CAMPEÃO

Botafogo vence o ABC e conquista título da Série B

Um ano depois de se despedir da Série A, Botafogo conquista a segundona – primeiro título nacional em 20 anos – recebe a taça e homenageia o maior ídolo

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press.


Ed Alves/CB/D.A Press

A inédita taça da Série B, erguida após a vitória por 2 x 1 contra o rebaixado ABC-RN, sob olhares de oito mil torcedores

O Botafogo quitou ontem uma “dívida” com o ídolo máximo de sua história. O alvinegro coroou o regresso à elite do futebol nacional dando a volta olímpica justamente no estádio batizado com o apelido de Manoel Francisco dos Santos — embora o camisa 7 jamais houvesse pisado no velho e muito menos no novo Mané Garrincha. A inédita taça da Série B, erguida após a vitória por 2 x 1 contra o rebaixado ABC-RN, sob olhares de oito mil torcedores, saldou o débito pós-morte, iniciado 348 dias antes, quando a arena que homenageia o Anjo das Pernas Tortas foi palco da melancólica despedida do Glorioso na primeira divisão.

Se fizesse parte do atual elenco alvinegro, Garrincha estaria orgulhoso por ser um dos comandados de Ricardo Gomes. Isso porque, fora de campo, o treinador é o principal herói da campanha de retorno à Série A. Quando desembarcou no Botafogo, em julho, técnico e clube se uniram com um propósito em comum: reerguer-se. O time buscava se levantar do tombo para a segundona. Ricardo Gomes, por sua vez, dava um passo importante na recuperação após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), em agosto de 2011. À época, ele treinava o Vasco. A doença deixou sequelas de fala e coordenação motora.
O cruz-maltino, inclusive, deve ter feito parte das preleções de Ricardo Gomes, mostrando como não galgar a volta à elite: o time de São Januário terminou a Série B do ano passado como terceiro colocado. Sem a taça, a equipe iniciou a atual temporada pressionado pela desconfiança do torcedor e, hoje, corre o risco de amargar a terceira queda de divisão. Os fãs alvinegros, por outro lado, têm motivos de sobra para apostar as fichas no Botafogo em 2016 — caso não haja uma debandada no elenco.
O time se manteve no topo da tabela da Série B por 29 das 37 rodadas e ostenta o melhor ataque da competição, com 60 gols — média de três a cada duas partidas —, e a defesa menos vazada (30), inferior a um gol por jogo. A garantia da vaga veio sem sustos, após a 35ª rodada, três antes do encerramento.
E ninguém cala
Os oito mil torcedores presentes na arena candanga começaram a entoar o grito “é campeão” quando o relógio do árbitro da casa, Rodrigo Raposo, marcava 44 minutos do segundo tempo. A festa alvinegra, no entanto, não foi arquitetada sem uma dose de sofrimento no castigado gramado do Mané Garrincha — na última terça-feira, o campo recebeu 30 mil pessoas no show da banda americana Pearl Jam.
O Botafogo abriu o placar aos oito minutos. O zagueiro Roger Carvalho aproveitou o escanteio cobrado pelo lado direito e testou para o fundo do gol defendido por Saulo. Aos 23, porém, o azarão ABC-RN, com vaga garantida na terceira divisão do próximo ano, aproveitou o recuo do rival e igualou o placar. Erivelton recebeu passe rasteiro do lado direito e chutou no canto esquerdo de Jefferson: 1 x 1.
O Botafogo reagiu ao empate. Voltou a se lançar ao ataque e conseguiu retomar a vantagem no placar. Willian Arão, um dos principais atletas do elenco, especulado na temporada como possível reforço do rival Flamengo, do Palmeiras e do Cruzeiro para 2016, recebeu passe na meia-lua. O volante entrou na área e tocou para o fundo da rede. Saulo ainda resvalou na bola, mas não impediu o gol do primeiro título nacional do Botafogo desde a taça da Série A de 1995.
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