NARCOTRÁFICO

Maconha é a droga com maior número de preensões na capital

Dados da Superintendência Estadual de Combate ao Narcotráfico (Senarc) revelam que consumo de maconha é grande na capital por conta do preço da droga, apesar do avanço do uso do crack em todo o estado

Foto: Reprodução.


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Polícia apreendeu recentemente 75 quilos de maconha, em poder de um casal, que estava sendo transportada pelo trem da Estrada de Ferro de Carajás

Oitocentos quilos de maconha foram apreendidos nos nove primeiros meses deste ano, pela Polícia Civil do Maranhão, na capital. De acordo com levantamento realizado pela Superintendência  Estadual de Combate ao Narcotráfico (Senarc), de janeiro a setembro deste ano,  através de suas operações, foram apreendidos duzentos quilos de crack e dez quilos de cocaína, e ainda dez armas de fogo, sendo presos 72 homens e 16 mulheres envolvidos diretamente com o tráfico de drogas em São Luís.

Segundo o titular da Superintendência  Estadual de Combate ao Narcotráfico, delegado Tiago Mattos Bardal, a maconha continua sendo muito consumida, apesar do avanço imensurado do crack, em terras maranhenses. Em sua avaliação, o delegado disse que a maconha continua sendo o alucinógeno mais procurado, em face ao baixo preço em que é oferecido, visto que com apenas R$ 5 o usuário adquire uma boa quantidade. Em seguida vem o crack, que  custa um pouco mais caro, em torno de R$ 10 uma “pedra”, que, embora sendo pequena, causa danos maiores e é mais viciante, criando total dependência. A cocaína pura é a droga mais cara e que atende aos que possuem maior poder aquisitivo, custando em torno de R$ 100 a cápsula.
Para coibir o tráfico e a comercialização de drogas, tanto na capital, quanto no interior do estado, várias operações estão sendo deflagradas. O delegado Tiago Bardal lembrou que na noite do último dia 20, depois de receber informações privilegiadas de que um casal estava chegando a São Luís em um trem da Estrada de Ferro de Carajás com um  carregamento de maconha, investigadores da Senarc montaram uma campana e conseguiram prender no Terminal de Desembarque do trem, no Anjo da Guarda,  Marcelo Naftali Coelho Rodrigues, de 28 anos, e sua mulher Aracy Silva Bayma, de 39 anos. Com eles, foram apreendidos 75 quilos de maconha.
Nova Rota
Foto: Gilson Teixeira /OIMP/D.A Press.


Gilson Teixeira /OIMP/D.A Press

Tiago Mattos Bardal, titular da Superintendência  Estadual de Combate ao Narcotráfico-Senarc

Conforme o delegado Tiago Bardal, a dupla fazia parte de um grupo associado para o crime, chefiado pelo assaltante de bancos e traficante John Lennon, morto recentemente em confronto com as forças policiais. Disse o delegado que este grupo vinha utilizando uma nova rota de narcotráfico, ou seja, trazendo a maconha do Paraguai, entrando pelo estado do Pará até Parauapebas e conduzida no trem da Vale até São Luís. A outra rota se inicia na Guiana Francesa e pelo estado da Pará, vindo até Araioses, no Maranhão, e de  lá, de barco, até São Luís, desembarcando em portos clandestinos e passados para os distribuidores. A antiga rota que vinha da Bolívia, por Cáceres, no Mato Grosso, Tocantins e Imperatriz está sendo pouco usada pelos traficantes, em face à fiscalização mais intensa desenvolvida pelas polícias Federal e Rodoviária Federal.

Liberação da maconha
O delegado Tiago Bardal, avaliando o projeto de liberação da maconha no mercado brasileiro, disse que os que assim desejam, equivocadamente, dizem que se trata de uma droga que só faz mal para quem consome. “Ledo engano, a maconha, assim como qualquer outra droga, não prejudica somente quem consome, mas toda família. Não estão preocupados com os maus exemplos que isto vem a causar, transformando a família brasileira num verdadeiro caos, assim como a saúde pública, que é um direito de todos e dever do Estado, que, por certo, terá maiores gastos com as internações e os tratamentos dos usuários’, concluiu o delegado Bardal.  
Descriminalização do porte de maconha é suspenso
O julgamento sobre descriminalização do porte de drogas no Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspenso no dia 10 de setembro deste ano. Após os votos dos ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso a favor de descriminalização do porte da maconha, Teori Zavascki pediu mais tempo para analisar o assunto. Não há previsão para a retomada do julgamento.
Até o momento, Gilmar Mendes, relator do processo, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso votaram pela descriminalização. Fachin e Barroso, no entanto, entenderam que a decisão vale somente para o porte de maconha, que é o caso concreto que motiva o julgamento. Faltam os votos de oito ministros.
Para o ministro Roberto Barroso, o papel da sociedade e do Estado deve ser de combater o tráfico e desestimular o consumo, sem punir a conduta privada do usuário. Barroso defendeu também critérios objetivos para diferenciar usuários e traficantes, diante da eventual decisão de descriminalização do porte. O ministro propôs como referência o porte da quantidade de 25 gramas de maconha para definir um cidadão como usuário. Acima disso, a pessoa seria tratada como traficante. Além disso, o ministro entendeu que o usuário poderia plantar seis pés de maconha para consumo próprio, como foi definido no Uruguai.
O ministro justificou que os critérios propostos seriam temporários e valeriam até que o Congresso legisle sobre a questão. Segundo ele, a definição tem o objetivo de evitar que o Judiciário e a polícia decidam de forma diferente como enquadrar as duas situações.
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