PREVENÇÃO

Governo descarta epidemia de microcefalia e atualiza número de casos no Maranhão

No Maranhão não há surto da doença, no entanto, considerando o aumento do número de casos em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte

Foto/Francisco Campos
Após o Governo do Estado do Pernambuco decretar estado de emergência devido ao aumento considerável de casos de microcefalia, e de outros estados do Nordeste notificarem novos casos da doença, o Governo do Maranhão intensificou os meios de informação e prevenção da doença. Em média, os casos em Pernambuco não passavam de dez por ano, mas nos últimos quatro meses foram confirmados 141 registros.
 
No Maranhão não há surto da doença, no entanto, considerando o aumento do número de casos em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, a Superintendência de Epidemiologia e Controle de Doenças realizou um levantamento para contabilizar os dados dos municípios e fechar o total de casos no estado. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (16), foi esclarecida a situação do Maranhão.
 
Durante a coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Marcos Pacheco, detalhou as ações que estão sendo desenvolvidas para evitar o aumento de casos e atualizou os dados sobre a doença. Até agora, foram registrados sete casos da doença no Maranhão, o quantitativo está distante do considerado como quadro de surto pelo Ministério da Saúde.
 
O secretário Marcos Pacheco destacou como principal mecanismo existente para prevenir a doença um pré-natal bem feito, com acompanhamento médico adequado, além da não exposição ao uso dessas substâncias químicas, como o álcool, por exemplo.
 
“Queremos ressaltar que estamos aproveitando o momento de alerta para evidenciar a postura preventiva a respeito dessa doença. Sabemos que a mãe possui uma responsabilidade grande para preservar a saúde do bebê em formação. Por isso, esclarecemos que os instrumentos [como o pré-natal] existem para prevenir e qualificar o período gestacional”, afirma o secretário.
 
Também participaram da coletiva a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Lea Márcia Costa, e a médica geneticista Maria Juliana Rodovalho Doriqui, referência na sua especialidade dentro do corpo clínico do Sistema Único de Saúde (SUS) no Maranhão.
 
“Em 2012 foram notificados seis casos. Em 2013 e 2014, tivemos apenas dois casos, portanto, estamos dentro da média e bem abaixo dos números notificados em outros estados do Nordeste. Porém, estamos alertando todos os municípios sobre a Portaria do Ministério da Saúde n° 116/2009, que trata da responsabilidade de alimentação dos casos no Sinasc em, no máximo, 60 dias. Mas nós da SES orientamos para que isso aconteça mais rápido, que não ultrapasse 30 dias”, explicou a superintendente Lea Márcia Costa.
 
As notificações do Sinasc mostram que os nascimentos de bebês com microcefalia no Maranhão ocorreram nos meses de maio (1), agosto (1), setembro (1), outubro (3) e novembro (1). Os casso ocorreram nos municípios de Buriticupu (1), Coroatá (1), São José de Ribamar (1), Chapadinha (1), São Francisco do Brejão (1), Barra do Corda (1) e Dom Pedro (1).
 
Sobre a hipótese que tem sido discutida pela comunidade médica, de que o aumento de casos de microcefalia poderia estar relacionado a infecções por Zika vírus – vírus que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano – os representantes do Ministério da Saúde afirmam que ainda é precipitado atribuir o evento a essa causa.
 
No Maranhão, a SES cruzou os nomes das mães que tiveram bebês com microcefalia em outro programa de monitoramento, que é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Nenhuma das mães que tiveram filhos identificados com microcefalia esse ano, tiveram doenças notificadas, como o Zika Vírus.
 
Caso maranhense notificado no Piauí
 
No final da tarde desta segunda-feira (16), mais um caso de microcefalia foi notificado. A ocorrência aconteceu em Teresina (PI), mas a residência da mãe é no município maranhense de Dom Pedro. Por isso, o sistema faz a captação das duas informações, da residência (local onde a mãe mora) e da ocorrência (local onde a criança nasceu). Portanto, até agora foram notificados sete casos em todo o Maranhão.
 
Sobre o SINASC
 
O Departamento de Informática do SUS (DATASUS) desenvolveu desde o início da década de 90 o ‘Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos’ (Sinasc) para reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional.
 
Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é a rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar a busca ativa de possíveis anomalias congênitas.
 
Esse acompanhamento acontece em todas as maternidades e hospitais do Maranhão, e dentre os benefícios, está o de subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da mulher e da criança para todos os níveis do SUS.
 
Entenda o que é a microcefalia
 
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê, com idade gestacional normal de nove meses, nasce com o crânio menor que 33 cm. A doença está associada a uma má formação congênita ligada a diferentes fatores, como infecção por agentes biológicos, como bactérias e vírus, adquiridas pela mãe, principalmente no primeiro trimestre da gestação, que é quando o cérebro do bebê está em formação. Dentre as principais, estão infecções como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Outros fatores se referem ao uso de substâncias químicas durante a gravidez, como álcool e drogas.
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