Dificilmente na casa do maranhense falta a famosa farinha de mandioca. Esse alimento confere crocância ao prato e oferece um sabor especial aos alimentos, principalmente na culinária regional.

Historicamente a mandioca é considerada um alimento importante. No Brasil, na época da colonização, o padre José de Anchieta, a batizou como “pão da terra”. Pedro Vaz de Caminha citou o nome da raiz em sua carta que enviou a Portugal, e desde então o alimento vem ganhando fama e sendo acrescentado em diversos pratos.

O processo para o preparo da farinha, como é realizado hoje, é considerado o mais simples por necessitar apenas da mandioca e um forno para torrá-la. Primeiramente, se descasca a mandioca e a coloca em um recipiente com água durante sete dias. É desse primeiro processo que surgiu o nome “farinha d’água”. Depois a raiz é ralada, prensada, torrada e finalmente peneirada, e pronta para a comercialização. Em alguns preparos, durante o processo de produção, são acrescentados temperos que mudam as características do produto final que cai fácil no gosto dos maranhenses e também dos visitantes.

“A farinha mais vendida é a do tipo biriba. Os turistas têm se interessado cada vez mais por esse produto. Talvez isso ocorra porque nós maranhenses possuirmos um jeito todo especial de temperar as farinhas na hora do preparo”, afirma o feirante da Praia Grande, Júlio Cesar Araújo. Há 20 anos ele trabalha no local e vende cerca de 80 kg de farinha todos os dias. Os valores do quilo variam entre R$ 5,00 à R$ 12,00.

O funcionário público Daniel Souza revelou que quando criança, seu pai fazia farinha para vender em cidades vizinhas. E como cresceu tendo o alimento diariamente no prato nunca o deixou de lado.

“No meu almoço e no jantar não pode faltar a farinha. Eu escolho geralmente a de coco por ser a mais gostosa. Sinto o sabor em cada colherada”, diz Daniel.

Consumir farinha é um hábito saboroso e difícil de deixar de lado, e como a maioria dos alimentos, não se pode exagerar na porção. São vendidos diversos tipos de farinha de mandioca. Listamos alguns tipos:

Farinha Biriba – feita em Pinheiro e sua crocância é similar a um biscoito de água e sal, vai bem com qualquer tipo de comida.

Farinha Lavada – sua cor é branca e não possui sabor. Em sua fabricação são retiradas todas as “impurezas” da mandioca. Também é considerada afrodisíaca.

Farinha de Farofa – é a preferida dos turistas por possuir um aspecto mais fino.

Farinha Seca – possui a cor branca e é refinada. Ideal para fazer diferentes tipos de farofas, e não possui sabor.

Farinha de Manteiga – feita com manteiga de garrafa. É ideal para todos os tipos de comida.

Farinha de Coco – possui o sabor de coco acentuado e é ideal para comidas secas.

Farinha D’água – em seu preparo não possui adições de outros elementos. É ideal para todos os tipos de comida.

300 g peixe (pintado/tambaqui) ou cabeças que sobram

250 g farinha de mandioca

2 tomates maduros picados

2 cebolas picadas

1/2 pimentão picado

3 tabletes de caldo de camarão

2 colheres de sopa de colorau

1 pimenta de cheiro picada

1 pimenta malagueta picada (opcional)

Pimenta-do-reino a gosto

Sal a gosto

6 colheres de sopa de azeite de dendê (ou azeite de oliva)

2 litros de água

Cheiro verde

Colocar todos os ingredientes picados (exceto a farinha de mandioca e o cheiro verde) em uma panela de pressão.

Quando começar a ferver deixar por aproximadamente 40 minutos.

Após, coar o líquido em peneira fina passando uma colher para aproveitar ao máximo, descartando as sobras.

Passar o caldo para outra panela e antes de ligar o fogo adicionar a farinha aos poucos, mexendo para não empelotar.

Levar ao fogo sempre mexendo, após iniciar fervura deixar aproximadamente 10 a 15 minutos.

Provar o sal, acrescentar o cheiro verde, caso queira o pirão mais duro acrescentar mais farinha aos poucos.

Passar para uma travessa, colocar cheiro verde em cima.

Fica ótimo com arroz branco e peixe ensopado.