O jornalista Ivan Lima, 40 anos, há um ano começou a investir na poupança. A intenção era garantir uma segurança e poder resgatar em caso de emergências. Mas, com a crise que o país passa, o jornalista se viu obrigado a retirar todo o dinheiro que havia guardado no banco. “É um momento de austeridade”, completou.
A vulnerabilidade da economia tem contribuído para que muitos investidores deixassem de fazer aplicações. Com a desvalorização do real frente ao dólar e o aumento exorbitante dos juros, como uma tentativa de conter a inflação, os maranhenses preferem retirar suas aplicações, para não correr riscos.
Segundo o economista Pablo Rebouças, o ideal é fazer investimentos em longo prazo, pois o cliente tende a ganhar mais. “Para qualquer grau de juventude sempre vai ser melhor investir em longo prazo. O risco é menor. Se você quer ganhar mais, você arrisca um pouco mais no fundo de ações. Agora, se você é mais conservador, pode utilizar o fundo de renda fixa. O mais aconselhável é dividir: uma parte coloca em renda fixa e outra parte arrisca em ações”, explica.
O tecnólogo Ronie Von, 31 anos, está incluído na cota de brasileiros que quer continuar investindo na poupança para obter uma realização em curto prazo.
“Estou pensando em fazer um investimento para aumentar o dinheiro. Pretendo economizar para comprar uma moto. Escolhi a poupança porque acho que de todas as aplicações é a melhor”, disse.
Poupança
A poupança ainda continua sendo a melhor escolha, segundo Rebouças. Investir em título de capitalização é um desperdício de dinheiro, pois apenas o banco e o sorteado saem ganhando. “Hoje a taxa de investimento tem diminuído porque estamos passando por um processo de crise. Você só vai conseguir poupar se tiver algo sobrando”.
A professora do curso de ciências contábeis da Faculdade Estácio de Sá e especialista em consultoria contábil, Luciana Reis, acredita que o planejamento é a forma de se investir melhor.
“Se o valor que você dispõe é pouco e o seu planejamento de vida e orçamento ainda o sujeita a condições contingenciais, onde de repente necessite dispor do capital investido, melhor investir em curto prazo”, ressaltou.
Luciana Reis conversou com a reportagem de O Imparcial e tirou dúvidas sobre investimentos.
ENTREVISTA//LUCIANA REIS
Qual a melhor opção para quem quer começar a investir?
Considerando o perfil dos nossos jovens que ainda não estão habituados a economizar e certamente têm renda limitada, um contrato que os obriga à uma economia mensal sujeito a sorteios, que é o título de capitalização, seria o mais adequado, ainda que tenha rendimento pouco menor que o da poupança.
É melhor investir a curto, médio ou longo prazo?
Depende. Se você dispõe de poucos recursos e seu planejamento de vida e orçamento ainda o sujeita a situações contingenciais onde de repente necessite dispor do capital investido, melhor investimento de curto prazo. Os de médio e longo prazo, representam imobilização de capital que são interessantes para montas maiores onde as modalidades oferecem maior rendimento.
O retorno do investimento atende as expectativas do investidor?
Deveriam, mas existe o risco de crédito sempre. Todo contrato de investimento está sujeito a oscilações do mercado. Assim, quanto maior o ganho esperado mais arriscado tende a ser a modalidade. Todas as instituições financeiras dispõem de opções onde estão previstos os riscos e ganhos nessa combinação – maior ganho, maior risco.