PESQUISA

Grande parte dos policiais no Maranhão sente a pressão do ofício

Mais de 79,54% dos policiais se sentem compelidos com a rotina de trabalho. 65,91% não conseguem se desassociar do posto em períodos de folga

PESQUISA,  Pesquisa mostra que grande parte dos policias de sentem sob pressão no ofício
Estresse, pressão psicológica, tensão física e mental. Estas são umas das mazelas constadas e reladas pelos profissionais que prezam e trabalham pela segurança da sociedade todos os dias. Com a necessidade de conhecer e intervir na qualidade da segurança pública do Maranhão, o Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (IBRAPP) realizou uma pesquisa com os policiais do estado e avaliar os efeitos dia a dia no cumprimento do dever. Os dados revelam que, dos entrevistados, 79,54% se sentem psicologicamente pressionados e 65,91% não conseguem se desassociar do posto mesmo em períodos de folga.
A pesquisa foi realizada durante o Evento de Segurança do Maranhão – EXPOSEGMA, no início de agosto, em São Luís. Com base nas informações do questionário, o órgão elaborou o projeto Núcleo de Atendimento Integrado Psicossocial para Policiais, o NAIPP e contempla serviços de apoio psicológico no enfrentamento, de forma preventiva, à depressão e/ou doenças psíquicas que comumente acometem os policiais de órgão como Secretarias estaduais e municipais de Segurança Pública, Polícia Federal, Civil e Rodoviária.
PESQUISA,  Pesquisa mostra que grande parte dos policias de sentem sob pressão no ofício

A coordenadora de projetos do IBRAPP, Lilian Pantoja, explica que a pesquisa se fez necessária, pois este quadro já teria sido notado pelos profissionais que integram o instituto.

“O instituto identificava muito essa questão, o Estado já presta esse atendimento ao policial, mas não conseguem chegar a esfera familiar que também sofre com aquele profissional já estressado com sua rotina. Então o Núcleo traz esse diferencial com um atendimento mais amplo. A pesquisa nos trouxe mais embasamento para essa problemática. A maioria deles respondeu que gostaria de receber um atendimento psicológico de forma mais efetiva, porque o estresse leva ao quadro de depressão e até mesmo suicídio”, explica.
Fatores que contribuem para o estresse na profissão, como a luta contra o tráfico e insegurança, além dos problemas relacionados ao ambiente familiar, estavam no topo das respostas do questionário. Além disso, foram apontadas questões envolvendo a sensação de resguardo dos perigos eminentes da profissão, rotina de trabalho com ocorrência de pressão psicológica, dificuldades em se desassociar do perfil de policial, estrutura suficiente para manter a integridade física e mental, além da necessidade de maior acompanhamento psicológico.
“Por isso, o projeto elaborou uma série de estratégias voltadas para o atendimento mais completo a estes profissionais. O Núcleo traz referências em serviços de apoio psicológico, mental, com abordagem nas mais variadas corporações para eles e para seus familiares, que também são atingidos pela pressão pela qual passam estes policiais. Um dos fatores apontados que mais contribuem para o nível alto de seu estresse é a luta contra o tráfico e também a questão de não conseguir se desassociar do seu posto, nos momentos de folga ele não consegue relaxar, com a mesma tensão e a mesma carga”, afirma Lilian.
O tratamento consiste no período de 12 meses com cinco consultas de medidas preventivas na área sociológica, psicológica e familiar. Os policiais passam por uma série de atendimentos por diversos profissionais capacitados, como psicólogos, psiquiatras, pedagogos e enfermeiros, além de oficinas, seminários e capacitações para que possam melhorar sua qualidade de vida e também prestar um serviço de melhor qualidade para a sociedade. A meta é atingir 40 mil consultas em todo o estado do Maranhão, implantando o Núcleo em 12 municípios.
Para implantação do NAIPP, o IBRAPP tem buscado parceria com o Governo do Estado, especificamente com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA). De acordo com Lilian Pantoja, o projeto teve uma grande aceitação no órgão, “pois eles entendem que precisam de mais apoio neste tipo de atendimento. Temos também buscado parcerias no Distrito Federal para implantação desse núcleo aqui no país. Acreditamos que esses policiais precisam de um atendimento mais humanizado, pois isto afeta diretamente no seu estado físico e mental no seu posto de trabalho. Então, a sociedade também só tem a ganhar com a expansão do Núcleo”, conclui.
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