Algumas lojas também se antecipam e decoram os espaços com opções que cabem em todos os bolsos. “As pessoas já começaram a pesquisar os presentes e alguns já estão comprando, aproveitando os preços que estão bem convidativos”, ressalta o lojista Marcelino Vieira dos Santos. O gerente de uma loja de departamentos aponta que o movimento é constante no setor de brinquedos e roupas infantis. “Renovamos o estoque e a clientela está pensando mesmo é no Dia das Crianças. Comprando antes para economizar mais tarde”, analisa Antônio Almeida.

E para estimular a criançada, as lojas, estrategicamente, organizam os estoques de forma a chamar atenção para as novidades. Para as meninas, as bonecas ainda são os brin-quedos mais procurados. Com preços que variam de R$ 10 a R$ 300, este tipo de brinquedo oferece modelos que dizem frases, cantam músicas e se movimentam. Tudo para atrair a meninada. Os carrinhos e bonecos de super-heróis são o maior atrativo para os garotos. Este segmento dispõe de modelos a partir de R$ 5, os mais simples, e ultrapassando os R$ 400, peças mais sofisticadas ou de marcas famosas.

A preferência tem sido por brinquedos de diversas linhas, diz o vendedor Ricardo Moura de Jesus Santana, 35 anos.

Segundo ele, entre os pequenos, de dois a cinco anos, o atrativo são os personagens de desenho infantil como a Pepa, um dos mais procurados e com preços de R$ 15, nos vendedores ambulantes e até R$ 150, nas lojas especializadas. As tradicionais bonecas da Barbie também continuam no páreo e podem ser encontradas a partir de R$ 30, modelo mais simples, em lojas de departamento na Rua Grande. Outros modelos famosos nos desenhos infantis como Baby Alive e Monster High estão na lista de desejos das meninas. Além dos super heróis e carrinhos, os meninos também procuram os jogos, principalmente de lutas e corridas.

O ramo de vestuário anima o segmento que espera um aumento nas vendas, com a aproximação da data. “Estamos com coleções renovadas e variedade, também modelos que estão na moda com preços diversos”, conta a vendedora Mariana Cantanhede, 23 anos. O Dia das Crianças, além de ser um período para movimentar o comércio e pensando em atrair consumidores e garantir uma boa venda, os lojistas se prepararam com novidade e preço atrativo, acrescenta a vendedora. A reportagem entrou em contato com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Luís para saber sobre a expectativa de vendas e do consumidor. O órgão, por meio da assessoria de comunicação, informou que na próxima semana será divulgada a Pesquisa de Intenção de Consumo 2015 que inclui estes e outros direcionamentos sobre o período na capital.

O consumidor está deixando de comprar e diminuindo as compras à prazo. É o que diz pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Um comportamento que vem se mostrando regular desde agosto, segundo as entidades. A pesquisa aponta que o número de consultas para vendas a prazo teve um novo recuo de 5,43% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior quando abaixa foi de 3,26% em julho. É a sétima queda consecutiva do indicador anual. Para o setor, isso mostra uma piora nas vendas, resultado da inflação cada vez mais alta e a consequente crise econômica. A dificuldade de encontrar emprego é outro fator que também impacta.

O Dia das Crianças é comemorado junto com o Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Porém, a primeira data é mais antiga que a segunda. Historicamente, a festa de Nossa Senhora Aparecida ocorre desde 1930, com a proclamação da Padroeira do Brasil, e a data era 8 de setembro. Em 1980, com a visita do agora santo, Papa João Paulo II, o dia passou a ser celebrado em 12 de outubro. Já o Dia das Crianças foi instituído na década de 1920, mas apenas em 1960 passou a ter relevância de fato, com o forte apoio da indústria de brinquedos.