimentos, 80% são usuários de crack e 25% continuam em tratamento. “Esta ação também será levada aos bairros e será contínua. Pretendemos realizá-la quinzenalmente ou mensalmente, para tentar atingir um número maior de dependentes químicos. Por ser uma doença que não tem cura, apenas tratamento e controle, as pessoas têm dificuldades de continuar o tratamento, porém, é possível recomeçar sem as drogas”, explicou.

Para saber mais
As drogas, como cocaína, crack e ectasy, podem afetar o funcionamento do coração, fígado, pulmões e até mesmo o cérebro, sendo muito prejudicial a saúde.
Estas alterações podem acontecer ao consumir qualquer tipo de drogas, mas especialmente as drogas ilícitas que incluem anfetaminas e a heroína, por exemplo. O consumo de drogas também pode levar à morte precoce, e por isso, é importante que cada dependente seja devidamente orientado para buscarem atendimento.
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