Uma comissão do Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão (DSEIMA) está tentando negociar com indígenas das tribos Krepym katejy, Toco Preto e Severino, da etnia Timbira, na cidade de Grajaú, sul do estado, para liberarem os três reféns que estão na mata há três dias.
Nossa reportagem entrou em contato com os coordenadores do DSEI, Alexandre e Wellington Queiroz, mas os mesmos informaram que estão em reunião neste momento com os indígenas, em Grajaú para tentarem uma negociação e liberação dos reféns.
Um médico identificado como Nelson Hernandes Almangue, Luciano Lírio de Moraes, o dentista e Jocicleu de Sousa, motorista, ainda permanecem reféns desde a última terça-feira, dia 08. O médico é de origem cubana e é integrante do programa “Mais Médicos” do Governo Federal. O motorista e o odontólogo são funcionários do DSEI, que informou está tomando as providências junto à Polícia Federal.
A Secretaria de Estado da Saúde (ses) informou em nota que os reféns não integram ao quadro de funcionários da secretaria.
REIVINDICAÇÕES
Entre as reivindicações feitas pelas comunidades indígenas está à solicitação de:
Técnicos de enfermagem permanentes;
Veículo para transporte de índios para tratamentos;
Médicos em cidades vizinhas;
Construção de posto de saúde;
Construção de poço artesiano.
O delegado Elson Ramos, titular da 15ª Delegacia Regional de Barra do Corda, que negociava a liberação da equipe de profissionais em poder dos índios, informou que a Polícia Federal assumiu o caso.
“Os índios não usam de violência, porém os reféns querem ir para suas casas. A partir de agora a Polícia Federal tomará conta do caso para realizar as negociações com os índios”.
As polícias Militar e Civil estão acompanhando a resolução do impasse e dando assistência aos reféns.
NOTAS
SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por sua vez, informa que a equipe de saúde que está sendo mantida refém na aldeia indígena de Itaipava do Grajaú não integra os quadros da SES. A equipe médica faz parte do Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão (DSEI) órgão federal ligado ao Ministério da Saúde. Sobre as reivindicações dos indígenas, estão sendo negociadas diretamente com o DSEI, órgão responsável.
FUNASA
Com a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em outubro de 2010, o Ministério da Saúde passou a gerenciar diretamente a atenção à saúde dos indígenas, levando em conta aspectos culturais, étnicos e epidemiológicos dos 225 povos que vivem no Brasil. Antes, a Funasa era responsável tanto pelas ações de saúde como pela aquisição de insumos, apoio logístico, licitações e contratos.
A nova secretaria está dividida em três áreas: Departamento de Gestão da Saúde Indígena, Departamento de Atenção à Saúde Indígena e Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Também passam a ser funções da Sesai ações de saneamento básico e ambiental das áreas indígenas, como preservação das fontes de água limpa, construção de poços ou captação à distância nas comunidades sem água potável, construção de sistema de saneamento, destinação final ao lixo e controle de poluição de nascentes.”
PF
De ordem do Excelentíssimo Senhor Superintendente Regional da Polícia Federal no Maranhão, informamos que a Polícia Federal está acompanhando as negociações, juntamente com a FUNAI e FUNASA, para que a resolução do impasse ocorra de forma pacífica.