Foto: Gilson Teixeira/OIMP/D.A Press.
Secretário Jefferson Portela ressaltou, durante entrevista, que a prioridade é o combate à corrupção no estado
Mais uma quadrilha que praticava fraudes, desta vez no IML, foi desarticulada pela Polícia Civil do Maranhão. A operação “Asclépio”, deflagrada na manhã de ontem, prendeu um médico que emitia laudos falsificados para conceder benefícios com o DPVAT de forma irregular, além de afastar outro legista e investigar advogados envolvidos. Este é mais um caso de enfrentamento à corrupção promovido pela Polícia Civil do Maranhão.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário de Estado de Segurança Pública, Jefferson Portela, ressaltou a importância do trabalho de investigação realizado em conjunto pelas polícias Militar e Civil para o combate à corrupção no estado.
Na primeira fase da operação, pelo menos três médicos estão sendo investigados e um deles teve a prisão preventiva decretada pela Justiça esta semana.
Iomar Ferreira Santos foi conduzido preventivamente pela Polícia Civil à Delegacia e Hugo Djalma Costa Segundo foi afastado do cargo, estando proibido de exercer suas funções de médico legista.
O delegado responsável pelo caso, Márcio Dominici, afirmou que “trata-se de uma verdadeira organização criminosa com ramificações em todo o estado”. Ele afirmou que as investigações continuam, envolvendo ainda advogados e servidores públicos suspeitos de estar “à caça” de supostas vítimas de trânsito. Essas pessoas são chamadas de “despachantes”. Além das prisões, também foram efetuados três mandados de busca e apreensão na casa dos médicos investigados.
O Imparcial fez um levantamento das principais operações deflagradas pela Polícia Civil e investigações que culminaram em prisões de funcionários públicos, ex-secretários de Estado, devolução de dinheiro aos cofres públicos e apreensão de documentos falsos.
Agiotagem
Casos como a prisão de prefeitos, ex-prefeitos, empresários e agiotas envolvidos em esquemas de desvio de verbas públicas, sobretudo aquelas que seriam destinadas à merenda escolar e à saúde, passam a virar notícias frequentes no Maranhão. Somente em 2015, mais de cinco gestores ou ex-gestores tiveram prisão preventiva decretada por envolvimento neste tipo de crime.
Lava-Jato
As investigações no combate à corrupção chegaram também ao Executivo estadual, culminando na prisão preventiva do ex-chefe da Casa Civil do governo Roseana Sarney, João Abreu. Acusado por doleiros envolvidos na Lava-Jato de receber no Palácio dos Leões propina de R$ 3 milhões negociada diretamente com Alberto Yousseff para liberar pagamento de precatório à empresa Constran. R$ 3 milhões em bens do ex-secretário estão disponíveis à Justiça.
Desse mesmo caso, logo em janeiro, o governo do estado suspendeu o pagamento do precatório em questão, que evitou a transferência de R$ 100 milhões dos cofres públicos para a empresa até que o caso seja completamente esclarecido.
Desvios na Educação
A Operação Cayenne, da Polícia Civil, também prendeu responsáveis por desvios de mais de R$ 34 milhões que seriam destinados à Educação à Distância no Maranhão. Através de uma investigação que apurou desvios na pasta entre os anos de 2013 e 2014, durante o governo Roseana Sarney, foram identificados quatro suspeitos de participação no crime. Além dos responsáveis, foram apreendidos carros de luxo, quadricilos e joias.
Desvios na Saúde
Fraudes em licitações datadas de 2009 foram identificadas em auditorias realizadas pelo governo Roseana Sarney nas contas que eram administradas pelo ex-secretário Ricardo Murad. Através de decisão da Justiça Federal, o ex-gestor da pasta teve R$ 11 milhões em bens bloqueados, valores que se referiam à totalidade dos valores dos contratos que estão sendo investigados. O Tribunal Regional Federal confirmou o bloqueio de bens, mas reduzindo ao valor de R$ 8 milhões.
Fraude em CNHs
Donos de seis autoescolas da capital e mais funcionários do Detran foram identificados em esquema de concessão de carteiras falsas no Maranhão, nesta semana. A Operação foi deflagrada pela Polícia Civil e identificou que o esquema cobrava de R$ 2 mil a R$ 3 mil para conceder habilitações sem necessidade de passar pelas provas de avaliação obrigatórias por lei. As investigações começaram em fevereiro e os envolvidos tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça.aAgiotagem
Casos como a prisão de prefeitos, ex-prefeitos, empresários e agiotas envolvidos em esquemas de desvio de verbas públicas, sobretudo aquelas que seriam destinadas à merenda escolar e à saúde, passam a virar notícias frequentes no Maranhão. Somente em 2015, mais de cinco gestores ou ex-gestores tiveram prisão preventiva decretada por envolvimento neste tipo de crime.