Carlos Humberto Marão Filho, José Nascimento Gomes e Diego Marão Polary, irão a júri popular devido serem principais acusados de terem cometido o crime, contra o advogado Brunno Matos, no dia 6 de outubro de 2014, após a comemoração da vitória do senador Roberto Rocha (PSB), no bairro do Olho D’água, em São Luís.
Todos irão a júri popular. Se confirmado o crime, irão responder por homicídio e tentativa de homicídio contra Alexandre Matos Soares e Kelvin Kim Chiang, a golpes de faca. Os três acusados são denunciados pelo Ministério Público Estadual.
A decisão foi dada, nesta segunda-feira, pela juíza Samira Barros Heluy que responde pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís.
Segundo a juíza, responsável pelo caso, afirmou que havendo prova da existência de crimes dolosos contra a vida, com indícios da autoria, e inexistindo prova inquestionável de qualquer excludente de criminalidade pronuncia os acusados para que sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri Popular.
Carlos Humberto Marão Filho foi pronunciado pela suposta participação na morte do advogado Brunno Matos; o vigilante João José Nascimento Gomes, pela suposta prática de homicídio do advogado e tentativa de homicídio contra Kelvin Kim Chiang; e Diego Henrique Marão Polary, pela suposta prática de crime de homicídio de Brunno Matos e tentativa de homicídio contra Alexandre Matos, que é irmão de Brunno.
Os acusados não foram presos antes do julgamento devido ao acusados terem comparecido a todos os atos processuais, sem embaraçar a instrução, não havendo elementos, neste momento, apontando que a liberdade deles seja fator de risco para a sociedade.
Claudinho Polary, pai do Diego, recorrerá ao Tribunal de Justiça após decisão da juíza. “Recorreremos ao Tribunal de Justiça, porque acreditamos na justiça. E faremos de maneira humilde, segura e confiante. Respeitamos sinceramente a dor das vítimas e de seus familiares, mas não será a acusação de um inocente que compensará a morte e a dor”, disse o pai de Diego Polary.
De acordo com Rubem Soares, pai da vítima, já esperava por essa decisão do judiciário e agora, pede justiça. “Não sou jurado, portanto, não cabe a mim condenar ninguém. O que esperamos é que a justiça seja feita, e que o culpado pague por ceifar a vida de um ser humano sem nenhuma chance de defesa para o mesmo, e ainda mais, por motivo fútil. Nós ficamos sem nosso filho, e nosso neto, que nasceu 8 meses após o falecimento do Brunno, não terá a oportunidade de conhecer seu pai. Essa marca vai ficar para sempre nessa criança, e falando disso , acabo chegando às lágrimas, como neste momento. Tudo parece um sonho, mas é pura realidade, eu jamais vou poder abraçar meu filho e dizer: filho, eu te amo muito” contou em lágrimas, o pai de vítima.
O caso
De acordo com o promotor de justiça Agamenon Batista de Almeida Junior, o homicídio e as duas tentativas de homicídio foram resultado de uma discussão, decorrente de quebra de retrovisores de alguns veículos que estariam obstruindo o acesso à garagem da residência do acusado Marão Filho.
Segundo o promotor, a discussão iniciou após o advogado Brunno Matos ter ido tomar satisfação com Marão Filho acerca do dano que este teria causado em seu veículo. “Ambos teriam ido às vias de fato, situação que atraiu para o local as vítimas Alexandre Matos, Kelvin Kim Chiang e a testemunha Wesley Carvalho, no intuito de defenderem o advogado, resultando no envolvimento destes na contenda”, disse o promotor.
Na denuncia, consta que no momento das agressões, chegou ao local o vigilante João José Nascimento, partindo para cima das vítimas, com a intenção de defender Marão Filho que continuou com as agressões, mesmo após as vítimas terem sido esfaqueadas. Dessa briga generalizada, Brunno Matos faleceu e Alexandre Matos e Kelvin Chiang sobreviveram, após serem submetidos a intervenções cirúrgicas.
As vítimas foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi. O advogado foi ferido na região do peito e do abdômen e não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito a caminho do hospital.
A juíza ainda ressalta que a peça inicial mencionou a conduta de cada réu e as circunstâncias em que ocorreram os crimes, embasando a imputação contra Diego Polary nas declarações prestadas pelas vítimas sobreviventes e pela testemunha ocular Wesley Carvalho, na fase de investigação, declarações que foram ventiladas durante a instrução do processo, permitindo o pleno exercício da ampla defesa do referido acusado.