Medo! Esta é a sensação de quem mora na cidade de Paris, França. Nos últimos dias, a capital francesa tem vivido momentos de terror por conta dos atentados coordenados pelo Estado Islâmico. Os ataques com tiros e explosões deixaram 129 mortos na cidade, em apenas 10 meses após a carnificina do jornal satírico Charlie Hebdo.
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A reportagem de O Imparcial entrou em contato com dois maranhenses que moram em Paris, que relataram como está a situação do local. O advogado Erlon Henrique, que mora no noroeste de Paris, explicou como está a situação da cidade e como as pessoas se encontram nesse momento. “Os atentados foram na noite da sexta-feira 13 e desde então o clima na cidade é de medo. Ninguém quer pegar metrô/trem com medo de novos atentados. Qualquer alarme falso é sinônimo de pânico. No domingo, muitos parisienses estavam na praça da república prestando solidariedade às vítimas dos atentados quando ouviram um barulho de explosão. Foi a maior correria, mas, graças a Deus, aqui onde eu moro foi apenas um susto”.
O advogado ainda falou sobre o medo e terror que vive atualmente. Erlon Henrique disse que, quando chegou a Paris, não sentia medo, mas agora é diferente, porque ninguém sabe se terão novos ataques. E que muitos não sabem lidar com a situação. O advogado explicou que, para se proteger do imprevisível, está evitando lugares públicos, afirmando que esses são os principais alvos de possíveis ataques. “As fronteiras da França foram fechadas. Nenhum refugiado pode mais entrar e ninguém pode sair. O policiamento nas ruas aumentou muito, inclusive, o Exército todo está nas ruas de Paris.
Os aeroportos estão superprotegidos, os monumentos e prédios públicos também. Agora, nas estações de metrô/trem, sempre tem gente fiscalizando sua bagagem. Até nas entradas dos shoppings tem gente fiscalizando. Enfim, o governo está fazendo de tudo para proteger a população de novos ataques”, explicou Erlon Henrique.
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A cantora maranhense Anna Torres, que mora há 20 minutos de onde aconteceram os atentados, disse que todos estão chocados, e em estado de alerta. “Estamos tentando levar a vida normalmente. Está muito difícil para todos nós. Hoje somos todos alvos fáceis dos terroristas, que blasfemam, matam pobres inocentes, em nome de Deus. Tenho muito medo, tenho que digerir tudo isso, pra continuar vivendo”, disse ela em tom de tristeza.
Anna Torres acrescentou ainda que o governo francês está fazendo o possível para manter a segurança da cidade. E que todos os líderes políticos estão unidos em um só objetivo, a proteção das pessoas que moram na França. “A Bastille, região onde aconteceram os atentados, é um bairro de festa, alegria, onde estou sempre fazendo shows por lá. Semana passada fiz show no Reservoir. Já cantei no Barrio Latino e também no Bataclan, onde também houve atentados. O meu Marido vai sempre ao Estade de France. Ele estava em Paris na rua de Charonne e saiu de lá pouco tempo antes de começarem o massacre. E nós dizemos que poderíamos ser as vítimas diretas desse terror. O objetivo desses infelizes monstros autores desses atos bárbaros é de instalar o medo e o terror na vida de uma cidade de vida e de luz. Mas nós não podemos nos paralisar, não podemos agir como eles querem. Estou muito angustiada”, desabafou a cantora.