BABALORIXÁ

Filhos de santo e amigos dão o último adeus a Pai Euclides

Pai Euclides era um dos mais importantes babalorixás do Brasil, da casa Fanthi Ashanthi deixa um legado de humildade e Lutas pela igualdade racial

KGE/OIMPARCIAL

Foi enterrado na tarde de hoje (18), no cemitério do Turú, o babalorixá Pai, Euclides que implantou e exerceu grande influência no candomblé do Estado do Maranhão, foi ele o responsável pelo fortalecimento na cidade de São Luís da tradição e o diálogo entre as nações Jejê e o Candomblé.

Após o velório na Casa Fanthi Ashanthi, localizada no bairro do Anil, o cortejo de carros seguiu pelas avenidas de São Luís guiadas pelo carro de bombeiros, Emocionados os admiradores de Pai Euclides, chegaram com o corpo por volta das 16h30 no cemitério do Turu. Em um primeiro momento a família prestou suas últimas homenagens de maneira reservada na capela local, enquanto o “grupo afro Akomabu” entoava cânticos e homenagens ao líder religioso.
A mãe de santo e filha de criação de pai Euclides, Kabeca, conduziu o enterro com o rito de passagem. Segundo familiares, kabeca, que dará continuidade as atividades na casa Fanthi Ashanthi onde se seguirá com o seu legado de fé.
O enterro foi acompanhado por uma multidão de admiradores, familiares e amigos. Estavam presentes também representantes da secretaria estadual de Cultura, Secretaria de Igualdade Racial, Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), Fundação Municipal e Cultura, Fundação de Amparo a Criança e ao Adolescente e Policia Militar.
Para o Antropólogo e Professor da UFMA, Carlos Benedito, pai Euclides tem uma grande importância que atinge todo o Brasil pela sua representatividade e trabalho nas áreas dos Direitos Humanos. “Um dos maiores representantes das religiões de matriz africana no Brasil, tanto para o povo do Axé como para a cultura maranhense, deixou um legado de humildade e conhecimento articulando duas importantes nações a Jeje do tambor de Mina e o Candomblé”.
Euclides Menezes Ferreira, deixa um legado Cultural e de forte religiosidade no Estado com seus conhecimentos vastos e referencial imortalizado para as futuras gerações. “Ele nos deixa um legado, não só por ser um baluarte de Matriz Africana, mas pelos trabalhos na casa fortalecendo a fé, a cultura e as religiões”, afirmou seu neto, José Arnaldo.
Entre as obras escritas deixa seis livros lançados, Orixás e Voduns e Cânticos Associados, Casa de Fanthi seu Alaxé, Pjelancia, Candomblé: Lei Complexa e Agora e a minha vez. Assim como um possível livro póstumo incompleto ainda de nome não definido que estava previsto para ser lançado em 2016.
Ele tinha 78 anos e morreu em decorrência de um infarto fulminante na noite de sexta-feira (14), no Hospital Carlos Macieira.
Memória
As atividade do líder religiosos e da Casa Fanthi Ashanthi estão registradas no documentário-livro “pedra da memória” e no documentário Atlântico Negro: Na rota dos Orixás, que trata do estabelecimento do diálogo entre o Brasil e a África, que teve lançamento na Republica do Benim Assim como um possível livro póstumo incompleto ainda de nome não definido que estava previsto para ser lançado em 2016.
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