SAÚDE

Síndrome de Guillain-Barré tem 14 casos confirmados no Maranhão

Foram registrados três óbitos pela síndrome. 40 casos com sintomas suspeitos foram investigados. Vinte e seis foram diagnosticados como outras síndromes neurológicas

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que do mês de janeiro até esta terça-feira, dia 21, já foram confirmados 14 casos da Síndrome de Guillain-Barré no estado do Maranhão. Dos 14 pacientes que apresentaram a doença, alguns relataram ter apresentado sintomas do zika vírus ou dengue, dias ou semanas antes da síndrome de Guillain-Barré se manifestar. Não se conhece a causa específica da doença, no entanto, sabe-se que ela é provocada após infecção por vírus ou bactéria.
A equipe do jornal O Imparcial também confirmou com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) que no período de 04 de março a 21 de julho, foram investigados 40 casos de pessoas com sintomas suspeitos da Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Destes, 14 foram confirmados. Vinte e seis foram diagnosticados como outras síndromes neurológicas. Foram registrados três óbitos. Uma das vítimas mais recentes da doença foi o policial militar Daniel Viana Alves, de 45 anos, faleceu na quinta-feira, dia 16, após permanecer internado com os sintomas da síndrome. O sargento era morador da Ilhinha. A causa da morte foi insuficiência respiratória em decorrência da síndrome. A SES informa ainda, que, atualmente apenas um paciente encontra-se internado em um hospital da capital com SGB.
Do total de pacientes diagnosticados no estado, mais da metade informaram ter apresentado sintomas do zika vírus e outras doenças dias antes do diagnóstico da síndrome. Segundo a SES, por enquanto, não é possível avaliar se a zika vírus tem relação com a síndrome de Guillain-Barré. A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e a SES esclareceram ainda que estão realizando estudos com o objetivo de obter informações acerca da doença, especialmente sobre as formas de contágio.
A SES informou também que ontem, dia 21, aconteceu em São Luís, uma reunião de alinhamento de ações com técnicos da Superintendência de Vigilância Epidemiológica da SES, técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e diretores de hospitais de todas as esferas: municipais, estaduais e federais. O objetivo da reunião foi organizar um seminário, que acontecerá na próxima sexta-feira, dia 24 para uma discussão aprofundada e divulgação de nota técnica (protocolo) sobre as estratégias conjuntas de identificação e tratamento da síndrome.
Dr Sérgio Moura

Em entrevista, o neurologista Sérgio Moura, medico do Hospital de Urgência Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II), esclareceu mais detalhes sobre a doença.

Segundo o especialista, a síndrome de Guillain-Barré é uma doença do sistema nervoso adquirida, provavelmente de caráter autoimune. Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda desses nervos e, às vezes, das raízes nervosas. “A doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular. O dano nervoso provocado pela doença provoca formigamento, fraqueza muscular e até mesmo paralisia”, esclarece Sérgio Moura.
De acordo com o neurologista, a causa exata da Síndrome de Guillain-Barré ainda é desconhecida. Geralmente, a doença aparece alguns dias ou semanas após uma infecção do trato respiratório e digestivo.
Ele explica que os sintomas preponderantes da Síndrome de Guillain-Barré é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, acompanhada ou não de alterações da sensibilidade, como coceira, queimação, dormência, e outros, que se manifesta inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flácida.
O diagnóstico tem como base a avaliação clínica e neurológica do histórico do paciente, a análise laboratorial do líquido cefalorraquiano. O tratamento da síndrome é feito com a administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação deletéria dos anticorpos agressores.
Diagnóstico
A Síndrome de Guillain-Barré pode ser difícil de diagnosticar em seus estágios iniciais, por isso, a pessoa deve ficar atenta a alguns sintomas emergenciais como: dificuldade para respirar, dificuldade para engolir, vertigem ao se levantar, desmaios, babar e perda de movimentos.
O paciente deve ser levado imediatamente para o hospital assim que apresentar sintomas que possam sugerir a doença, porque pode precisar de atendimento de urgência. O processo de recuperação da síndrome, em geral, é vagaroso, mas o restabelecimento costuma ser completo.
O histórico clínico é muito importante para o diagnóstico. Um quadro de fraqueza muscular crescente e paralisia pode ser um sinal da síndrome de Guillain-Barré, principalmente se houve uma doença recente.
 
Internauta você pode compartilhar pelo Whatsapp no número (98) 9 9188 8267, informações, denúncias e sugestões para o portal O Imparcial
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias