CRISE ECONÔMICA

Crise força fechamento de pontos comerciais na área da Lagoa da Jansen

São comuns placas de venda e aluguel no local. Cenário desfavorável da economia e preços de aluguéis altos, têm resultado no fechamento de lojas

Foto: Gilson Teixeira /OIMP/D.A Press.


Gilson Teixeira /OIMP/D.A Press

Bares de portas fechadas na Lagoa da Jansen

Cenário desfavorável da economia brasileira com altos juros, inflação e inadimplência, somado aos preços de aluguéis que, por serem altos, têm resultado no fechamento de lojas. É o que ocorre na Lagoa da Jansen, onde os altos valores dos aluguéis estão esvaziando um dos trechos de entretenimento mais movimentados da capital.
Comerciantes tentam passar o ponto e vários imóveis estão fechados há meses, disponíveis para locação num trecho que é tido como referência para o comércio de bares e restaurantes. Segundo comerciantes da área, a situação é insustentável e tem obrigado o abandono dos negócios. Perde o turismo e consequentemente, a economia.
No local as placas de venda e aluguel estão por toda parte. Em alguns casos, galerias com diversos pontos à espera de clientes. Em uma destas, das mais de dez salas, apenas seis estão alugadas, sendo que alguns inquilinos já relatam querer sair do local. Ao longo do trecho é possível contar mais de 25 pontos de comércio com as portas fechadas. Com este cenário em um local onde a noite costuma ‘ferver’, perdem o turismo e a economia da cidade. A estratégia dos proprietários têm sido baixar os preços dos aluguéis, mas, nem assim aparecem interessados.
“Eu tive que diminuir o preço e estou esperando que as outras salas sejam alugadas também. É muito prejuízo pelo investimento que fiz aqui. É preciso que olhem por esta área”, diz o proprietário de uma galeria recém-construída no local. O empresário reclama “mais apoio para o setor que é de grande importância para fazer circular a economia”. O preço médio dos aluguéis chega a R$ 4 mil. A reportagem entrou em contato com alguns donos dos pontos e imobiliárias anunciadas para saber dos valores. Foram encontrados preços entre R$ 2 mil e R$ 5,5 mil. Os locais têm área de 58 metros até 200 metros quadrados, a maior parte sem a estrutura para funcionamento no ramo de bares e restaurantes, negócio que representa a principal atividade desenvolvida no trecho.
Somado ao alto valor, quem aluga, dependendo do tipo de negócio que deseja montar, ainda precisa adequar os prédios, custo esse que não é descontado do aluguel. Em alguns casos, há salas disponíveis há mais de ano sem que apareçam interessados. Ainda assim. Mesmo assim, dos cinco proprietários para quem a reportagem ligou, apenas um se dispôs a conversar sobre o preço. Os demais sustentaram que não pretendem baixar o valor preferindo manter o imóvel fechado. Segundo um dos proprietários, “este é o preço de mercado e os valores são condizentes com a área, que é reconhecida pelos bares e restaurantes de alto nível e por atrair um grupo seleto de frequentadores”. Ainda segundo o proprietário, “a clientela paga pela estrutura e para estar em um espaço considerado bem frequentado”. A reportagem tentou contato com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MA) para saber as consequências deste cenário e estratégias para fortalecer os negócios na área, mas não obteve retorno.
Segurança 24 horas
A despeito dos preços altos dos alugueis, quem montar um negócio no tracho pode contar com a segurança. Policiamento ostensivo motorizado e durante todo o dia na Lagoa da Jansen, segundo informou o comando da Companhia de Policiamento de Turismo (CPTur), que atua no local. Segundo o major Roberto Filho, que coordena as atividades, há uma viatura 24 horas que cobre a área, com apoio do policiamento de moto e mais uma viatura auxiliar. A PM possui ainda uma base fixa no local para pronto atendimento de frequentadores e comerciantes. Na próxima semana, será inaugurado no novo quartel da CPTur na Lagoa da Jansen, que ficará na Avenida dos Holandeses, próximo ao Hotel Veleiros. “Mais um reforço para o trabalho policial ostensivo naquela área”, ressaltou major Roberto. O trabalho policial tem refletido na queda de ocorrências no trecho. Segundo o major, este ano não houve registros de homicídios ou casos relevantes no local. Somaram sete ocorrências entre assaltos e agressões na área, no primeiro semestre, segundo o coordenador da CPTur. Os contatos com o policiamento da área são 98883.0650 (viatura), 99137.8632 (posto fixo) e 98883.0820 (coordenação de policiamento).
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