CAMINHADA PELA VIDA

Caminhada do Dia Nacional da Doação de Órgão sensibiliza a população

A data é pensada para que haja um momento de reflexão sobre a importância da doação e ajudar a salvar vidas

O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), e o Hospital Universitário da UFMA realizaram na tarde de sábado, dia 26, na Avenida Litorânea, uma caminhada para sensibilizar a população em relação à doação de órgãos. Comemorado nesse domingo, dia 27, o ‘Dia Nacional da Doação de Órgãos’, integra uma campanha nacional que informa e incentiva a população a escolher pela doação e ajudar a salvar vidas.
A data é pensada para que haja um momento de reflexão sobre a importância da iniciativa. No Brasil, não é necessário deixar nada por escrito, com a notificação de potencial doador, a doação só se concretiza após a autorização da família. Por isso, o tema da campanha este ano é: ‘Eu assumi e minha família já sabe! Sou Doador de Órgãos!’, enfatizando que é através do diálogo que será respeitado o desejo de ser doador.
A ‘Caminhada pela Vida’, como é chamada nacionalmente, foi feita em um percurso de três quilômetros e foi à culminância de uma série de atividades realizadas no ‘Setembro Verde’ pela Captação e Distribuição de Órgãos do Estado do Maranhão (CNCDO-MA), em parceria com a SES e o Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio do Banco de Olhos e da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).
A ação teve ampla participação de todos os envolvidos nessa causa, incluindo profissionais dos hospitais que têm acompanhamento da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), pacientes transplantados, cadetes do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e do projeto ‘Bombeiros Mirim’, e contou, também, com o apoio da Defensoria Pública, Polícia Militar, Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), além de outras instituições parceiras. Durante a caminhada foram cantadas músicas alusivas aos efeitos da doação de órgãos e ressaltada informações sobre o processo de doação e do diálogo sobre o assunto com a família.
O secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, fez questão de caminhar durante todo o percurso em prol dessa causa que segundo ele, é a maior expressão de amor. “O gesto de doação representa a grandeza do ser humano e manisfesta, também, o amor ao próximo. Temos tido uma demanda crescente de doadores no Estado, mas, precisamos multiplicar a informação e o sentido de ser um doador, sobretudo, de rins e córneas, que são as duas especialidades de transplantes realizadas no Maranhão”, afirma Marcos Pacheco.
A instituição no Estado responsável pelo cadastro de receptores na lista de espera para transplantes e distribuição dos órgãos é a CNCDO-MA. E o único hospital autorizado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) a realizar transplantes no Estado é o HU-UFMA.
A superintendente do HU-UFMA, Joyce Lages, ressaltou a importância desse momento de conscientização da população. “Estamos aqui unindo forças para ampliar o alcance da informação e tentar aumentar o número de doadores. Sabemos que essa luta é de todos e não de uma instituição isolada, por isso, é importante o apoio que temos recebido da gestão estadual. Juntos, podemos ajudar mais pessoas, que é nossa missão”, disse a superintendente.
O trabalho da CNCDO-MA consiste em, após ser notificada sobre potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica, dar início ao processo logístico para a captação do órgão e realização do transplante. Para que a doação aconteça, é necessário confirmar a morte encefálica do paciente por meio de um rígido protocolo, envolvendo avaliação médica e uma série de exames. Com o termo de autorização assinado, a Central de Transplantes encaminha o órgão para um receptor compatível, obedecendo à ordem da lista única do Estado. Não havendo compatibilidade, o órgão entra na lista nacional.
A médica nefrologista, Maria Inês Oliveira, coordenadora da Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos do Maranhão, pontuou que neste mês de campanha a Central recebeu três doações de rins, que beneficiaram seis pacientes da fila de espera, e seis doações de córneas. “Parece pouco, mas significa muito para quem estava esperando. Sentimos que esclarecendo o assunto as pessoas tendem a serem mais sensibilizadas e olharem de outra maneira para essa questão tão importante”, disse a coordenadora.
As atividades do ‘Setembro Verde’ acontecem em um momento que pela primeira vez no país, desde 2007, a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) registra uma diminuição na taxa de potenciais doadores, e no número de transplantes de rim, de fígado e de pâncreas, em relação ao ano passado. A elevada taxa de recusa familiar, da ordem de 44% das entrevistas realizadas, persiste como o principal obstáculo para a efetivação da doação.
No Maranhão o registro atual é de 160 pacientes esperando por um transplante de rins e 770 por um de córnea. De acordo com a enfermeira da CIHDOTT do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), Luiza Nóvoa, a maior dificuldade encontrada pela comissão tem sido de fato a recusa familiar. “Percebemos, em geral, que falta informação sobre o assunto. Os esclarecimentos sobre transplante devem chegar antes da família se encontrar em um momento delicado, pois dificulta a aceitação pela doação. Por isso, a hora de assumir, como diz a campanha, é agora, e de tirar todas as dúvidas sobre como é feita a doação”, justifica a enfermeira.
Para a psicóloga da Central, Cleide Lima, a caminhada cumpriu essa função de despertar, pelo menos, a curiosidade. “Caminhando, colocamos mais uma vez o tema em foco. Estamos falando da continuidade da vida, que, quando se completa, pode continuar existindo em outra pessoa, por meio de uma doação”, conclui a psicóloga.
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