Cuidar dos animais de estimação, principalmente cães e gatos, para prevenir o abandono e a incidência de doenças como a raiva. Este é o objetivo da ação pelo Dia Mundial de Luta contra a Raiva realizada na manhã de ontem, na Praça do Panteon, Centro. A ação teve como objetivo conscientizar sobre o trato adequado com estes animais e somar para prevenção e controle da doença. O evento marca ainda o início das atividades da campanha de vacinação conta a raiva, que começa em outubro e tem como meta imunizar 160 mil cães e gatos na capital. “A campanha pretende sensibilizar as pessoas para o cuidado e atenção com seus cães e gatos, a fim de evitarmos abandonos e a proliferação de doenças”, destacou o coordenador da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde (Semus), João Batista Pires. A população destes animais na capital é de aproximadamente 160 mil, sendo mais de 60% cachorros. Desde 2012 não há casos confirmados de raiva (animal ou humana), segundo o coordenador da UVZ.
O coordenador da UVZ pontua que as pessoas têm sido mais sensíveis ao trato com o animal de estimação. “Mas, ainda temos muitos relatos de abandono”, diz. O evento desenvolveu atividades durante toda a manhã e é uma prévia da campanha de vacinação que será aberta em outubro. “Eu acho importante este trabalho, porque muita gente ver o animal de estimação como um peso e acaba se livrando dos bichinhos”, disse a funcionária pública, Antônia de Macêdo Costa, 35 anos. Já o mecânico Antônio de Jesus Soares, 38 anos, lembrou que “quem pega um cão ou gato para criar tem que saber que é para a vida”. O público que compareceu à ação pode usufruir do atendimento em saúde preventiva e verificar como anda a saúde. Foram distribuídos materiais informativos sobre a doença. Um estande de vacinação também foi montado para imunizar cães e gatos. A banda do 24º Batalhão de Caçadores abriu as atividades com a interpretação de canções do repertório MPB.
Foto: Honório Moreira / O Imparcial.
João Batista, coordenador da unidade de Vigilância em Zoonoses
Segundo Batista Pires, para orientar e educar a população, a UVZ realiza campanhas nos bairros e escolas e promove a visitação às residências em atendimento às chamadas. “Não recolhemos mais animais, nem é realizado sacrifícios. Todo o atendimento que fazemos hoje é de educação e orientação”, explica. A campanha a ser iniciada em outubro fecha um ciclo anual que vem promovendo vacinação há três anos, sempre duas vezes no período. Entre 20122 e 2012 foram registrados mais de 100 casos de Raiva canina e felina; e dois de Raiva humana. “A partir destas ocorrências decidimos pelas campanhas duas vezes ao ano. Desde então, não tivemos um registro da doença, nem no animal doméstico, nem no homem”, enfatizou João Batista. A ação será concluída em outubro com a última etapa da campanha.
Paralelamente, a população destes animais só cresce. Em 2013 foram imunizados 70 mil cães e gatos; em janeiro deste ano, 150 mil animais domésticos receberam vacinação; e nesta segunda etapa da campanha anual a expectativa da organização é vacinar 160 mil animais. O trabalho será sempre aos fins de semana e de casa em casa. “O animal será avaliado e se constatada a doença será tratado”, diz João Batista. A família também é inserida e participa de palestras e debates. A Unidade de Vigilância em Zoonoses da capital funciona na sede do Hospital Carlos Macieira, bairro Sacavém.
Atividades
Foto: Honório Moreira / O Imparcial.
Campanha Nacional Contra a Raiva Animal
A Unidade de Vigilância e Zoonozes não recolhe animais das ruas. Quem aciona o serviço recebe visita em casa e tem o animal avaliado e se for o caso, este recebe tratamento. João batista explica que com a instituição das UVZs, pelo Ministério da Saúde, a atividade dos antigos Centros de Controle de Zoonoses sofreu modificação. Não são mais feitos sacrifícios de animais e os que vivem nas ruas projeto prevê a castração, vacinação e medicação destes animais que após, serão postos de volta nas ruas. “Uma vez castrados estes animais não aumentarão a população. A tendência é que diminua ainda mais o número de cães e gatos nas ruas”, disse.
Interdição
Em dezembro de 2012, o juiz titular da 3ª Vara da Fazenda Pública, José Jorge Figueiredo dos Anjos, deferiu ação cautelar proposta pela Organização Não Governamental (ONG) Bicho Feliz, em parceria com a Rede de Defesa Animal (Radar). As entidades solicitavam vistoria no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), com alegação de maus-tratos aos animais. A vistoria culminou com o pedido de interdição do local. A denúncia dos maus tratos contra os animais foi realizada após a ONG conseguir flagrar em vídeo as condições as quais os animais eram submetidos no CCZ. As imagens, feitas pela ONG, foram encaminhadas à Delegacia Especial do Meio Ambiente.
Sensibilização
O Dia Mundial de Luta contra a Raiva, comemorado no dia 28 de setembro, é uma iniciativa da Aliança para o Controle da Raiva (ARC), com o apoio da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e da OMS (Organização Mundial de Saúde). O objetivo é conscientizar as pessoas no mundo todo sobre os problemas causados pela raiva e a prevenção. Nesta data, em vários países, incluindo o Brasil, são promovidas campanhas de vacinação em animais domésticos, além de realizadas atividades, como palestras e distribuição de material educativo.