Foto: Gilson Teixeira /OIMP/D.A Press.
Cursinhos preparatórios para concurso mantêm sua rotina de aulas
Após o anúncio do governo federal de suspender os concursos públicos para cargos federais para o próximo ano, como parte das novas medidas do pacote de ajuste fiscal, o que pode reduzir R$ 1,5 bilhão do orçamento do governo, alguns concurseiros em São Luís ficaram preocupados com tal medida.
Para ser implementada, a suspensão dos concursos precisa ser inserida no projeto de lei que fixa o Orçamento de 2016, atualmente em discussão no Congresso. Enquanto está sendo discutida, a medida trouxe uma surpresa negativa para quem está se dedicando aos estudos e já sonha em ser um servidor público.
Foto: Gilson Teixeira /OIMP/D.A Press.
Mesmo com as novas medidas, alguns concurseiros preferem não interromper seus estudos
Na capital, as turmas de cursos preparatórios estão lotadas. Francisco Martins resolveu investir na carreira pública e mantém o ritmo de estudo acelerado. De manhã, a preparação é na sala de aula; nos outros períodos, estuda em casa. Mas, segundo ele, essa determinação do governo federal deixou-o desanimado. “A gente vem se preparando para tentar logo fazer o concurso, aí recebemos a notícia desta possibilidade de não ter, chega ser desanimador. Fazemos um investimento tanto financeiro como pessoal. Creio que diminui também o número de vagas. Enfim, por essa, eu não esperava”, ressaltou.
Para a estudante Nilzanete Araújo, mesmo diante desta possibilidade, o jeito é continuar estudando e se preparando. Ela estuda para o concurso do INSS, que já foi regulamentado. Mas não é de agora que se prepara, faz muito tempo. Ela está nesse ritmo e pretende continuar, mesmo que não seja aprovada, além de esperar outros certames a serem lançados, mesmo sem previsão. “Na dúvida se vai ter ou não, a melhor opção é estudar, essa situação pode mudar. Temos que pensar positivo e não desistir”, destacou.
De acordo com o diretor de um cursinho na capital, Elson Gomes, não é a primeira vez que o Executivo adota esse tipo de medida para cortar gastos, e a tendência é que os concursos continuem ou apenas sejam adiados. Segundo ele, isso não interfere para que os estudantes se preparem, pois o processo de estudo para um certame deve levar tempo e um ano seria um prazo bom para os estudos.
“As pessoas que estão estudando para concurso devem pensar que é mais tempo para se preparar e não desanimar. Uma prova depende de preparação, é como se fosse uma olimpíada. O estudante não pode se preparar somente quando é lançado o edital, até porque é pouco tempo, edital é apenas uma revisão. É necessária uma organização dos estudos e dos conteúdos específicos de cada concurso, para isso é bom que o estudante esteja na sala de aula recebendo a orientação do professor”, concluiu.
Os concursos que já foram autorizados em 2015 não são afetados pela medida. Dessa forma, as seleções do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Agência da Saúde Suplementar (ANS), que já tiveram suas autorizações publicadas, devem acontecer dentro do prazo esperado.
Segundo especialistas, os candidatos devem continuar sua rotina de estudos, já que a suspensão dos concursos vale somente para os seletivos do Executivo federal, que dependem do Orçamento da União, ou seja, empresas públicas e sociedades de economia mista que tenham orçamento próprio, como Caixa Econômica Federal e Correios, ficam de fora da restrição.
