Somente nas três primeiras semanas de atuação direta em seis municípios que integram o Plano de Ações ‘Mais IDH’, cerca de 1.800 atendimentos já foram realizados pela Equipe de Referência Tático Sanitária (ERTS), que está cumprindo ações da Força Estadual de Saúde. Os números foram apesentados na tarde dessa quinta-feira, numa reunião de alinhamento das ações já desempenhadas pela ERTS, que é uma força tarefa composta por seis grupos de trabalho que começou a atuar com ações estratégicas de Atenção Básica em Saúde nos municípios que integram o programa ‘Mais IDH’.
O plano de ações criado pelo governador Flávio Dino visa combater a extrema pobreza nos 30 municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano do Estado a partir de ações intersetoriais para promoção de políticas públicas, acesso a direitos e redução das desigualdades sociais.
Distante 70 km de Aldeias Altas, dona Aldenora de Sousa, 56, foi umas das pessoas que receberam em casa a equipe médica. Em quadro de hipertensão e diabetes, ela foi consultada e teve orientação clínica para controlar as doenças. “Se eles não fossem à minha casa eu nem saberia que estava com diabetes descontrolada, porque não tinha como ir à cidade me consultar”, conta.
Nesse momento, a ERTS integra seis dos 30 municípios do ‘Mais IDH’ com atuação de 20 profissionais que já integravam os quadros da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Durante um mês, os 14 enfermeiros e seis médicos, foram capacitados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Pediatria (SBP), Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e por técnicos da SES. O mesmo foco e processo de gestão estabelecidos para a Força Estadual de Saúde (Fesma) está sendo adotado pela ERTS, com a diferença que, oficialmente, os integrantes da Fesma ingressarão no programa por meio de concurso público.
Assim, a Fesma dará continuidade ao trabalho que está sendo iniciado agora pela ERTS, só que com um maior potencial de abrangência atuando em todos os 30 municípios com menor IDH do Estado. No dia 13 de julho, foi iniciado o trabalho em Aldeias Altas, Afonso Cunha, São João do Sóter, Belágua, Jenipapo dos Vieiras e Pedro do Rosário. As seis equipes de trabalho, com um médico e dois enfermeiros, permaneceram por três semanas nos municípios e, na quarta semana, retornaram para capacitação em ‘Educação Permanente’.
Durante o período de atuação foi feito diagnóstico e reconhecimento do território, os primeiros atendimentos à população e o levantamento das áreas prioritárias de atuação do governo (gestantes, crianças, hipertensão, diabetes e hanseníase).
Desde o início da semana, a ERTS está reunida em São Luís para Educação Permanente e fazendo uma avaliação das primeiras semanas de trabalho. Segundo Sílvia Amorim, superintendente de Atenção Primária em Saúde, os primeiros relatos foram positivos e animadores. “A equipe teve boa receptividade em todos os municípios, houve integração com as equipes de saúde da família que já estavam nessas localidades. Na Educação Permanente avaliamos pontos em que se perceberam fragilidades para serem resolvidas, de modo que haja melhora no processo de trabalho”, disse a superintendente.
Na tarde desta quinta-feira, dia 05, foi apresentada para o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, uma síntese de tudo o que foi realizado nos municípios. Após o levantamento, o secretário ressaltou a confiança que o governo deposita nesse projeto e que o governo Flávio Dino não medirá esforços para fazer da Fesma uma ferramenta tão resolutiva que, posteriormente, se tornará um legado na construção de um Estado com melhores indicadores de saúde. “O trabalho já está sendo feito e gerando impactos positivos. O planejamento do governo é deixar resultados à longo prazo, capazes de futuramente sentirmos mais orgulho da saúde no nosso Estado”, afirma o secretário.
A médica Iracema Silveira, atuou em Aldeias Altas e confirma o bom resultado das primeiras três semanas de trabalho. “Chegamos lá para somar com as equipes que atuavam no município. Ao aumentar o suporte técnico, melhoramos o nível de atendimento. Além de ficar na base da cidade, tivemos cronogramas de visitas a interiores e realizamos inúmeros atendimentos em casa. Encontramos crianças desnutridas, ou com histórico de diarreia, e a nossa função é evitar a evolução e tratar para que elas não voltem ao quadro de risco. A equipe se sente privilegiada de poder prestar atendimento, principalmente, para quem precisa mais. Para mim é uma realização”, disse a médica.
Na segunda-feira, dia 10, os profissionais retornarão aos mesmos municípios em que estavam para dar continuidade aos atendimentos. Quando forem formadas as 30 equipes, haverá revezamento de atuação, e após seis meses em cada município, os profissionais serão deslocados para outras localidades.