A marcha tem a participação de 27 federações e 11 entidades parceiras. Entre os pontos principais da pauta, estão o fim da violência contra a mulher e o combate ao uso de agrotóxicos. Nesta quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff participará de um ato, no estádio Mané Garrincha, onde apresentará o compromisso do Governo Federal com as reivindicações listadas na pauta do movimento.
A Marcha das Margaridas é considerada a maior manifestação pelos direitos das mulheres no mundo. Para a secretária de Mulheres Rurais da Contag, Alessandra Lunas, nos últimos meses o conservadorismo em diversos setores da política tem dificultado o acesso das mulheres a uma série direitos, como o direito a educação, participação igualitária na política e ocupação de cargos nas esferas decisórias do país – além de colocar em risco direitos sociais já conquistados e a própria democracia. “Chegamos ao ponto de assistir a agressões machistas feitas à presidenta da República, sem nenhum pudor”, afirma.
Para ela, os ataques são um reflexo das diversas formas de violência dirigidas às mulheres no Brasil. Em relação à presidenta Dilma, a dirigente da Contag avalia também que o machismo é um fator de peso nessa pressão política focada exclusivamente nela. E isto tem sido demonstrado em diversos momentos, como o tratamento desrespeitoso contra ela, manifestado em diversos momentos, como o que aconteceu durante a abertura dos jogos da Copa do Mundo e as próprias piadas envolvendo a figura da presidenta.
A Secretária de Estado da Mulher Laurinda Pinto está juntamente com centenas de mulheres do campo do Maranhão acompanhado as manifestações e as conferências sobre políticas públicas, violência, saúde das mulheres entre outros.
Para a secretária a Marcha é um espaço de diálogo e reflexão. “A Marcha das Margaridas é um momento de escuta e aprendizado permanente”.
A expectativa é que mais de 70 mil mulheres estejam presentes em Brasília para participarem da Marcha.
Sobre Margarida Maria Alves
O assassinato ainda impune da líder sindical Margarida Maria Alves em 1983 deu origem a Marcha que em 2015 está na sua quinta edição. A data é uma reflexão e avaliação sobre o progresso dos direitos trabalhistas para as mulheres.
Em 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, presidente do Sindicato de Trabalhadores rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada por um pistoleiro, a mando dos usineiros da região do brejo paraibano. Margarida havia movido 73 ações por direitos trabalhistas, em favor dos trabalhadores rurais das usinas da região e esse teria sido o motivo do crime. Margarida foi uma das mulheres pioneiras das lutas pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil.