SEGURANÇA PÚBLICA

Cai em 30% número de mortes na capital

Segundo dados do relatório nacional sobre mortes por homicídios, São Luís é a quarta entre as 27 capitais com menores registros de mortes por armas de fogo, com índice de 10,8%

Os crimes de homicídios na capital caíram 30%, comparando os primeiros nove meses deste ano com igual período do ano anterior. Os dados são da Superintendência Especial de Investigação Criminal da Polícia Civil (Seic), com base em resultados da série de operações em curso com foco nos crimes de agiotagem, assalto a banco, roubos e, principalmente, tráfico de entorpecentes. Os números se refletem na posição da capital em relatório nacional sobre mortes por homicídios. São Luís é a quarta entre as 27 capitais com menores registros de mortes por armas de fogo, com índice de 10,8%. Os dados são do Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, elaborado pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) do Ministério da Justiça. O estudo aponta ainda o Maranhão como o 13º da federação neste tipo de crime com 1.353 casos, representando 19,7% do total de ocorrências. Comparando aos estados nordestinos, fica em quarto lugar no ranking de casos.
Dados do departamento de Estatística da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA), aponta que que os municípios da Grande Ilha – São José de Ribamar, Raposa, Paço do Lumiar e São Luís – tiveram diminuição na criminalidade em 4,7%. O levantamento refere a janeiro a setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado e inclui os Crimes Violentos Letais e Intencionais (homicídio doloso, latrocínio, lesão seguida de morte, estupros, roubos, furtos e roubos e furtos de veículos). A queda nos registros é apontada ainda em relatório do Ministério Público do Maranhão (MPMA), que aponta queda de 5,9% nos casos de CVLI; e de 10% nos homicídios.
“Conseguimos baixar esses números com as ações realizadas neste ano, mas reconhecemos que os dados ainda são preocupantes”, ressaltou o diretor da Seic, delegado André Gossain. Ele aponta como a maior causa destes registros as disputas entres facções e quadrilhas e que, por incidente, acabam por atingir inocentes. “Esses confrontos geram mortes dos dois lados e aumentam as estatísticas, crescendo também a cobrança sobre a polícia, que não para de agir”, diz Gossain. O trabalho da polícia se concentra no tráfico de drogas e assaltos a bancos com foco na identificação dos líderes, retirada de armamentos e ações de diminuição do poder de articulação destes grupos.
As áreas de maior incidência de casos, segundo a Seic, são Coroadinho, Barreto, Gapara, Vila Embratel, Barreto e com novos pontos de incidência na Raposa, Maiobão e entorno deste bairro. O delegado aponta que os últimos dois bairros tiveram um crescimento da criminalidade. “Esses locais não eram ponto de apoio dos grupos criminosos, e agora, estamos dando mais ênfase às operações nessas áreas”, evidencia. A prisão de chefes e integrantes de quadrilhas tem sido a estratégia para frear a ação das facções. “Uma vez que prendemos os ‘cabeças’ dessas quadrilhas estamos quebrando a organização dos criminosos. Dessa forma, obrigando-os a recomeçar todo um planejamento e com isso, ganhamos tempo para combatê-los antes que se reestabilizem”, explica Gossain.

Descentralização

Outra medida apontada como de efeito positivo para esta queda nos registros, segundo o titular da Seic, foi a otimização do atendimento nas delegacias com a descentralização de alguns serviços para as novas superintendências criadas. “Dessa forma, priorizamos demandas com autuações, registro de ocorrências e a elucidação de casos deixando os distritos mais próximos do cidadão”, diz. Gossain cita como barreiras para contenção dos crimes o fator efetivo e número de habitantes e avalia que a o estado ainda estar em situação desfavorável. Segundo ele, há um déficit de 30%, em comparação aos demais estados. “Mas, gradativamente, vem sendo e será atenuada pela gestão com ações de incremento de pessoal e valorização do profissional”, aponta. O superintendente da Seic acrescenta que o trabalho policial é no sentido de evitar o avanço da criminalidade. “É um trabalho de formiga, e como alguns dizem, de ‘enxugar gelo’, mas que é constante. A Polícia Civil não para”.

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