SAÚDE
Hospital Aquiles Lisboa realiza busca ativa em hanseníase
A meta é conseguir reduzir o número de novos casos em 20% até o final de 2018, intensificando a busca ativa em localidades com maior carga da doença
A Hanseníase coloca a capital do Estado como o município do Brasil que mais notifica novos casos por ano. No ano passado, foram 521 casos e, em 2015 já foram registrados 319 novos casos. Por isso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem dado ênfase na capacitação e orientação de profissionais que trabalham no Programa Estadual de Controle da Hanseníase (PECH). A meta é conseguir reduzir o número de novos casos em 20% até o final de 2018, intensificando a busca ativa em localidades com maior carga da doença.
No sábado, dia 29, foi realizada no Residencial Primavera, próximo ao bairro Gapara, em São Luís, uma ação de busca ativa pelo Hospital Aquiles Lisboa, referência no Estado no tratamento da Hanseníase.
Uma equipe com oito profissionais, sendo duas médicas dermatologistas, três enfermeiras, uma técnica de enfermagem, uma terapeuta ocupacional e uma assistente social, prestou atendimento a comunidade de 8h as 12h, no Instituto Educacional Renascer.
Apenas na primeira hora da ação social, cerca de 40 pessoas já haviam sido atendidas, entre crianças, adultos e idosos. A gestora da unidade escolar onde foi realizada a busca, Ana Nilde Moreira, conta como solicitou a presença do hospital na comunidade. “Começamos a observar que algumas crianças apresentavam manchas na pele e que é difícil para os pais irem fazer a consulta no hospital. Então, entrei em contato com um líder da comunidade que chamou o hospital, e fomos prontamente atendidos”, disse Ana Nilde.
A ‘Busca ativa’ é uma estratégia para auxiliar a diagnosticar precocemente a Hanseníase e, dessa forma, o tratamento é iniciado logo. Esse trabalho, que faz parte das ‘Ações Inovadoras’ do programa, já está funcionando em sete municípios, sendo eles: São Luís, Imperatriz, Açailândia, Caxias, Timon, São José de Ribamar e Codó.
O diretor-administrativo do Hospital Aquiles Lisboa, Raul Fagner, explica que rotineiramente a unidade hospitalar realiza essas ações desde o inicio do ano, como parte do PECH, e que uma forma de torná-lo ainda mais eficiente é por meio dessas solicitações. “A comunidade conhece melhor sua população. Por isso, além de seguir o nosso cronograma de busca em comunidades prioritárias, deixamos a porta do hospital aberta para quem quiser procurar e pedir a presença da equipe em determinada localidade. Isso é importante porque, infelizmente, a população ainda tem medo de procurar a unidade de saúde. Fazendo assim eles se sentem mais confiantes em fazer a consulta”, afirma o diretor.
Durante a busca, todos os casos de suspeita são encaminhados para o tratamento adequado. Segundo a médica dermatologista, Maíra Carvalho, iniciar o tratamento precocemente garante a interrupção da transmissão da doença e, ainda, maior garantia da cura. “Temos uma endemia de Hanseníase no Maranhão. Erradicar a doença é um desafio. Quando saímos para buscar os casos, é muito importante para a comunidade e aumentamos a chance de identificar a doença no começo. Aqui não fechamos nenhum diagnóstico de novo caso, mas os casos de suspeita estão sendo encaminhando para retorno no hospital”, afirma a médica.
O pedreiro Romário Ferreira, levou a filha Kássia, de 3 anos, para ser atendida pela dermatologista. “Poder fazer a consulta mais perto de casa é melhor. A doutora me passou uma receita, explicou como fazer uso do remédio e como tratar o caso de alergia da minha filha. Acho importante até para sabermos como diferenciar casos simples de coisa mais graves”, disse Romário.
Maria dos Anjos Pereira, também esteve com o filho de 17 anos, para que as manchas na perna dele fossem avaliadas pela equipe. “Agora elas estão pretas, mas já foram claras. Me preocupei bastante, e quando soube que tinha uma equipe do hospital aqui vim para que ele fosse examinado. É bom saber que temos uma assistência”, conta a dona de casa.
Hanseníase no Maranhão
O Brasil é o país que registra 90% dos casos de Hanseníase da América Latina. As 15 cidades mais endêmicas do Estado são: São Luís, Timon, Imperatriz, Caxias, Codó, São José de Ribamar, Açailândia, Santa Inês, Balsas, Santa Luzia, Barra do Corda, Zé Doca, Itapecuru, Bacabal e Coroatá.
O município de Imperatriz notificou no ano passado, 150 casos e este ano 109 casos, até agosto. São José de Ribamar, Santa Inês, Timon, Caxias e Codó, estão na lista dos municípios com mais de 50 casos apenas esse ano. De maneira geral, em todo o Estado, contabilizando as notificações dos 45 municípios prioritários, foram 2.582 novos casos em 2014 e, 1.251 em 2015.
VER COMENTÁRIOS